sábado, 7 de junho de 2008

Crônica: O filho é o pai do homem (2008)


Filhão com troféu do judô.
Acordar cedo no sábado não é uma coisa que gosto muito. Ainda mais quando se vai dormir depois das duas da manhã.

Para complicar, teria que fazer meus trabalhos de escola que deveriam ser entregues dias depois.

Alguns momentos na vida devem contar com um esforço extra, sob risco de arrependimento futuro, caso não se faça aquilo que deveria ser feito.

Sábado foi o dia do primeiro campeonato de judô que meu filho participou - uma espécie de festa-apresentação com combates entre dezenas de judocas de várias idades.

Essas atividades de nossos filhos são cansativas, mas compensadoras.

Depois de acordar às oito, ficar na quadra sentado no chão frio e aguardar 3 horas até a hora dos combates do filho, finalmente o moleque entrou para a primeira luta. Foi contra uma garota, pois meninos e meninas lutam juntos. O filhão venceu imobilizando a adversária. A carinha dele nos procurando na arquibancada foi inesquecível.

Mais um tempo e ele vai lutar novamente. O adversário é um menino de doze anos, muito maior que ele. Fiquei gritando para ele derrubar o moleque ao invés de tentar imobilizar alguém maior que ele. (era um tal de pai ou mãe gritando daqui e dali...)

E não é que o moleque venceu de novo!

A carinha dele era uma coisa de louco. Ele não se cabia.

Valeu a pena!

Meu filho tem 11 anos e tenho tentado estar em todos esses eventos de sua infância que não voltarão mais. É provável que serão flashes de suas lembranças daqui a muitos anos. É agora que construímos nossas memórias saudosas que tanto nos fariam falta, caso não existissem. (pensem nessas cenas de filmes e novelas do pai que nunca chega na hora em que o filho vai participar de um evento)

"O filho é o pai do homem"

William Mendes


COMENTÁRIO em 1º/12/12: Hoje me deu vontade de reler as duas crônicas que fiz sobre momentos de pais e filhos. Me emocionei!


Post Scriptum (9/08/15):

Ao reler, fiz uma consulta sobre ter crase ou não a frase "valer a pena". Sempre tive dúvidas ao escrever. Segundo o site que consultei, o verbo "valer" é transitivo direto e, sendo assim, não tem necessidade de preposição "a". Ou seja, a frase não tem o "a" com crase.

Um comentário:

Anônimo disse...

Um dos melhores dias da minha vida. a sensaçao foi realmente otima hahaha, nao terei dias como aquele tao cedo

por: Mário Augusto