terça-feira, 12 de novembro de 2013

Filme: A Última Chance – 1996 (Last Dance)



Poster do filme de 1996

Filme: A Última Chance – 1996 (Last Dance)

Tema: Pena de morte


Sinopse: uma mulher branca espera o dia da execução de sua sentença de pena de morte. Ela assassinou um casal doze anos antes quando era adolescente e estava drogada, fora de si. Ela teve uma infância difícil. Um homem é destacado para cumprir um procedimento protocolar de pedir clemência por ela ao governador que nunca a concedeu a nenhum condenado porque as pesquisas naquele estado indicam 76% da população favorável à pena de morte.


COMENTÁRIO

Assisti a mais um filme sobre o tema da pena de morte. O filme é estrelado pela bela Sharon Stone vivendo o papel da condenada Cindi Liggett. O filme tem uma boa linha de desenvolvimento e nos prende à estória.

Que merda esse sistema americano de permitir aos seus estados determinarem como querem tratar de seus condenados – por pena de morte, por prisão perpétua, condenação independente de idade etc.

Nos EUA tudo é business, negócios. O sistema penitenciário não seria diferente. Sinceramente, não acho que aquele país é exemplo de nada para um mundo melhor, mais justo e igualitário.

Minha opinião sobre pena de morte: quando era mais jovem e com menos leitura política e ideológica do mundo, eu era um pobre que achava que criminoso tinha que morrer mesmo. Após me politizar mais nos últimos anos, mudei minha forma de analisar o tema sobre conceder a alguém ou algo o poder de matar pessoas.

O ser humano é um animal. Apesar de ser classificado na escala natural como um ser racional, ele é eivado de paixões e interesses. O ser humano é falível. Permitir que o Estado (O Leviatã) assassine, é dar chance para a injustiça.

Hoje não concordo com a pena capital em nenhum lugar do mundo como forma de punir crimes cometidos por seus cidadãos. Aliás, em alguns lugares do mundo o conceito de “crime” é coisa completamente esdrúxula. Tem lugar onde ter orientação sexual diferente da maioria é crime. Tem lugar onde ter uma fé ou religião diferente da maioria ou não ter crença religiosa alguma é crime.

Termino minha reflexão sobre pena de morte pensando um pouco nas palavras da personagem Cindi, que descreveu para seu defensor o ódio que tinha quando adolescente e que isso pesou na vida que ela levava e nos crimes que cometeu. Ela se arrependeu mas isso não muda o que fez.

Quanto ódio grande parte de nós já não sentiu de alguém, de alguma situação ou injustiça, ódio do próprio sistema onde estamos inseridos?

Continuo defendendo que o Estado não deve matar, por mais que crimes violentos ocorram. Também não sou inocente e reafirmo: não existe formas de coibir ninguém de exercer seu ódio e vingança contra alguém ou algo. No entanto, a pessoa deve responder depois aos códigos da lei para seu crime de ódio e vingança. Mas não no sistema institucional olho por olho, dente por dente. Não pelo código de Hamurabi.

Em O Leviatã, Hobbes nos diz inclusive que é natural que o condenado à pena capital se revolte, se rebele e tente de tudo para preservar sua própria vida. Não poderia ser diferente. O condenado estará invocando o seu estado de natureza.


É isso! Filmes sobre pena de morte sempre me deixam pensativo e cabisbaixo.

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