Poster do filme de 1996 |
Filme: A
Última Chance – 1996 (Last Dance)
Tema: Pena de morte
Sinopse: uma
mulher branca espera o dia da execução de sua sentença de pena de morte. Ela assassinou
um casal doze anos antes quando era adolescente e estava drogada, fora de si. Ela teve
uma infância difícil. Um homem é destacado para cumprir um procedimento
protocolar de pedir clemência por ela ao governador que nunca a concedeu a
nenhum condenado porque as pesquisas naquele estado indicam 76% da população
favorável à pena de morte.
COMENTÁRIO
Assisti a mais um filme sobre o tema da pena de morte. O filme
é estrelado pela bela Sharon Stone vivendo o papel da condenada Cindi Liggett. O
filme tem uma boa linha de desenvolvimento e nos prende à estória.
Que merda esse sistema americano de permitir aos seus
estados determinarem como querem tratar de seus condenados – por pena de morte,
por prisão perpétua, condenação independente de idade etc.
Nos EUA tudo é business,
negócios. O sistema penitenciário não seria diferente. Sinceramente, não acho
que aquele país é exemplo de nada para um mundo melhor, mais justo e
igualitário.
Minha opinião sobre
pena de morte: quando era mais jovem e com menos leitura política e
ideológica do mundo, eu era um pobre que achava que criminoso tinha que morrer
mesmo. Após me politizar mais nos últimos anos, mudei minha forma de analisar o
tema sobre conceder a alguém ou algo o poder de matar pessoas.
O ser humano é um animal. Apesar de ser classificado na
escala natural como um ser racional, ele é eivado de paixões e interesses. O ser
humano é falível. Permitir que o Estado (O Leviatã) assassine, é dar chance
para a injustiça.
Hoje não concordo com a pena capital em nenhum lugar do
mundo como forma de punir crimes cometidos por seus cidadãos. Aliás, em alguns
lugares do mundo o conceito de “crime” é coisa completamente esdrúxula. Tem lugar onde ter orientação sexual diferente da maioria é crime. Tem lugar onde ter uma
fé ou religião diferente da maioria ou não ter crença religiosa alguma é crime.
Termino minha reflexão sobre pena de morte pensando um pouco
nas palavras da personagem Cindi, que descreveu para seu defensor o ódio que
tinha quando adolescente e que isso pesou na vida que ela levava e nos crimes que
cometeu. Ela se arrependeu mas isso não muda o que fez.
Quanto ódio grande parte de nós já não sentiu de alguém, de alguma situação ou injustiça, ódio do próprio sistema onde estamos inseridos?
Quanto ódio grande parte de nós já não sentiu de alguém, de alguma situação ou injustiça, ódio do próprio sistema onde estamos inseridos?
Continuo defendendo que o Estado não deve matar, por mais
que crimes violentos ocorram. Também não sou inocente e reafirmo: não existe formas de coibir ninguém de exercer seu ódio e vingança contra alguém ou algo. No entanto, a pessoa deve
responder depois aos códigos da lei para seu crime de ódio e vingança. Mas não no sistema institucional olho por olho, dente por dente. Não pelo código de Hamurabi.
Em O Leviatã, Hobbes nos diz inclusive
que é natural que o condenado à pena capital se revolte, se rebele e tente de
tudo para preservar sua própria vida. Não poderia ser diferente. O condenado estará invocando o seu estado de natureza.
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