sábado, 11 de maio de 2024

Diário e reflexões



Refeição Cultural

Osasco, 11 de maio de 2023. Início da madrugada de sábado.


A possibilidade de participar de uma reunião do nosso partido com a presença de José Dirceu me fez pegar na estante o livro de Memórias dessa figura importante de nossa história do partido e do país.

Zé Dirceu lançou o primeiro volume de suas Memórias em agosto de 2018 e dias depois do lançamento eu já estava com o livro em mãos. Li de supetão quase duzentas páginas naquele ano. 

Acabei não terminando a leitura. Aquele ano foi muito difícil para mim. Mesmo assim, garanto a vocês que o conteúdo histórico e biográfico do livro de Zé Dirceu é extraordinário para qualquer pessoa que se disponha a viajar pela história dele e do país, e é mais interessante ainda para um militante de esquerda e do partido, e que goste de história do Brasil.

Ao pegar o livro na estante nesta semana, acabei recomeçando a leitura desde o início. Além de não perder nada com a releitura, e sim o contrário, só ganhar com isso, tenho consciência de como minhas leituras foram complicadas naquele ano de 2018. Avalio que tudo que li naquele ano precisaria ser relido para um aproveitamento melhor.

A primeira anotação minha no livro de Zé Dirceu, ao final do primeiro capítulo, lendo o livro no início do mês de setembro daquele ano, me lembra que mesmo tendo saído de um processo de perseguição e assédio moral na instituição onde havia terminado um mandato eletivo, um processo fraudulento de lawfare, arquivado um tempo depois por falta de provas, tive que sofrer por muitos meses ainda o terror das ameaças que chegavam a mim por parte de meus adversários políticos no patronato já sob o regime de exceção de Temer e Bolsonaro.

O fim de meu mandato e trabalho em Brasília, a volta para Osasco em SP, e as ameaças constantes de um processo inventado com carta anônima para me prejudicar na carreira de décadas no banco público ao qual dediquei minha vida, e ainda a forma como me silenciaram politicamente após mais de duas décadas de representação da classe trabalhadora, fez com que o ano de 2018 fosse um ano dificílimo para mim e, além disso, vivíamos no país a ascensão do mal com a prisão de nosso presidente Lula, vítima daquela operação canalha de lawfare chamada de Lava Jato, e, para terminar o ano de forma trágica, a eleição do clã de milicianos ao poder central. Tudo isso pesou na minha vida naquele ano.

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AULA DE HISTÓRIA DO BRASIL

"Dependíamos do carcereiro que, como alertaria depois o líder negro sul-africano Nelson Mandela, passava a ser o ser humano mais importante em nossas vidas." (p. 89)


Amigas e amigos leitores, nessa releitura desses dias, viajei pela história do Brasil nos sete capítulos que li. As Memórias de Zé Dirceu são aulas de nossa história, contadas com uma fluidez incrível.

Pelos temas dos capítulos, vocês podem ter uma ideia do que vamos conhecer de história: 

1. Se não me falha a memória; 2. Os primeiros passos na política; 3. Coração de estudante; 4. A oposição e suas armas; 5. Às armas, cidadãos!; 6. A batalha da Maria Antônia; 7. Cabras marcados para morrer...


Enfim, conhecer a nossa história é fundamental, inclusive para termos uma melhor perspectiva do momento atual no qual nos encontramos, de uma complexidade ímpar na história política do Partido dos Trabalhadores e do Brasil.

Sigamos estudando, ouvindo as pessoas, lutando por um mundo mais justo e solidário, um mundo livre do capitalismo para que possamos existir, e sigamos compartilhando o conhecimento e as nossas opiniões e ideias de forma honesta e militante.

William Mendes


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