O MENINO NO ESPELHO - FERNANDO SABINO
"The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind" (Bob Dylan)
Buscando alguma sobremesa cultural para dar mais sentido à pasta alimentícia diária e necessária (o trabalho, é o trabalho!), li o livro de Fernando Sabino O menino no espelho (1982), que comprei para meu filho usar na escola no bimestre escolar.
Li o livro no intervalo possível, durante a greve dos bancários. Comecei quinta à noite, depois da assembleia, e terminei agora à noite após a reunião do Comando Nacional dos bancários. (Ao som de Bob Dylan... "It ain't me babe"... "Mr. Tambourine man"... "Like a Rolling stone"... "I want you"... "Just like a woman"... "Blown' in the wind"... )
Que leitura leve e agradável. Me fez chorar de rir. (e isso é bastante raro!)
Foram tantas lembranças de peraltices de infância, algumas nem tão inocentes, outras até bem maldosas.
"O menino é o pai do homem" (William Wordsworth). De novo esta frase tão aclaradora.
Aliás, já confessei humildemente que, em matéria de literatura brasileira e mundial, sou todo lacunas. Eu nunca tinha lido nada de Fernando Sabino. Nem sabia que ele já havia morrido em 2004.
A vida é uma colcha de retalhos como aquela que uso, feita especialmente para mim por minha avozinha. A vida é uma colcha de imagens e instantes que guardamos do ontem.
É impressionante! Nunca me esqueci da cena do Rener, amigo da infância, rindo de chorar com o livro em mãos, citando partes em voz alta de O grande mentecapto (1979) - livro que por sinal até hoje não li! (sem dúvida, agora eu quero lê-lo - leitura feita em 2013)
Quem sabe naquele momento em que eu era um moleque maloqueiro em meus 12 ou 13 anos não tive naquela imagem um empurrãozinho para começar a pegar livros do meu primo Jorge Luiz para ler? Livros tipo best sellers, que a tia Lúcia comprava para ele, afinal, ela era funcionária pública e tinha um pouco mais de recursos que o restante da família. (meu primo me explicou depois que era ele quem comprava os livros porque já trabalhava e gostava de ler)
Durante as aventuras do livro, fui vendo em flash backs as várias cenas que estão em minha colcha de retalhos: o professor de física Jaime, que era gago e que eu tinha a cara de pau de sacaneá-lo; minha primeira briga na escola, de rolar no chão com outro moleque e depois a libertação, quando bati no moleque que mais aterrorizava a meninada da rua; dos primeiros deslumbramentos com as garotas; das casas que morei e do barracão com trocentas goteiras pingando água da chuva e meus pais correndo com os baldes pra lá e pra cá; lembrança até da única vez em que matei um passarinho, igualzinho ao personagem do livro - até hoje aperta o peito só de lembrar.
Olha, o livro me foi muito bem.
O menino no espelho (1982)
Fernando Sabino (1923-2004)
Editora Record - 82a edição
The answer is blowin' in the wind" (Bob Dylan)
Buscando alguma sobremesa cultural para dar mais sentido à pasta alimentícia diária e necessária (o trabalho, é o trabalho!), li o livro de Fernando Sabino O menino no espelho (1982), que comprei para meu filho usar na escola no bimestre escolar.
Li o livro no intervalo possível, durante a greve dos bancários. Comecei quinta à noite, depois da assembleia, e terminei agora à noite após a reunião do Comando Nacional dos bancários. (Ao som de Bob Dylan... "It ain't me babe"... "Mr. Tambourine man"... "Like a Rolling stone"... "I want you"... "Just like a woman"... "Blown' in the wind"... )
Que leitura leve e agradável. Me fez chorar de rir. (e isso é bastante raro!)
Foram tantas lembranças de peraltices de infância, algumas nem tão inocentes, outras até bem maldosas.
"O menino é o pai do homem" (William Wordsworth). De novo esta frase tão aclaradora.
Aliás, já confessei humildemente que, em matéria de literatura brasileira e mundial, sou todo lacunas. Eu nunca tinha lido nada de Fernando Sabino. Nem sabia que ele já havia morrido em 2004.
A vida é uma colcha de retalhos como aquela que uso, feita especialmente para mim por minha avozinha. A vida é uma colcha de imagens e instantes que guardamos do ontem.
É impressionante! Nunca me esqueci da cena do Rener, amigo da infância, rindo de chorar com o livro em mãos, citando partes em voz alta de O grande mentecapto (1979) - livro que por sinal até hoje não li! (sem dúvida, agora eu quero lê-lo - leitura feita em 2013)
Quem sabe naquele momento em que eu era um moleque maloqueiro em meus 12 ou 13 anos não tive naquela imagem um empurrãozinho para começar a pegar livros do meu primo Jorge Luiz para ler? Livros tipo best sellers, que a tia Lúcia comprava para ele, afinal, ela era funcionária pública e tinha um pouco mais de recursos que o restante da família. (meu primo me explicou depois que era ele quem comprava os livros porque já trabalhava e gostava de ler)
Durante as aventuras do livro, fui vendo em flash backs as várias cenas que estão em minha colcha de retalhos: o professor de física Jaime, que era gago e que eu tinha a cara de pau de sacaneá-lo; minha primeira briga na escola, de rolar no chão com outro moleque e depois a libertação, quando bati no moleque que mais aterrorizava a meninada da rua; dos primeiros deslumbramentos com as garotas; das casas que morei e do barracão com trocentas goteiras pingando água da chuva e meus pais correndo com os baldes pra lá e pra cá; lembrança até da única vez em que matei um passarinho, igualzinho ao personagem do livro - até hoje aperta o peito só de lembrar.
Olha, o livro me foi muito bem.
O menino no espelho (1982)
Fernando Sabino (1923-2004)
Editora Record - 82a edição
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