sexta-feira, 9 de julho de 2010

Refeição Cultural X

Foto divulgação

Sobre A MALDADE

Assisti a um episódio de Arquivo X depois que cheguei a casa, após um dia cansativo de trabalho. Pra relaxar!

O episódio se chama "Empedocles" e pertence ao oitavo ano da série (foi exibido em 2001).


Empedocles (Empedocles)

Roteiro por: Greg Walker Direção por: Barry K. Thomas

Episódio voltado para o que aconteceu com o filho de John Dodgett. Scully passa mal e fica internada durante o episódio inteiro, mas ao final se encontra com Mulder e recebe dele um presente: uma boneca que pertencia à família. Já quanto ao caso, a agente Reyes convence Mulder (ja fora do Arquivo X e do FBI) a ajudá-la a investigar mortes que poderiam de alguma forma estarem ligadas ao acontecido ao filho de John. O padrão semelhante teria sido a ocorrência de visões, às quais Reyes e Dodgett compartilhavam, de que os corpos das vítimas estariam queimados (quando na verdade não estavam). Os casos seriam motivados por uma espécie de entidade espiritual, que passava de pessoa para pessoa, e que as estimulavam a cometer os crimes. FONTE: WIKIPÉDIA



COMENTÁRIO E REFLEXÃO

O episódio debateu um tema que me deixou pensando: A MALDADE.

Mulder, o agente especial do FBI e responsável pelos arquivos X, fala sobre uma possibilidade que ele passou a acreditar, com o tempo de profissão, a respeito da motivação para crimes violentos meio-que inexplicáveis e surpreendentes.

A tese é mais ou menos assim:

Quando trabalhava na seção de crimes violentos, o agente tentava estudar os casos e buscar as motivações para as maiores monstruosidades feitas pelas pessoas.

Em geral, busca-se a explicação em traumas psicológicos de infância, ambientes problemáticos ou coisas do gênero. Explicação que acaba relacionando o fato ao convívio e ambiente social.

Mas, muitas vezes, as explicações não eram suficientes para dar conta de tanta maldade do e no ser humano.

Mulder pensou então na Maldade como uma doença que passou de tempo em tempo, de século em século, a contaminar as pessoas. Não todas. Mas, a contaminar as pessoas a partir de algum evento ou choque que desbloqueasse nossos freios, nossas defesas e anticorpos contra esse mal, essa Maldade.

A partir de então, não haveria mais limites à pessoa comum invadida pela Maldade.

FIQUEI PENSANDO SOBRE ISSO...

A Maldade poder invadir e contaminar qualquer pessoa a partir de determinado evento em sua vida ou no seu ambiente de convívio.

Lembrei-me dos textos de Freud falando sobre as reações de pessoas boas e comuns em um campo de batalha. A descrição dele sobre os absurdos e surpresas que podem advir de pessoas comuns sob pressão e no limite é chocante.

Lembrei-me também de pessoas doces explodindo em fúria de repente. Quem nunca viu isso!?

Lembrei-me da decepção que tive comigo mesmo quando fui assaltado, na vez mais recente, junto com várias pessoas trabalhadoras na passarela da estação de trem da CPTM em Presidente Altino, em 2009.

Escrevi na época que "achava" que o movimento sindical havia me humanizado substancialmente, mas aí veio aquele assalto covarde de vários meliantes assaltando à mão armada várias pessoas pobres que iam e voltavam do trabalho.

Senti um ódio e um desejo de matar aqueles caras pessoalmente - pela covardia deles em prejudicar pobres. Ali, fiquei decepcionado comigo mesmo. Vi que a ira ainda mora em mim.

SENSACIONALISMO DO MOMENTO SOBRE MALDADE...

Outra coisa que me veio à cabeça foi o caso recente do goleiro Bruno, do Flamengo, que está sendo acusado de participar de assassinato brutal de ex-amante. Acusação que aponta para requintes de maldade inimagináveis. Não acho que devemos julgar ninguém até que a justiça e a lei provem qualquer coisa, mas se for como dizem que foi... é barbarie pura!

SERÁ QUE A MALDADE É UMA DOENÇA CONTAGIOSA?

Será que convivemos com ela - A Maldade - desde sempre e ela vem pegando as pessoas aqui e ali com suas imunidades "antimaldade" baixas?

O episódio e a fala final de Mulder me deixou pensando muito. Até agora quedo refletindo...

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