sábado, 12 de março de 2016
Opinião: Atos de 13/3 convocados por golpistas e corruptos
Neste domingo, dia 13 de março de 2016, acontece mais um ato no Brasil chamando o povo para as ruas, convocado por uma caterva de corruptos, corruptores, patrões e empresários, partidos de direita, grupos neonazistas, sociedades secretas marcadas por todo tipo de ódio e preconceito, todos liderados pelos meios de comunicação concentrados nas mãos de famílias bilionárias que já têm em seu histórico um mar de sangue por participarem de golpes civis e militares e derrubada de governos que tinham maior afinidade com o povo trabalhador e mais humilde do país.
Eu tenho 46 anos de idade (nasci no ano seguinte ao AI 5) e minha primeira infância foi marcada por lembranças dos efeitos de viver em um país nos anos 70 e 80 que era governado por militares após o golpe civil-militar de 1964 perpetrado pelos mesmos grupos econômicos e midiáticos que estão convocando o povo brasileiro para as ruas para construir um cenário de derrubada do governo Dilma Rousseff e a volta aos anos de exceção em nosso querido Brasil.
É minha obrigação e meu dever alertar sobre as consequências trágicas advindas de golpes, é meu dever como representante eleito pelos trabalhadores nos últimos 15 anos para desempenhar tarefas e mandatos que têm relação direta com os direitos que esses trabalhadores têm e reivindicam.
Há 15 anos sou eleito por trabalhadores para organizá-los, representá-los, mobilizá-los e defender os interesses desses milhares de trabalhadores. Eu me tornei neste período um estudioso dos temas do mundo do trabalho e da história de luta dos trabalhadores brasileiros. Mudei minha vida completamente em função de minha militância social. Todos que me conhecem sabem disso.
É muito difícil lutar contra o sistema hegemônico. Lutar contra os capitalistas, contra os donos do poder porque são donos de tudo. Eles detêm todos os meios materiais para manipular a massa de trabalhadores, achacar seus líderes e representantes, comprar consciências, e sobretudo, desde o advento da criação dos meios de comunicação de massa, lá no início do século XX, os donos do poder e donos dos meios de comunicação, independente da linha ideológica, passaram a deter o poder total de manipular as populações.
Todo o século XX é marcado pelo peso dos meios de comunicação no início, meio e fim de golpes, de guerras, de manipulações nos Estados e países.
Você trabalhador que não vive e não é parte dos grupos que são donos do poder econômico não tem e nunca terá benefícios em apoiar empresários, banqueiros, grupos conservadores e contrários aos direitos humanos e contrários ao conjunto de reivindicações cotidianas da classe trabalhadora.
Você trabalhador não tem vantagem alguma em ficar ao lado desses grupos que pregam ao longo de nossa história derrubar governos que fizeram mais pelo povo trabalhador e humilde, os milhões de excluídos da Casa Grande, como os governos de Lula e Dilma, de João Goulart, do segundo governo de Getúlio ou Juscelino.
Os trabalhadores que represento há tantos anos viveram a pior década de suas vidas nos anos 90, durante o período em que estava no poder os grupos que estão convocando para as manifestações deste domingo. Passei uma boa parte de minha vida estudando sobre isso e lutando contra toda a desgraça que foram os governos do PSDB somados a todas as famílias da imprensa golpista e manipuladora.
Os trabalhadores não devem jamais ficar contra as entidades da classe trabalhadora como os sindicatos e associações de defesa dos direitos trabalhistas, civis, sociais e humanos.
Eu vi mortes e suicídios dentro do Banco do Brasil nos anos 90, entrei no BB em 1992. Eu vi muita miséria nos anos 70 quando eu era criança no Brasil dos governos ditadores apoiados pela imprensa golpista e pelos empresários e banqueiros. Vi muita miséria nos anos 80. Vi muita miséria nos anos 90.
E vi o povo brasileiro ascender como nunca antes em nosso querido Brasil. Vi o clima de democracia sob os governos do PT permitir políticas e avanços históricos no valor dos salários dos brasileiros (e a elite odeia isso); vi as políticas afirmativas e sociais melhorarem a situação dos negros e descendentes de negros. Vi dezenas de milhões de miseráveis (o tal exército de reserva do capitalismo) ascenderem às condições das tais classes médias (poder de consumir coisas que eram de poucos). Vi o Brasil enfrentar a nova crise do capitalismo (crash de 2008) de forma muito melhor que os países centrais no mundo.
Protestar é um direito sagrado que nós voltamos a conquistar com o fim da ditadura civil-militar imposta ao Brasil e aos brasileiros em 1964 por aqueles que estão chamando os trabalhadores para a rua neste domingo, 13/3. Foi a Rede Globo, o Estadão, a Folha, a Editora Abril, a Fiesp, parte dos empresários e banqueiros e ruralistas que colocaram o Brasil no silêncio, no fim das liberdades e na miséria por décadas.
Não é do interesse da classe trabalhadora estar ao lado dos golpistas contra o governo Dilma, contra os partidos de esquerda, contra os movimentos sociais, não é de interesse das minorias ainda vítimas dos preconceitos seculares do modelo capitalista estarem ao lado daqueles que querem vender e leiloar as riquezas do Brasil e continuarem roubando nosso país no silêncio da parceria com os meios de comunicação que fazem manipulação de massa a todos nós, com uma forma de totalitarismo de comunicação que nos é impossível não ser manipulados e não defender os interesses deles, às vezes nos colocando contra quem está do nosso lado.
Trabalhadores e povo que são vítimas históricas dos golpistas que nos convocam para sermos parceiros deles no golpe contra o Brasil e contra a democracia, não sejamos manipulados por eles. O que é bom para a Rede Globo/Marinhos, Estadão/Mesquitas, Folha/Frias, Abril/Civitas, Fiesp, Paulinho da Força, Bolsonaros e Malafaias, parte do judiciário que não atua de forma igualitária, e demais tranqueiras do gênero, não é bom para a classe trabalhadora que representamos.
É minha opinião e peço uma reflexão profunda aos meus colegas da Comunidade Banco do Brasil, uma comunidade que tanto já sofreu em decorrência de golpes na democracia, cortes de direitos civis, sociais e trabalhistas ao longo destes mais de 200 anos de Banco do Brasil e comunidade que tanto respeito nestes longos anos de representação.
William Mendes
Cidadão brasileiro
Funcionário do BB desde 1992
Representante dos trabalhadores
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Um comentário:
Tenho orgulho de ser leitor do seu blog. A grande mídia é o ópio do povo!!!
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