Libertinagem é DEMAIS! |
Segunda-feira, estou em Brasília. Parei de trabalhar depois das 21h. Foram 12 horas de trabalho.
Para relaxar um pouco, aproveitei que estou sozinho para voltar aos velhos tempos sem incomodar ninguém (talvez os vizinhos).
Ouvi um pouco de música, sempre, sempre, de minha época de ouro musical, anos oitenta e noventa. Comecei com David Bowie e depois enveredei pelo pop.
Após uma hora de boa música, fiz o que tinha hábito em minha época da Faculdade de Letras. Catei meu livro do Manuel Bandeira e reli inteiro Libertinagem...
Na verdade, declamei em voz alta, interpretei os poemas de Bandeira. Relembrei meus tempos de sarau!
Foi bem legal reler este clássico da poesia modernista brasileira!
Gente, poemas antológicos: Andorinha, Profundamente, Vou-me embora pra Pasárgada, Evocação do Recife, Belém do Pará, Porquinho-da-Índia, Poética...
Fica aqui o que mais marca o momento de meu eu, de minha vida.
"O Cacto - Manuel Bandeira
Aquele cacto lembrava os gestos desesperados da estatuária:
Laocoonte constrangido pelas serpentes,
Ugolino e os filhos esfaimados.
Evocava também o seco Nordeste, carnaubais, caatingas...
Era enorme, mesmo para esta terra de feracidades excepcionais.
Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz.
O cacto tombou atravessado na rua,
Quebrou os beirais do casario fronteiro,
Impediu o trânsito de bondes, automóveis, carroças,
Arrebentou os cabos elétricos e durante vinte e quatro horas
[privou a cidade de iluminação e energia:
- Era belo, áspero, intratável."
William
Cidadão
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