sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Diário - 090916 (24 anos após 090992)



24 anos de Banco do Brasil...
E de lutas coletivas...

090992 - 090916

No dia 9 de setembro de 1992 me apresentei ao gerente da Agência Rua Clélia, em São Paulo. Era o dia da minha posse como funcionário do Banco do Brasil, aprovado em concurso nacional para escriturário (Carreira Administrativa E-1), concurso que foi até cancelado por fraude em Brasília. Tive que passar duas vezes no mesmo certame para ser chamado.

Eu já conhecia um pouco o ambiente do Banco do Brasil porque era estagiário na Agência Ceagesp, onde fiquei entre os dias 20 de fevereiro de 1992 a 8 de setembro de 1992. Me desliguei em um dia para tomar posse no outro. Eu era estudante de Ciências Contábeis na época.

Antes de minha posse no Banco do Brasil, já havia tido a oportunidade de ser bancário na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, porque fui trabalhador do Unibanco entre 20 de abril de 1988 e 31 de maio de 1990.

Na mesma época em que passei no concurso do Banco do Brasil, havia passado também no concurso da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET SP). Acabei escolhendo o BB porque a jornada de trabalho era de 6 horas. (a gente nunca sabe o que a vida nos reserva... quem diria que eu passaria a maior parte da minha vida de bancário trabalhando longas jornadas, como hoje)

Entrei no Banco do Brasil na era Fernando Collor de Mello. Meu salário inicial era de Cr$ 3.036.770,00 mensais mais 1% sobre o VP a cada 365 dias de efetivo exercício. Está escrito isso em minha carteira de trabalho. (4 anos depois, em 1996, o PSDB extinguiu de forma arbitrária esse meu direito ao anuênio, direito que está escrito até hoje em minha CTPS; e na época o pessoal das correntes sindicais de oposição à Articulação Sindical da CUT diziam que isso era "direito adquirido" e que ninguém iria mexer no meu direito... eu vivo dizendo aos meus pares o quanto conhecer história é fundamental na vida do trabalhador)

Enfim, virei bancário do BB, trabalhei na Agência Rua Clélia, depois tomei uma transferência automática para a Agência Barra Funda (o gerente geral recebeu da Super a encomenda de se livrar dos militantes do Sindicato) e por fim trabalhei na Agência Vila Iara, Osasco.

Em 2002 fui eleito diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. Fui liberado para exercer atividade sindical em 5 de agosto de 2002 e depois de uma parte de minha vida dedicada à construção das lutas dos bancários do BB e demais trabalhadores, dedicada à antiga CNB/CUT (depois Contraf-CUT) e dedicada à própria Central Única dos Trabalhadores (CUT), cheguei hoje aos 24 anos de Banco do Brasil exercendo a função de Diretor de Saúde e Rede de Atendimento da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, eleito pelos associados, colegas da ativa e aposentados.

Passei os últimos 24 anos de minha vida lutando como trabalhador bancário do Banco do Brasil e também como trabalhador bancário do Unibanco. Eu olho para trás e reflito que busquei fazer tudo o que esteve ao meu alcance em benefício da categoria na qual estou inserido, e sigo fazendo isso, a partir do espaço de representação em que me encontro.

Entrei sob a era Collor. Enfrentei e sobrevivi - assim como parte de meus colegas - aos dois desgovernos do PSDB. Participei das lutas dos bancários por direitos nos dois governos de Lula, do PT, e dos governos Dilma, do PT. E depois de um ciclo de 24 anos de carteira assinada no Banco do Brasil, faz alguns dias que estamos todos e todas sob um governo que não foi eleito pelo povo... com agendas de destruições dos direitos dos trabalhadores em andamento...

24 anos de trabalho no Banco do Brasil é uma jornada de lutas considerável. Mas estamos aqui e seguimos lutando, porque fazemos o que tem que ser feito.

William

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