sábado, 17 de junho de 2017

Leitura: Por quem os sinos dobram (1940) - Ernest Hemingway


Livros que li de Hemingway e livros
que li do ano passado pra cá.

Refeição Cultural

"Hoje é apenas mais um dia entre todos os que virão. Mas o que vai acontecer em todos os outros dias que ainda virão depende do que você fizer hoje. Foi assim o ano todo. Foi assim tantas vezes. Toda esta guerra é assim..." (Robert Jordan, Por quem os sinos dobram)


"Ele tinha apenas uma coisa a fazer: deveria estar muito consciente de sua tarefa e enfrentar o que quer que acontecesse, sem outras preocupações. Preocupar-se era o mesmo que sentir medo. Simplesmente tornava tudo mais difícil..." (narrador, Por quem os sinos dobram)


Ler Por quem os sinos dobram (1940), de Ernest Hemingway, é um feito pessoal de prazer e autoconhecimento. Tenho um sonho antigo de ler muitas obras clássicas da literatura mundial. O desejo de ler uma lista enorme de livros clássicos é sempre muito maior que a minha capacidade de leitura.

Tenho lido compulsivamente nas poucas horas de folga que tenho de meu trabalho, que é técnico e político e exige muita dedicação e estudos diários. Estar na função eleita de Diretor de Saúde e Rede de Atendimento da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil é um desafio extremamente difícil, principalmente para realizar um mandato da maneira como nos formamos na representação de trabalhadores, de forma intensa e integral.

De Hemingway, passei a vida quase que só conhecendo o seu clássico O velho e o mar (1952), que já li 5 vezes. Foi então que decidi conhecer mais obras dele após reler O sol também se levanta (1926) em janeiro deste ano. Em seguida, acabei lendo Adeus às armas (1929) e agora terminei o grosso volume do romance Por quem os sinos dobram (1940).

Não vou parar por aqui, em relação a Hemingway. Vou atrás de mais algumas obras dele para incluir na lista infindável de livros a ler.

O cenário em que a estória se passa é o da Guerra Civil Espanhola (1936-39). Não foi por acaso que estou enveredando por obras que de alguma forma nos fazem refletir sobre o momento por que passa o nosso querido Brasil após o Golpe de Estado em 2016, aplicado por uma camarilha de ladrões e fascistas com apoio internacional de países imperialistas e de grandes corporações. O mundo passa por um contexto político e econômico muito semelhante ao período que marcou a 1ª Guerra Mundial, o crash de 1929 e a 2ª Guerra Mundial.

Ao ler sobre as atrocidades cometidas na Guerra Civil Espanhola, entre os dois lados, e ver o quanto o fato foi marcado pelo ódio e pela influência das diversas questões pungentes à época - comunismo, socialismo, republicanismo, liberalismo, fascismo, nazismo, catolicismo, totalitarismo e outros ismos - vemos o quanto estamos próximos de guerras semelhantes, tanto internas nos países, quanto entre países ou grupos que extrapolam bandeiras e pátrias.

Desde o ano de 2016 tenho lido muito a respeito de contextos históricos que levaram países à guerras e golpes de Estado. Mesmo trabalhando jornadas diárias em 3 períodos durante meu mandato de gestor de saúde, escrevi 181 postagens neste Blog ano passado e já postei 65 textos neste ano.

Enfim, dedicar horas de nossa vida à leitura e estudo das grandes questões humanas é algo central para não sermos meras marionetes de sistemas de manipulação de massas. Estudar e ler textos complexos é base para a formação intelectual e moral dos seres humanos.

As duas citações que coloquei de epígrafe retratam bastante o que penso de meu trabalho militante pela entidade de saúde que me destacaram como tarefa de representação de trabalhadores.

Apesar da abertura da Caixa de Pandora em nosso País, do envenenamento do povo brasileiro com um ódio plantado pelos golpistas, liderados pelos empresários dos meios de comunicação monopolizados, eu me formei acreditando na Política como solução pacífica das controvérsias, e para evitar as guerras e mortes e extermínios dos outros, do diferente, do diverso de mim.

Recomendo muito a leitura desta obra de Hemingway, a Espanha de ontem tem muita semelhança com o Brasil de hoje.

Abraços,

William
Um leitor

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