Hemingway escreveu esta peça estando em Madri sob bombardeio dos fascistas de Franco. |
Refeição Cultural
De pouco em pouco, vou conhecendo as obras do grande escritor americano Ernest Hemingway. Acabei a leitura da única peça de teatro feita por ele, em 1938, no auge da Guerra Civil Espanhola. E ele nos diz em que condições a escreveu: se encontrava no cenário da guerra, a cidade de Madri, que estava sob ataque das forças franquistas.
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"Todos os dias éramos bombardeados pelos canhões postados à retaguarda de Leganés, nos contrafortes das colinas de Garabitas, e o hotel Flórida, onde vivíamos e trabalhávamos, foi atingido por mais de trinta e oito projéteis de grande poder explosivo..." (Prefácio)
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Até o ano passado (2016), eu conhecia duas obras de Hemingway, que acabei relendo antes de começar as leituras de novos trabalhos: O velho e o mar (1952) e O sol também se levanta (1926). Neste ano, já li Adeus às armas (1929) e Por quem os sinos dobram (1940).
As postagens no Blog sobre Hemingway podem ser lidas clicando AQUI.
Muitas pessoas não sabem o que quer dizer "quinta-coluna". Eu conheci o significado quando entrei para o movimento sindical.
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"(...) A história conta que quatro colunas das forças golpistas avançaram sobre Madri e a mantiveram sob ataque. Havia, no entanto, uma força agindo dentro da cidade, transmitindo informações - indicando alvos para os bombardeios -, realizando atos de sabotagem e assassinatos. Era a chamada Quinta-Coluna, termo que passou a designar grupos ou indivíduos que atuam subrepticiamente, num país, ou num partido, a serviço de seus inimigos..." (Apresentação)
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Dias atrás, ouvi a expressão em uma declaração do Senador da República, Roberto Requião (PR), quando ele disse o que pensa do sujeito que preside a nossa Petrobras após o Golpe de Estado que o Brasil sofreu em 2016. O sujeito é um lesa-pátria e está destruindo a capacidade operacional e de investimento da empresa e está vendendo a preço vil nossas reservas de petróleo e o nosso patrimônio nacional. Requião diz que ele ou é um idiota ou um Quinta-Coluna, um infiltrado da CIA para entregar a nossa soberania nacional na área.
A edição que tenho, da Bertrand Brasil, traz dois textos de apresentação. Um de Ênio Silveira, o tradutor, e outro de Luiz Antonio Aguiar. O Prefácio do próprio Hemingway fala sobre o contexto em que ele escreveu a obra.
Guerra é guerra. Eu sempre disse minha opinião a respeito de preferir a valorização da Política em relação à guerra, para a solução das grandes questões das organizações sociais. A direita e os grandes donos do capital atuam para que a política seja enfraquecida e para que o povo seja alienado politicamente, de maneira que seja mais fácil a operação de manipulação das massas através dos aparelhos ideológicos de comunicação e cultura.
Hemingway nos lembra, em seu prefácio, da violência existente no contexto de guerra, de não-política.
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"As forças inimigas que avançavam sobre Madri não tinham o hábito de poupar seus prisioneiros. Da mesma forma, os membros da quinta-coluna que fossem apanhados dentro da cidade nas semanas iniciais da Guerra Civil eram também eliminados sumariamente. Com o correr do tempo, passaram a ser submetidos à Justiça e condenados a trabalhos forçados ou à morte, dependendo da gravidade dos crimes que houvessem cometido contra a República. Nos primeiros dias, entretanto, eram sempre fuzilados. Mereciam isso, pelas regras de luta, e por certo o esperavam." (Hemingway)
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Enfim, tenho me identificado muito com as obras deste grande autor do século 20. A leitura é recomendável para os amantes da literatura universal.
Abraços aos amig@s leitores.
William
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