domingo, 7 de abril de 2019

Texto e Discurso em Língua Espanhola (I) - Noções de texto e discurso


Um dia azul em Osasco (SP).
Foto de William Mendes.

Refeição Cultural

Desde a criação do blog Refeitório Cultural, há mais de uma década (criado no final de 2007), um dos objetivos deste espaço de cultura é compartilhar os ensinamentos do curso de Letras da Universidade de São Paulo (USP), por se tratar de uma universidade pública e por querer retransmitir para todos os cidadãos interessados aquilo que tive a oportunidade de aprender através dos recursos do povo.

Entrei no curso de Letras da USP no início dos anos dois mil, mas acabei tendo dificuldades de agenda por causa do meu trabalho e este fato alongou minha permanência no curso para o cumprimento da grade curricular. Com o passar dos anos na graduação em Português-Espanhol, e com a participação em cada uma das muitas disciplinas que fiz, foi ficando impossível postar as aulas, inclusive porque escrevê-las demanda um trabalho imenso de revisão das anotações para não postar coisas sem sentido.

Fui aceito para retornar à graduação e completar alguns créditos para colar grau em uma das duas disciplinas que havia feito. Achei melhor retornar ao curso que colar grau só em uma das graduações feitas.


Esta disciplina abordará aspectos da Língua Espanhola como, por exemplo, os processos de configuração textual em espanhol, incluindo técnicas discursivas, práticas de leitura e escrita e interpretação de sentidos nos textos e discursos.

Vou postar o que for possível sobre as aulas, e sempre com a minha visão e interpretação das anotações da matéria, isentando os professores de qualquer responsabilidade pelo que escrevo aqui. Esta matéria faço com o professor Adrián, que é muito bom.

A parte relativa aos objetivos, programa resumido e programa é uma reprodução do oferecimento da matéria no site da Universidade e é de domínio público.

Abraços aos leitores que se interessarem pelo tema.

William


-----------------------------

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH)

Letras Modernas

Texto e Discurso em Língua Espanhola


Objetivos:


A disciplina abordará aspectos do funcionamento da língua espanhola de especial interesse para o processo de configuração textual e para o reconhecimento das determinações discursivas nesse processo. Visa ainda ao desenvolvimento e consolidação de práticas de leitura e escrita nos alunos e à reflexão sobre sua projeção didática.

Programa Resumido:

Desenvolvimento e consolidação de práticas de leitura e escrita nos alunos e à reflexão sobre sua projeção didática.

Programa:

I. Conceitos e unidades para o estudo do texto e do discurso.
Gêneros de discurso e outros modos de agrupar séries textuais. Tipos de sequência textual.
O paratexto e sua função configuradora.
As vozes no texto. Reconhecimento de marcas de heterogeneidade.

II. Referenciação. A construção e retomada de objetos no texto.
As relações de correferência. O papel das palavras fóricas: demonstrativos, pronomes, artigo.
A correferência lexical e a produção de sentido.
As reformulações, exemplos e definições.

III. O contraste argumentativo. A contraposição de objetos e perspectivas.
Construções contrastivas e opositivas: coordenação, disjunção, enumeração, paralelismo sintático, formas distributivas, antonímia. Papel contrastivo dos pronomes tônicos.
Construções adversativas e concessivas: os conectivos adversativos e a orientação argumentativa. A factualidade nas concessivas, a alternância de modos e seus efeitos de sentido.

Fonte: Uspdigital.usp.br

-----------------------------

(anotações das aulas em língua espanhola e portuguesa. As incorreções no texto são de minha responsabilidade porque não sou um falante fluente do espanhol)

Texto e Discurso em Língua Espanhola

FLM0630

Clase 1

28 de febrero de 2019.


(aula do professor Adrián. Quando citar partes de textos dados em classe, a referência intelectual e produtiva é de nosso professor. Eventual equívoco conceitual é de minha responsabilidade)


La unidad 1 tendrá como contenidos:

"1. Conceptos y unidades para el estudio del texto y del discurso.

Nociones de texto y discurso. Géneros de discurso y otros modos de agrupar series textuales. Las voces en el texto. Reconocimiento de marcas de heterogeneidad." (programa)


La unidad 1 va a estudiar conceptos más generales y que sirven para muchas lenguas. Las unidades 2 y 3 serán más específicas para el estudio de la lengua española.

Para desarrollar los conceptos de "texto" y "discurso", el profesor trajo algunas reflexiones de autores y especialistas en lenguaje. Reproduzco abajo los extractos con las citas. Los alumnos tuvieron en clase análisis de textos dados como ejemplos por el profesor.


1. Maingueneau, Dominique. Análise de textos de comunicação. 6ª edição ampliada. São Paulo: Cortez, p. 64, grifo no original.

"Texto" emprega-se igualmente com um valor mais preciso quando se trata de apreender o enunciado como um todo, como constituindo uma totalidade coerente. O ramo da linguística que estuda essa coerência chama-se precisamente "linguística textual". Com efeito, tende-se a falar de "texto" quando se trata de produções verbais orais ou escritas, estruturadas de forma a perdurarem, a se repetirem, a circularem longe de seu contexto original.

2. Orlandi, Eni. Discurso e leitura. São Paulo: Cortez, 1988, p. 59.

Um texto, tal como ele se apresenta enquanto unidade (empírica) de análise, é uma superfície linguística fechada nela mesma: tem começo, meio e fim. Como diz Pêcheux (1969) é impossível analisar um discurso como texto, enquanto superfície fechada nela mesma, "mas é necessário referi-lo ao conjunto de discursos possíveis a partir de um estado definido das condições de produção". Ou seja, é preciso tomar o texto como discurso, enquanto estado determinado de um processo discursivo. O conceito de discurso deve aí ser entendido enquanto conceito teórico que corresponde a uma prática: efeito de sentido entre locutores.

3. Fiorin, José Luiz. "Da necessidade de distinção entre texto e discurso". Em Brait, Beth e Souza e Silva, Maria Cecília (orgs.) Texto ou discurso? São Paulo: Contexto, 2012, p. 148.

Há diferenças entre texto e discurso. Este é da ordem da imanência, e aquele do domínio da manifestação. Cabe lembrar, inicialmente que imanência e manifestação pertencem à metalinguagem e, por conseguinte, não portam nenhum índice de valor a eles associados na linguagem-objeto: imanente não é o mais profundo, o mais importante, etc. A manifestação é a presentificação da forma de uma dada substância, o que significa que o discurso é do plano do conteúdo e o texto do plano da expressão. Em outras palavras, este é da ordem do sensível, enquanto aquele é do domínio do inteligível. O texto é a manifestação de um discurso. Assim, o texto pressupõe logicamente o discurso, que é, por implicação, anterior a ele.

4. Possenti, Sírio. "Observações esparsas sobre discurso e texto". Cadernos de Estudos Linguísticos, n. 44, 2003, p. 212.

Um discurso nunca equivale a um texto, seja porque pode "haver" mais de um discurso em um mesmo texto (por efeito do interdiscurso), seja principalmente, porque um discurso se materializa tipicamente em uma dispersão de textos (como assinalou Foucault).

5. Orlandi, Eni. Análise de discurso. Princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 2004, p. 63.

O texto é a unidade que o analista tem diante de si e da qual ele parte. O que faz ele diante de um texto? Ele o remete imediatamente a um discurso, que, por sua vez, se explicita nas suas regularidades por referência a uma ou outra formação discursiva, que, por sua vez, ganha sentido porque deriva de um jogo definido pela formação ideológica dominante naquela conjuntura.

6. Agenot, Marc. Interdiscursividades. Hegenomías y disidencias. Cordoba: UNC, 2010.

Convengamos, de manera puramente empírica, em llamar "discurso social" a todo lo que se dice y escribe en un estado de sociedad, todo lo que se imprime, todo lo que se habla y se representa hoy en día en los medios de comunicación electrónicos; todo lo que se narra y se argumenta, si postulamos que narrar y argumentar son los dos grandes modos de puesta en discurso. O mejor, llamemos "discurso social" no al todo empírico, cacofónico e al mismo tiempo redundante, sino a los sistemas cognitivos, a las distribuciones discursivas, a los repertorios tópicos que en una sociedad dada organizan lo narrable y lo argumentable, aseguran una división del trabajo discursivo, según las jerarquías de distinción y las funciones ideológicas que se han de cumplir y preservar.

-----------------------------

Aun la clase 1

28 de febrero de 2019.


Para la clase fue sugerida la lectura de dos artículos para reflexiones a respecto de la temática de la disciplina. Los artículos están citados abajo:

- “Roma”, una película en español subtitulada en español (Fuente: elpais.com/cultura – Madrid/México - 9/1/2019)

- “Manifiesto de la comunidad científica, académica y docente por la paz en Venezuela” (Fuente: eldesconcierto.el – Chile - 5/2/2019)


Yo hice la lectura de los artículos después de la clase porque fue mi primera participación en la disciplina. Los textos son muy buenos y nos llevan a reflexionar sobre las cuestiones ideológicas y discursivas que fueran destacadas en la clase por el profesor.


Apuntamientos hechos en la clase:

- diferencias y relaciones entre “texto” y “discurso”.

- intertextualidad – polifonía – dialogismo


Texto: “Roma” – extractos y comentarios:

“Es parroquial, ignorante y ofensivo para los propios españoles”

- “parroquial” – algo de un territorio pequeño; no tiene referencia con tema religioso; provinciano.

“enciende un debate sobre el español como una lengua común”

- lengua común X algo provinciano – ¿es o no es provinciano “traducir” de español al español? (solamente en España Netflix presentó la película con subtítulo en español de España)


FÍJENSE: términos: presupuesto – implícito – preconstruido

ELEMENTOS DEL DISCURSO EN EL TEXTO 


- oposición global X local – presupuesto de que “global” sería algo mejor que “local”.

- hay otros presupuestos en el texto: “En esa riqueza de la lengua compartida abunda un libro de inminente aparición…” – la lengua española es rica.

Acá tenemos también el mercado como eje. Hay una posición del mercado editorial en el texto al informar que son más de 500 millones de lectores y “apenas 20 de cada 10.000 palabras gráficas son de uso no general”, o sea, no hay necesidad de traducción entre los hablantes del español.

- aun con el eje de mercado: el español es una lengua global; imagen de bajo riesgo al invertir en el mercado editorial en lengua española.


POLIFONÍA

Cuando algo sueña a… es polifonía.

Ej.: el párrafo que dice sobre la vigilancia de la Real Academia: “una entidad que agrupa a las 23 instituciones que vigilan el buen uso del idioma”.


INTERTEXTUALIDAD

Cuando hay citas en los textos.


DIALOGISMO

Algo contra argumentativo; que se anticipa a un argumento.

Ej.: “No es para entender los diálogos; es para colonizarlos”.



Texto 2: “Manifiesto de la comunidad científica, académica y docente por la paz en Venezuela”

Un ejemplo de marca de discurso en el texto:

“Rechazamos decididamente otra intervención militar en nuestro continente. Parece que, como una vez dijera José martí, en Venezuela está llegando ‘la hora de los hornos y no se ha de ver más que la luz’.”

- claramente se ve la referencia al golpe de estado en Chile en los años setenta con apoyo de los EEUU, aunque no esté escrito en el texto. Es una marca del discurso.



(lembrando que o objetivo deste blog é partilhar conhecimento dentro do conceito de copy left)


Nenhum comentário: