Invisibilidade sufocante (talvez estejamos no limiar da natureza social do animal humano)
Antes do domínio das empresas de tecnologia da comunicação e redes sociais (exemplos: Google, Facebook, Whatsapp), há pouco mais de 15 anos, a invisibilidade de segmentos sociais se dava pelas formas tradicionais de exclusão social de grupos marginalizados.
Hoje, as ferramentas de algoritmos conseguem invisibilizar os seres humanos de forma muito mais cruel e sufocante.
Se uma das empresas que citei acima determina que os algoritmos invisibilizem alguém, por motivos diversos como dinheiro ou ideologia, esse alguém não é visto por quase ninguém. Isso gera processos inevitáveis de sofrimento psicológico porque as pessoas já vivem processos de isolamentos reais em suas vidas nos centros urbanos.
Como poucos humanos estão no controle de praticamente tudo na atual fase do capitalismo (corporações e seus donos, cerca de 0,2% dos humanos do mundo), tenho a impressão que são bem pequenas as chances de salvar a humanidade, salvar as pessoas comuns como nós, do avanço de Estados totalitários e fascistas. As distopias fictícias começam a ser possibilidades reais.
Estamos sós, conceitualmente e na prática, mesmo quando estamos na multidão.
Por isso o silêncio das ruas, por isso o marasmo dos movimentos sociais que não conseguem reagir e resistir ao ataque aos direitos gerais dos povos, e falo de movimentos que eram mais organizados e representativos.
Por isso o mal avança e o 1% está vencendo (o 1% inclui os ideólogos e lacaios úteis do 0,2%), e nós estamos perdendo, isolados, cada dia mais sós e comprimidos no isolamento dos algoritmos das empresas de redes sociais.
O ser humano como o conhecemos está sucumbindo...
William Mendes
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