sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Parabéns ao Partido dos Trabalhadores!



Reflexão

Sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023.


O PT faz aniversário num momento histórico, com o presidente Lula pautando questões centrais como o papel do Banco Central, cobrando direitos sociais para a classe trabalhadora e mandando desfazer terceirizações. Essa é a deixa para o movimento sindical e partidário abrir agendas de lutas com pautas progressistas.


O Partido dos Trabalhadores completa hoje 43 anos de existência! Registro aqui minhas felicitações ao partido e aos milhões de filiados e simpatizantes do PT. Desejo que o partido se fortaleça cada dia mais e que continue contribuindo para mudar a vida da classe trabalhadora e do povo brasileiro.

MINHA HISTÓRIA COM O PT

Eu não tenho uma dessas histórias fantásticas de companheiros e companheiras que participaram da criação do partido no início dos anos oitenta. Nem tenho idade pra isso.

Eu nasci em São Paulo em 1969, fui para Minas Gerais onde passei a adolescência e voltei para São Paulo no início de 1987, quando faria 18 anos. Tirei meu título de eleitor nessa época. Eu trabalhava em serviços sem qualificação como ajudante em lanchonetes, entregador em depósito de palmitos etc. O meu primeiro voto foi nas eleições para a Prefeitura de São Paulo. Votei na candidata do PT, Luiza Erundina. Que felicidade foi ver nossa prefeita eleita!

Uma lembrança que me marca até hoje em relação ao mandato de Erundina foi em relação ao transporte público. Antes do PT gerir São Paulo, a gente só conseguia "pegar" ônibus quando eles paravam no trânsito ou no farol, de tão lotados que estavam, a gente se pendurava nas portas e janelas. Toda hora morria gente em acidentes. A prefeita municipalizou o transporte e eu passei a entrar nos ônibus e me sentir um cidadão como deveria ser. Obrigado prefeita e obrigado PT, poderia ter morrido pendurado nos ônibus como andávamos.

Meu primeiro voto para presidente da república foi em Lula. Quase ganhamos as eleições de 1989. Quase! Eu já era bancário do Unibanco e tinha contato com o movimento sindical cutista através do pessoal da regional Osasco e Oeste, porque eu trabalhava no CAU da Raposo Tavares. Foi a primeira vez que me sindicalizei também. Com os sindicalistas, comecei a ouvir o outro lado da história das lutas de classes.

Depois virei bancário do Banco do Brasil ao passar no concurso público de 1991. E olha que o concurso foi cancelado por fraude em Brasília e eu tive que passar de novo nas provas. Já como funcionário de banco público, a politização que passei a receber foi bem mais constante. Os próprios colegas sindicalizavam a gente e falavam que trabalhador vota em trabalhador. Eu que já votava no PT, tive a certeza que esse seria meu voto de forma consciente e ideológica dali adiante.

Uma década depois de ter entrado no BB, eu já era um militante do Sindicato e era o contato da direção do movimento nas agências e região onde trabalhava: apesar de o governo dos tucanos acabar com os nossos direitos nos anos noventa e não reconhecer o papel do delegado sindical, éramos os contatos do Sindicato para organizar o movimento por local de trabalho (OLT).

Em 2002, após convites anteriores para disponibilizar meu nome para uma chapa da direção do Sindicato, acabei compondo a chapa que seria eleita em abril daquele ano. Fui eleito dirigente sindical. Naquele ano de eleições presidenciais, havia uma campanha de fortalecimento do Partido dos Trabalhadores, sempre muito atacado pela casa-grande, os seus veículos de comunicação e a burguesia vira-latas brasileira. Me filiei ao PT.

Já como dirigente sindical bancário e cutista, passei a estudar com afinco a história do movimento sindical, o Novo Sindicalismo, a criação do Partido dos Trabalhadores e depois a criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e, a cada dia de militância, estudava mais sobre as lutas de classe: para mim, era uma questão central saber o que eu representava e como deveria atuar a partir de meus mandatos sindicais.

Minha militância principal foi sempre no campo sindical, onde tinha mandatos eletivos. Mas acompanhei de perto o dia a dia do PT. Esses 21 anos de filiação ao Partido dos Trabalhadores foram anos de muita aprendizagem, de transformação enquanto pessoa e enquanto cidadão de direitos. 

De um trabalhador inconformado com injustiças e voluntarioso me tornei um militante de esquerda, com consciência política e com noções sobre história da luta de classes.

Reunião do diretório do PT do Butantã em nov/2022.

MAIS À ESQUERDA!

"Não tem nenhum sentido dentro do palácio onde está o presidente da república, que fala em justiça social todo dia, a gente ter trabalhador terceirizado aqui dentro" (Presidente Lula, ao criticar a terceirização no dia 19/01/23)


Essa fala do presidente Lula poucos dias após o início de seu 3º mandato sintetiza para mim um novo momento na vida e na história dessa liderança da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Lula é uma liderança mundial e tudo o que ele fala repercute na política global. 

O presidente da república denunciou a desgraça da terceirização! E disse que isso seria revisto no caso do Palácio do Planalto. Após essa fala contra a terceirização, não seria a hora das empresas e bancos públicos e do movimento partidário e sindical encampar a luta contra a terceirização? O Banco do Brasil e a Cassi vão seguir terceirizando tudo? Fala sério se continuarem!

Penso que é urgente que os movimentos organizados que representam os diversos segmentos do povo compreendam esse novo momento político no qual estamos inseridos e se coloquem um pouco mais à esquerda em suas concepções e práticas diárias e programáticas. O governo Lula precisa de nós para não ter que ceder a toda a pressão que a casa-grande vai tentar impor a ele!

O presidente Lula em poucas semanas de mandato já deixou claro que o cenário político atual é muito diferente dos cenários políticos que vivemos nas duas décadas anteriores ao golpe de 2016 e ao conluio mafioso orquestrado para levar a milícia de extrema-direita ao poder central do país em 2018.

Quem até agora mais falou em rever o teto de gastos que destruiu o arcabouço da proteção social no Brasil foi Lula. Quem está peitando os bilionários banqueiros e rentistas chamados de forma manipuladora por aí de "mercado" é Lula. Quem está cobrando mais direitos para a classe trabalhadora como no caso do segmento dos trabalhadores em aplicativos é Lula. Quem está cobrando um papel correto dos bancos e do sistema financeiro nacional é Lula. Quem está cobrando uma agenda de paz no mundo é Lula.

Quando o Banco Central não era autônomo de direito, e já era de fato, o movimento sindical colocava a estrutura nas ruas e nas portas do Bacen em Brasília, São Paulo e outras capitais para cobrar a redução da taxa selic. Fazíamos marchas pelo aumento real do salário mínimo todo ano, desde 2004. O mesmo em relação à correção da tabela do imposto de renda, contratação de mais trabalhadores nas empresas públicas, verbas para saúde e educação etc. Eu tenho a impressão que os movimentos organizados podem liderar a disputa nas ruas e não só nas tais redes sociais, o mundo virtual.

É isso! Vida longa ao Partido dos Trabalhadores! Os movimentos sociais terão todo o nosso apoio para organizar as mobilizações que apoiem as agendas progressistas que o presidente Lula está encampando. 

Se eu estivesse neste momento em qualquer mandato eletivo como estive por tantos anos, eu estaria muito feliz com a postura de Lula e estaria internamente repercutindo essas agendas pautadas pelo presidente contra a terceirização e exploração sem fim de nossos direitos trabalhistas e sociais.

Tenho presenciado uma mobilização muito bonita no diretório do PT do Butantã. O pessoal está com muita vontade de lutar e conquistar direitos e uma vida melhor para a população da região.

Abraços a tod@s!

William Mendes


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