domingo, 12 de novembro de 2023

Leitura: Os mortos vivos, de Peter Straub



Refeição Cultural

Osasco, 12 de novembro de 2023. Domingo. Um calor de 37º!


Terminei a releitura do clássico Os mortos vivos (1979), de Peter Straub. Esse livro marcou os anos oitenta. Pelo que pude apurar, até o mestre dos livros de suspense e terror, Stephen King, gostou da estória e faz comentários laudatórios a respeito desse livro de Straub.

O nome brasileiro da obra difere um pouco da lógica do título em inglês - Ghost Story - e eu diria que a tradução brasileira para a versão cinematográfica da obra seria melhor para o livro: Histórias de fantasmas (1981), dirigido por John Irvin. Eu não conheço o filme. A estória faz referências tanto a fantasmas e espíritos (Manitu) quanto a mortos vivos.

Nos anos oitenta, li dezenas de livros que saíam pelo Círculo do livro. Algumas leituras da adolescência me impactaram à época. Dos livros de suspense e terror, os de Stephen King eram os preferidos. Li Carrie, A incendiária, O cemitério, Zona morta, Christine, e tenho dele e não li ainda O iluminado

Outros de terror impactantes à época, foram A entidade, de Frank de Felitta, O exorcista, de William Peter Blatty, e os dois de Jay Anson, Horror em Amityville e 666 O limiar do inferno. Estes últimos, reli e comentei aqui no blog (ler aqui). 

Os mortos vivos, de Peter Straub, foi um dos livros que mais marcaram minha leitura de terror. Eu tinha menos de 17 anos quando o li, acreditava em coisas sobrenaturais e fiquei bem assustando durante a leitura da estória. 

Digo que o de Straub é um dos livros marcantes do gênero porque O cemitério também me marcou bastante! Até hoje defino um cansaço indescritível como o do personagem Louis Creed ao voltar do enterro do gato e cair prostrado na cama.

Na minha atual fase de leitor, às vezes pego para reler um livro lido décadas atrás para tentar avaliar como a leitura à época poderia ter impactado aquele leitor jovem com a visão de mundo que eu tinha como jovem no ambiente ao qual eu pertencia. Não é algo simples, mas acho interessante a tentativa de perceber o caminho que trilhei até aqui.

A leitura atual de Os mortos vivos foi absolutamente distinta da lembrança que tinha da leitura da adolescência. Imagino que o tenha lido em pouco tempo naquela época, porque eu lia rapidamente livros grandes. Me recordo que lia até centenas de páginas no mesmo dia. Desta vez, a leitura se arrastou por quatro meses. Lia nas madrugadas. E minha impressão da estória foi outra. Entendo que o livro é para ser lido de uma vez... como não fiz isso, o efeito foi outro.

Avalio que a estória poderia ser escrita em umas duzentas páginas, e olha lá!, e não seria necessário arrastar a estória por mais de quinhentas páginas. Nessa questão de tamanho, Jay Anson acertou nos dois romances demoníacos que fez. Peter Straud e meu saudosismo que me perdoem, mas Horror em Amityville foi mais prazeroso de ler, a parada foi resolvida em 190 páginas. Li em dois dias.

Ainda que eu tivesse lido o romance rapidamente, o efeito gostoso de sentir medo ao ler um livro de terror não seria o mesmo de antes neste leitor que vos fala, porque hoje sou descrente de qualquer coisa mística. Já foi assim na releitura dos livros de Jay Anson. À época, eu acreditava em tudo, em qualquer teoria explicativa de mundo que a mente humana criasse.

Gostaria de assistir ao filme de 1981, que contou com a participação de Fred Astaire no papel de Ricky Hawthorne. 

Já escrevi várias vezes sobre meu respeito pela visão de mundo que cada ser humano tem. A concepção mística da vida fez parte da minha percepção de mundo por décadas. Após o meu percurso pela vida, não conseguiria abraçar nenhuma explicação mágica sobre a existência humana e sobre o Universo. No entanto, sei que cada pessoa tem a sua experiência de vida e devemos respeitar isso.

Me lembro perfeitamente da sensação e efeito das culturas místicas na pessoa que era até perto dos trinta anos. Quando assisti no cinema ao filme Ghost - Do outro lado da vida (1990), foi muito impactante aquele momento no qual o público percebe junto com o protagonista o que aconteceu após o assalto.

Enfim, mais um livro lido ou relido. Este foi o 30º livro do ano, sexto ou sétimo de romance ficcional. Deu trabalho a leitura! Achei que não acabaria nunca!

William


Post Scriptum: Fiz postagem sobre a leitura em andamento. Caso tenham interesse em ler, é só clicar aqui.


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