O guardador de rebanhos - Alberto Caieiro
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para
[longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos
[olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
COMENTÁRIO:
Li este poema para os participantes de um de nossos cursos de formação sindical da Contraf-CUT em parceria com o Dieese. Ali me referia a atitude que um militante e dirigente sindical deve ter no olhar do mundo.
Também me referi a outras partes deste poema de Caieiro na casa de meus pais certo fim de semana. Várias coisas pensei estando ali, em relação ao que Caieiro fala sobre a Natureza, sobre Deus, sobre o lugar de onde somos, dentre outras coisas.
Leiam o poema inteiro quem não o conhece ainda.
É MARAVILHOSO!
Post Scriptum (21/4/16):
Escrevi no perfil facebook em 5/11/11 (dois dias antes desta postagem):
Momento raro!
Estou em MG curtindo meu paizinho, mãezinha e vovózinha, e minha família distante. Quase não pude vê-los neste semestre de lutas contra os putos dos banqueiros e capitalistas.
Carpe Diem. O momento é agora, depois sabe-se lá...
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