domingo, 19 de agosto de 2012

Reflexões sobre James Joyce e a Irlanda


Foto de William Mendes.

REFLEXÕES SOBRE JAMES JOYCE E A IRLANDA

E sobre as leituras que não fiz... não farei...


Desde adolescente, tenho certa fascinação pela Irlanda e por questões inerentes ao país.

Sou um felizardo por já ter lido Ulisses e Dublinenses de James Joyce. Sempre gostei das músicas da banda U2 (até aí, todo mundo gosta) e também curto The Cranberries.

Mas se fosse para escolher uma música tema para minha existência seria:

I still haven’t found what i’m looking for... U2

Após assistir ao filme Inimigo Íntimo de 1997, dirigido por Alan Pakula (um filme sobre o IRA – Exército Republicano Irlandês) e reler um pouco dos livros do Joyce hoje pela manhã, fui para a rede mundial pesquisar um pouco mais sobre o país na Wikipedia.

Fiz um comentário específico sobre o filme e a questão do terrorismo.


LACUNA CULTURAL

Cara, descobri que não sei nada sobre a Irlanda e os irlandeses.

Só para ficar na literatura, o país tem quatro ganhadores do prêmio Nobel e eu nunca me dei conta disso e, pior, nunca li nenhum deles:  George Bernard Shaw, W. B. Yeats, Samuel Beckett e Seamus Heaney.

Não é só essa a minha lacuna cultural em literatura irlandesa. Tenho a tristeza de informar que não li uma das obras mais famosas de um irlandês: Jonathan Swift e As Viagens de Gulliver.

Para concluir a lacuna literária, não li nada também de Oscar Wilde.

Para não ficar na pequeneza e enfiar a cabeça no chão, li as duas importantes obras de Joyce.


CONFISSÕES DOS DESEJOS NÃO-REALIZADOS

Pois é, entrei na segunda metade matemática de minha existência. Ela pode se interromper a qualquer instante, mas pelas tabelas de mortalidade brasileira, eu teria umas décadas pela frente ainda.

Pela vida que levo hoje, morrerei sem ler as grandes obras literárias que desejo ler faz muito tempo.

Não me venham falar que eu poderia ler trabalhando braçal desde a adolescência, trabalhando e estudando à noite na vida adulta ou depois que fiz duas faculdades trabalhando também. Uma faculdade, aliás, de Letras.

O rumo que minha vida tomou não me permite ler por prazer horas por dia e sobreviver dessa atividade.

E aí, que fazer da segunda metade da minha existência? Morrer por aí sem realizar nada que queria? Sem ter lido as obras de Marcel Proust, as de Balzac, as obras filosóficas completas da idade média pra cá, as obras completas de grandes autores brasileiros e portugueses, russos, latino-americanos, americanos...

Toda vez que me lembro que não tenho tempo para ler com calma e reflexão, com planejamento no semestre para devorar obras, me dá um vazio na perspectiva de sobrevida...


Chega! Vou preparar-me agora para fazer uma excelente mesa de negociação amanhã com o Banco do Brasil e estudar e pesquisar referências e argumentos.


Post Scriptum:

Em relação a fazer o mínimo do que se gosta, ao menos corri hoje. A caminhada e corrida de final de semana foram as primeiras atividades após a recuperação dos meus pés arrebentados da Romaria de 85 km da semana anterior.

2 comentários:

henrique vitorino disse...

Olá William,

Como vai? Esses dias acessei seu blog e li seu relato sobre sua caminhada. Blog interessante e de temas pertinentes. Sobre os irlandeses, já li Joyce também, mas apenas o seu livro 'pré-Ulisses' (retrato do artista quando jovem). O Ulisses me aguarda na prateleira... mas não sei se o lerei um dia, rs.

Sobre o U2, gosto também dessa música, principalmente de uma exibição deles antiga, ao vivo (link: http://www.youtube.com/watch?v=HHZrXTY8oS4)

Foi um prazer lhe conhecer e conversarmos sobre cidade, cidadão e cidadania. Um abraço e que tenha uma boa semana.

William Mendes disse...

Olá Henrique! Como lhe disse, gostei de suas poesias.

Em relação à Joyce, o Retrato do artista quando jovem me espera lá na prateleira de casa também.(rs)

Nossa conversa revigorou minha caminhada. Foi um prazer conhecê-lo também.

Abraço fraterno, William