"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo..."
(Início de Tabacaria, poema de Álvaro de Campos, um dos pseudônimos de Fernando Pessoa)
Para onde nós humanos caminhamos? Para onde estamos levando o destino do planeta Terra? Para que tem servido todo o conhecimento acumulado por nós ao longo de milhares de anos de desenvolvimento intelectual?
Quando olho para qualquer área do conhecimento humano e vejo que o que se conhece não tem quase que serventia alguma para as decisões pessoais, corporativas e coletivas, públicas ou privadas, bate uma decepção grande e quase dá um desencanto com o lutar por um mundo melhor, aproveitando-se as possibilidades advindas com as informações disponíveis a tod@s em qualquer canto do planeta.
Porém, apesar da tristeza e até raiva ao ver toda a merda ao nosso redor, sempre digo que desistir de lutar não é uma opção. Não falo isso por romantismo. É porque se ligarmos o botão do dane-se, do vou largar tudo e "pensar só em mim", aí é que lascou-se! Nós humanos não somos NADA sozinhos! Somos seres sociais, nós precisamos de nos relacionarmos com outros humanos.
O mundo tem mais de sete bilhões de humanos. Tem tecnologia para alimentar a todos e prover as mais diversas sociedades com uma vida plena para os cidadãos considerando as necessidades vitais, sociais e culturais. Mas boa parte dos humanos ainda sofre por carência absoluta de itens básicos para a existência e sofre violência de forma que a vida é tão ameaçada cotidianamente como no antigo "estado de natureza", antes de nos tornarmos humanos, quando éramos caça e fazíamos parte da cadeia alimentar de outros seres.
Por que os bilhões de humanos aceitam que alguns detenham todas as riquezas materiais e culturais, os meios de produção, de comunicação, de sobrevivência e que esses poucos detenham o poder político, seja por convencimento (política), seja por força?
Um estudioso e filósofo do século 19, Marx, nos alertava sobre os rumos que o capitalismo tenderia a tomar como algo característico de sua natureza: a concentração. Assim como não deveria ser normal algumas famílias e corporações deterem mais da metade da riqueza do mundo e do Brasil, não deveria ser aceitável a Disney comprar a 21th Century Fox. Não deveria ser normal um país do tamanho do Brasil ter 5 grandes bancos e no momento haver um projeto de eliminar os que são públicos em benefício dos banqueiros privados.
Como aceitar um país como o Brasil ter a Globo? Como aceitar que um juiz de primeira instância destrua um país que vinha se destacando no mundo após a crise internacional do subprime? Como suportar ver dezenas de milhões de humanos sem uma reação à altura dos ataques que eles estão sofrendo em TODOS os seus direitos por uns poucos, talvez milhares de asseclas e apaniguados da mesma estrutura que deu o golpe no país contra os 200 milhões de brasileiros?
Por vários motivos, respondo eu: por medo, por pusilanimidade para a luta, por preguiça, por manipulação e ferramentas ideológicas daqueles poucos que detêm tudo, pois eles pagam e compram os profissionais para dominar e manipular os zilhões de humanos de minha classe, a classe trabalhadora, aquela que não detém os meios e as riquezas e que precisa vender sua força de trabalho, seus corpos e mentes, para sobreviver neste mesmo mundo. Por vários dos humanos ligarem a chavinha do "dane-se" e falarem que não é com eles (sou imparcial, neutro, apolítico blá blá blá).
Que saco saber de tudo isso e se sentir impotente para mudar a realidade porque sozinhos não somos NADA.
É com esse conhecimento de que só a luta coletiva pode senão mudar a realidade perversa contra o meu lado, o da classe trabalhadora, pode ao menos organizar as pessoas para enfrentar melhor a exploração e o massacre contra essa nossa classe, que entrei para o movimento sindical em abril de 2002, na categoria bancária.
Neste final de ano e início de 2018 estou completando 16 anos de vida dedicada às lutas coletivas através de mandatos ou sindicais ou de representação em entidades de trabalhadores como a Cassi. Antes de abril de 2002, quando fui eleito pela primeira vez para representar meus colegas bancários no Sindicato, meu percurso era no movimento estudantil, contribuindo com meus pares para enfrentar os problemas que tínhamos para ter oportunidade de formação e capacitação para poder alcançar uma vida digna nas sociedades em que estamos inseridos.
A vida política é tão difícil quando se busca levar a sério os princípios e premissas da democracia representativa que se não tivermos uma estrutura física e psicológica que suporte pressões, assédios e intensos momentos de estresse, além de formação moral e ética, educação de berço e firmeza de propósito nos valores que pregamos e defendemos, não se aguenta muito ser um representante de pessoas. Eu comparo a intensidade do que vivi nestes mais de 15 anos como frentes de batalha de guerras reais.
Se eu olhar para trás, acho que tive muita resistência neste período de representação. Liderei períodos de longo estresse em que vi vários companheiros precisarem se recolher para se recuperarem do estrago físico e psicológico de nossas batalhas de lutas de classe. Eu me dedico muito ao que faço, ponho minha vida nas lutas e preparo-me fisicamente e mentalmente para defender as causas que represento. E mesmo assim, às vezes, dou algum colapso físico como dias atrás em que fiquei mal 3 dias. Mas deixo claro que devo muito a muita gente pelo apoio que sempre tenho nos momentos difíceis. Devo e agradeço a tod@s que nos dão ombro na hora dos enfrentamentos em nome das causas que defendemos.
Vem muita coisa por aí contra nós, nós brasileiros (o povo), nós classe trabalhadora (ativos e aposentados, que precisam entender que são "trabalhadores"), nós bancários do Banco do Brasil e as diversas entidades representativas e associativas, nós associados da Cassi e Conselhos de Usuários. Vem muita coisa difícil por aí.
Este cidadão que presta contas do que faz em seus mandatos de representação e que publica também suas opiniões e partilha informações em seus blogs de trabalho e cultura afirma:
- Não sou NADA sem o apoio das pessoas para quem atuo;
- Não sou NADA sem o apoio das entidades representativas com as quais nos relacionamos.
E digo o mesmo sobre a nossa Caixa de Assistência (Cassi):
- Não somos NADA sem unidade e disposição de luta coletiva.
Como diria o poeta Drummond, vamos de mãos dadas porque os tempos serão difíceis.
Eu sigo à disposição das lutas, pois sou das lutas; tenho lado, e o meu lado é o da classe trabalhadora.
William
Para onde nós humanos caminhamos? Para onde estamos levando o destino do planeta Terra? Para que tem servido todo o conhecimento acumulado por nós ao longo de milhares de anos de desenvolvimento intelectual?
Quando olho para qualquer área do conhecimento humano e vejo que o que se conhece não tem quase que serventia alguma para as decisões pessoais, corporativas e coletivas, públicas ou privadas, bate uma decepção grande e quase dá um desencanto com o lutar por um mundo melhor, aproveitando-se as possibilidades advindas com as informações disponíveis a tod@s em qualquer canto do planeta.
Porém, apesar da tristeza e até raiva ao ver toda a merda ao nosso redor, sempre digo que desistir de lutar não é uma opção. Não falo isso por romantismo. É porque se ligarmos o botão do dane-se, do vou largar tudo e "pensar só em mim", aí é que lascou-se! Nós humanos não somos NADA sozinhos! Somos seres sociais, nós precisamos de nos relacionarmos com outros humanos.
O mundo tem mais de sete bilhões de humanos. Tem tecnologia para alimentar a todos e prover as mais diversas sociedades com uma vida plena para os cidadãos considerando as necessidades vitais, sociais e culturais. Mas boa parte dos humanos ainda sofre por carência absoluta de itens básicos para a existência e sofre violência de forma que a vida é tão ameaçada cotidianamente como no antigo "estado de natureza", antes de nos tornarmos humanos, quando éramos caça e fazíamos parte da cadeia alimentar de outros seres.
Por que os bilhões de humanos aceitam que alguns detenham todas as riquezas materiais e culturais, os meios de produção, de comunicação, de sobrevivência e que esses poucos detenham o poder político, seja por convencimento (política), seja por força?
Um estudioso e filósofo do século 19, Marx, nos alertava sobre os rumos que o capitalismo tenderia a tomar como algo característico de sua natureza: a concentração. Assim como não deveria ser normal algumas famílias e corporações deterem mais da metade da riqueza do mundo e do Brasil, não deveria ser aceitável a Disney comprar a 21th Century Fox. Não deveria ser normal um país do tamanho do Brasil ter 5 grandes bancos e no momento haver um projeto de eliminar os que são públicos em benefício dos banqueiros privados.
Como aceitar um país como o Brasil ter a Globo? Como aceitar que um juiz de primeira instância destrua um país que vinha se destacando no mundo após a crise internacional do subprime? Como suportar ver dezenas de milhões de humanos sem uma reação à altura dos ataques que eles estão sofrendo em TODOS os seus direitos por uns poucos, talvez milhares de asseclas e apaniguados da mesma estrutura que deu o golpe no país contra os 200 milhões de brasileiros?
Por vários motivos, respondo eu: por medo, por pusilanimidade para a luta, por preguiça, por manipulação e ferramentas ideológicas daqueles poucos que detêm tudo, pois eles pagam e compram os profissionais para dominar e manipular os zilhões de humanos de minha classe, a classe trabalhadora, aquela que não detém os meios e as riquezas e que precisa vender sua força de trabalho, seus corpos e mentes, para sobreviver neste mesmo mundo. Por vários dos humanos ligarem a chavinha do "dane-se" e falarem que não é com eles (sou imparcial, neutro, apolítico blá blá blá).
Que saco saber de tudo isso e se sentir impotente para mudar a realidade porque sozinhos não somos NADA.
É com esse conhecimento de que só a luta coletiva pode senão mudar a realidade perversa contra o meu lado, o da classe trabalhadora, pode ao menos organizar as pessoas para enfrentar melhor a exploração e o massacre contra essa nossa classe, que entrei para o movimento sindical em abril de 2002, na categoria bancária.
Neste final de ano e início de 2018 estou completando 16 anos de vida dedicada às lutas coletivas através de mandatos ou sindicais ou de representação em entidades de trabalhadores como a Cassi. Antes de abril de 2002, quando fui eleito pela primeira vez para representar meus colegas bancários no Sindicato, meu percurso era no movimento estudantil, contribuindo com meus pares para enfrentar os problemas que tínhamos para ter oportunidade de formação e capacitação para poder alcançar uma vida digna nas sociedades em que estamos inseridos.
A vida política é tão difícil quando se busca levar a sério os princípios e premissas da democracia representativa que se não tivermos uma estrutura física e psicológica que suporte pressões, assédios e intensos momentos de estresse, além de formação moral e ética, educação de berço e firmeza de propósito nos valores que pregamos e defendemos, não se aguenta muito ser um representante de pessoas. Eu comparo a intensidade do que vivi nestes mais de 15 anos como frentes de batalha de guerras reais.
Se eu olhar para trás, acho que tive muita resistência neste período de representação. Liderei períodos de longo estresse em que vi vários companheiros precisarem se recolher para se recuperarem do estrago físico e psicológico de nossas batalhas de lutas de classe. Eu me dedico muito ao que faço, ponho minha vida nas lutas e preparo-me fisicamente e mentalmente para defender as causas que represento. E mesmo assim, às vezes, dou algum colapso físico como dias atrás em que fiquei mal 3 dias. Mas deixo claro que devo muito a muita gente pelo apoio que sempre tenho nos momentos difíceis. Devo e agradeço a tod@s que nos dão ombro na hora dos enfrentamentos em nome das causas que defendemos.
Vem muita coisa por aí contra nós, nós brasileiros (o povo), nós classe trabalhadora (ativos e aposentados, que precisam entender que são "trabalhadores"), nós bancários do Banco do Brasil e as diversas entidades representativas e associativas, nós associados da Cassi e Conselhos de Usuários. Vem muita coisa difícil por aí.
Este cidadão que presta contas do que faz em seus mandatos de representação e que publica também suas opiniões e partilha informações em seus blogs de trabalho e cultura afirma:
- Não sou NADA sem o apoio das pessoas para quem atuo;
- Não sou NADA sem o apoio das entidades representativas com as quais nos relacionamos.
E digo o mesmo sobre a nossa Caixa de Assistência (Cassi):
- Não somos NADA sem unidade e disposição de luta coletiva.
Como diria o poeta Drummond, vamos de mãos dadas porque os tempos serão difíceis.
Eu sigo à disposição das lutas, pois sou das lutas; tenho lado, e o meu lado é o da classe trabalhadora.
William
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