Flores embelezam os arredores da História, na FFLCH da USP. |
Estou lendo o livro do escritor chileno Roberto Bolaño "El espíritu de la ciencia-ficción", lançado postumamente em 2016, mas escrito nos anos oitenta, antes do autor iniciar uma trajetória de grandes lançamentos a partir dos anos noventa.
A leitura é para uma das quatro matérias que estou fazendo neste semestre na graduação de Letras da Universidade de São Paulo. Retomei o curso neste ano para completar a grade obrigatória da graduação e não pegar o diploma somente com uma das duas habilitações que fiz: português-espanhol.
É impressionante como são as coisas na nossa vida. Nesta semana, ao participar de uma aula de literatura sobre as vanguardas hispano-americanas, passei pelo mesmo sentimento de frustração dos anos em que fiz a graduação porque não havia lido os textos recomendados para a classe. Antes, a prioridade era o trabalho de organização sindical e não tinha tempo para as leituras. Qual a justificativa agora para não ter lido os textos?
Provavelmente esteja tudo errado em minha vida e as coisas seguem estando fora do lugar. Eu acabei voltando para a universidade aos cinquenta anos por causa de um sentimento de incompletude, de não ter feito as coisas como gostaria que elas fossem feitas. Mas se antes eu não lia os textos pela prioridade nas lutas sindicais, agora sigo sem ler porque minha atenção não se desliga da desgraça da destruição de nosso país e do nosso mundo. Eu tinha que fazer algo contra a desgraça toda e não sei o que fazer. Que merda!
Tudo errado! Nem me satisfaço retomando o mundo encantador da universidade, nem faço mais parte do mundo das lutas de classes. Tudo errado!
É duro!
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