quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

180221 - Diários e reflexões



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Quinta-feira, 18 de fevereiro do 2º ano da pandemia do novo coronavírus. Estou no Brasil. Tenho 51 anos e as notícias que vejo não são promissoras de um mundo melhor. Nem aqui, nem em lugar nenhum. Então...

Nesta semana, uma jovem de carinha angelical discursava em Madri contra judeus, enquanto centenas de pessoas lhe apoiavam. Eles cantavam hinos fascistas e faziam a saudação nazista. Nem ela nem o grupo de apoio foram presos ou sequer incomodados pelas autoridades. Enquanto isso, um rapper do mesmo país foi preso por fazer críticas ao rei corrupto do lugar.

Ontem, o cidadão chamado Ratinho, que tem programas de TV e rádios, concessões públicas, defendeu no ar em um programa de rádio que fosse dado um golpe militar no Brasil semelhante ao aplicado em Singapura, e falou de vantagens da coisa. Está nas notícias de hoje. Ele não foi preso por atentar contra a democracia e contra a Constituição Federal.

Um deputado bolsonarista foi preso ontem por ameaças graves à democracia e a Constituição Federal. A ordem de prisão partiu da suprema corte do país. O sujeito é uma coisa abominável para tentar descrevê-lo. Ele mesmo afirmava que ninguém detém ele porque já foi preso umas oitenta vezes enquanto era policial... comentam-se que ele vai ser solto já nos próximos dias.

A pandemia já infectou no mundo 110 milhões de pessoas, sendo 9,98 milhões de brasileiros. Já matou 2,4 milhões de pessoas, sendo 242.090 vítimas brasileiras, a ampla maioria preta, pobre, vulnerável. O regime neofascista no poder é contra o combate à pandemia. Está havendo um genocídio no país. (informações da Covid-19 da Johns Hopkins University)

A pandemia está numa fase de expansão e parte da população está assustada e com medo de pegar esse vírus. A coisa é bem complexa, quem pega pode ter sequelas graves em qualquer órgão do corpo e nunca mais ter a mesma saúde de antes. Parte das pessoas que pega, morre. Não tem remédio. Tem algumas vacinas por aí. Mas o regime neofascista do Brasil boicota qualquer tentativa de defesa da vida e saúde das pessoas. Mesmo assim, os genocidas têm um terço da população com eles. É o fim de nosso mundo, do que éramos.

O combate à expansão da morte por Covid-19 não é prioridade. O emprego com direitos sociais não é prioridade. A defesa do meio ambiente e da soberania nacional não é prioridade. Mas armar a população é a prioridade do regime da morte. A entrega do patrimônio nacional avança rapidamente. Privatização da Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, Correios e Eletrobras. O Banco Central do Brasil foi entregue aos golpistas. Tudo isso e o povo segue apático em suas casas ou nas ruas comprando bugigangas ou jogando dominós.

Meus registros no blog são inúteis. Mas são meus. A gente pode morrer a qualquer momento, dias depois de pegar Covid-19, e seremos só mais uma estatística (atendi um prestador de serviços hoje, ele usava máscara, mas estava com aparência de resfriado, chupando o nariz... que foda, a gente pode se ferrar a qualquer instante). Mas eu existo e algumas pessoas dependem de mim. Sou humano, tenho o dom da linguagem, da razão, então escrevo. Sei que só umas poucas pessoas leem. Mas eu existo. E tenho opinião sobre as coisas. Sou de esquerda. Sou contra essa destruição toda dos direitos sociais e do Brasil. Quero viver porque a vida pode ser melhor. É só termos lado, não sermos isentões, nos unirmos em defesa da vida, da distribuição da riqueza produzida pela humanidade.

Ouvi a entrevista do Lula hoje, dada ao jornalista kennedy Alencar. Me lembrei de minha vida dedicada ao movimento sindical e à política. Posso discordar de algumas opiniões de Lula, mas compreendo suas propostas e porque ele as faz. O mundo pode ser melhor para as pessoas e para os seres vivos em nosso planeta. Por isso que acho um desperdício a gente só aceitar que o mal se estabeleça e nos elimine. A vida pode ser melhor. Temos que derrotar o capitalismo, seus representantes e a maldade sistêmica que domina o mundo e o cotidiano neste momento da história.

Desânimo até de reler o que já escrevi para corrigir erros e melhorar redação. Mas a gente faz o que tem que ser feito. Viver é preciso (então releio e termino o texto e ainda vou sair de máscara para ir à feira agora). Nem falei da Lava Jato, das informações da Vaza Jato. Dos canalhas desgraçados, moleques que destruíram o país em conluio com agentes de outros países que se aproveitaram desses pés-de-chinelo lesas-pátrias para foder o Brasil e os brasileiros. E todos esses filhos de chocadeiras estão livres, leves e soltos. Uns estão surfando por aí, outros prestando serviços para empresas estrangeiras que se deram bem com a quebra das empresas brasileiras. Que foda, que merda! 

Como não há mais governo, não há mais instituições que defendam o povo, nossos dados pessoais estão todos por aí à disposição de bandidos, de empresas, de fraudadores. Vazamentos de milhões e milhões de dados dos cidadãos brasileiros estão na deep web sendo vendidos por alguns tostões. Após o golpe e destruição do Brasil, estamos sozinhos, por nossa conta. E nossos inimigos estão armados até os dentes, pois nós da esquerda ainda somos pacifistas, quase que uns babacas indefesos.

Fim do registro. Nós que não pactuamos com o mal que dominou o país temos que sobreviver, temos que manter nossa indignação e temos que encontrar uma forma de resistência e de tirar do poder essa parcela violenta e contrária ao povo que tomou por golpe as nossas instituições e capturou parte de nossa gente.

A distopia chegou.

William

#Quero o socialismo! 

#Quero o fim do capitalismo! 

#Fora fascistas!

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