segunda-feira, 3 de julho de 2023

Vendo revistas de corridas Contra-Relógio (I)



Refeição Cultural - Revistas Contra-Relógio

Osasco, 03 de julho de 2023. Segunda-feira.


Além de filmes antigos em fitas de VHS e DVD e pilhas de papéis da vida sindical e estudantil que tenho que me desfazer no próximo período de visita aos guardados por décadas em casa, tenho também as revistas, dezenas e dezenas de revistas. Revistas de política, de ciência, de história, de esporte, de cultura em geral.

Folheei algumas das revistas de corridas Contra-Relógio que tenho em casa. Li várias matérias muito interessantes, com muito conhecimento a respeito de esporte e saúde. Sempre gostei dessa revista! Além de ser um apaixonado pela prática da corrida, também adoro história e essa revista sempre trouxe história em seu conteúdo.

Vale registrar que um de meus sonhos interrompidos era o de ser professor de Educação Física. Fiz a graduação por dois anos e não pude concluir o curso por falta de recursos financeiros nos anos noventa.

Outra informação importante. A CR tem um site muito bom e acessível para os amantes da prática de corridas de ruas. Recomendo que os praticantes de corrida sigam a página e assinem a revista.

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REVISTAS DO ANO DE 2016

A revista 269, de fevereiro, traz matérias boas sobre nutrição e consumo de frutas. As frutas são de fácil digestão e por isso não exigem muito tempo e energia do sistema digestivo para chegarem com os nutrientes na corrente sanguínea. A matéria da última página, sobre corrida e música, parece enaltecer a prática, mas no fundo descreveu que o ato é muito arriscado por diversos motivos como, por exemplo, perder a noção do espaço exterior e se colocar em risco de queda e até atropelamento. Eu nunca me imaginei correndo com som, acho isso um absurdo total! A concentração no corpo é fundamental numa atividade esportiva...

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A revista de março de 2016, nº 270, traz uma excelente matéria sobre corridas em climas ou muito secos ou muito úmidos, em ambos é preciso muito cuidado com o superaquecimento do corpo porque a transpiração acaba não resfriando o organismo adequadamente. E a respiração também é dificultada, ficando o ar mais "pesado" nos climas úmidos e um ar que queima e resseca nos climas secos. Atenção à hidratação nos dois casos. Na matéria de história, é explicado que a metragem 42,195 Km nas maratonas modernas foi por casualidade. A distância variou entre 40 e 42 Km ao longo do século. Por fim, legal a matéria sobre corredoras que fizeram história: a luta das mulheres para poderem correr provas de longa distância.

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A revista 271, de abril de 2016, trouxe duas matérias fantásticas: "A façanha de Zatopek na Olimpíada de 1952", quando a "locomotiva humana" Emil Zatopek venceu os 5 mil, os 10 mil e a maratona, quebrando os recordes olímpicos nas 3 provas. O tcheco fez história e isso nunca mais se repetiu. Meus olhos encheram de lágrimas ao ler a matéria! Outra matéria reveladora para mim foi "Os efeitos da idade sobre o treinamento" na seção de fisiologia, texto de Fernando Beltrani. Sigo tentando correr, apesar de minhas dores no quadril, e uma matéria como essa dá muitos subsídios para a consciência do corredor numa condição como a minha. Sobre nutrição, é bom tomar cuidado com as barras de cereais, elas contêm muitos componentes a base de açúcares e adoçantes.

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A revista de maio de 2016, edição 272, trouxe uma matéria muito esclarecedora de Andreia Torres sobre nutrição, é sobre a necessidade ou não de suplementos de proteína: "Whey Protein é importante para o corredor?", de Andreia Torres. Em síntese, a resposta para a pergunta é não. Uma alimentação normal pode suprir as pessoas em suas necessidades diárias de proteínas, inclusive para quem é maratonista. Imaginem então para pessoas sedentárias ou que praticam esporte sem excessos! Eu com meus 75 Kg preciso de 75 gramas de proteína por dia, no máximo iria precisar de 126 gramas se fosse atleta. Isso se consegue comendo normalmente!

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A revista de junho de 2016, edição 273, começa com um editorial emocionante do editor da revista, o senhor Tomaz Lourenço, contando a respeito de seus treinamentos e esforço para conseguir a qualificação para a Maratona de Boston. Perto de completar 70 anos, ele nos confessa a emoção de completar uma maratona. O depoimento é tocante, eu gostaria muito de treinar e correr uma prova dessas de 42 Km. Hoje faço meus trotes em percursos de 5 Km ou um pouco mais e depois sinto dores no quadril que me deixam quebrado. A natureza não contribuiu muito para esse sonho meu. Gostei também das matérias de história (a maratona de Munique 1972) e as matérias sobre a importância do descanso nas planilhas de treinamento.

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A edição de julho, nº 274, tem matérias com muito conhecimento técnico e histórico. O "Guia olímpico do atletismo no Rio" trouxe muitos dados históricos como marcas, heróis e heroínas do Brasil etc. A seção "História" traz a luta secular das mulheres para terem o direito de participarem das provas de maratona. Só em Los Angeles, 1984, tivemos a 1ª prova feminina de 42 Km em uma olimpíada. Por fim, as matérias sobre treinamentos deixam claro a importância dos treinamentos intervalados, que eu não faço... nunca fiz. "Correr menos e mais forte, para correr melhor". 

Comentário: como estou insistindo em meus trotes com dores no quadril, devo pensar na inclusão dos intervalados também, até porque vou desgastar menos minha estrutura com intervalados e menos distâncias percorridas.

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Na edição 275, de agosto de 2016, a revista fala sobre as corridas no Costão do Santinho, em Florianópolis (SC). Tive a felicidade de participar uma vez dessa corrida de 10K. Foi incrível e inesquecível, pela dificuldade do terreno, pela beleza do lugar e por ter conseguido atingir meu objetivo na prova. Outra matéria fantástica da revista foi a da seção "História", que nos apresentou Vanderlei Cordeiro de Lima, maratonista que deu orgulho ao Brasil na Olimpíada de Atenas, em 2004. Um fdp derrubou Vanderlei quando ele liderava e com isso o brasileiro perdeu a medalha de ouro, chegando ainda assim em 3º lugar. A superação de Vanderlei e o espírito olímpico dele lhe valeu a medalha Pierre de Coubertin, dada a poucas pessoas desde a volta das olimpíadas modernas, a partir de 1896.

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Na edição de setembro de 2016, nº 276, edição posterior às Olimpíadas do Brasil, li a matéria de "História" sobre o campeão Olímpico Joaquim Cruz, vencedor dos 800 metros em Los Angeles, 1984. Outra matéria interessante foi sobre a evolução da maratona olímpica desde 1896. Em um século da modalidade, a evolução do tempo no percurso de 42 Km foi incrível, diminuindo de 3 horas para perto de 2 horas de prova. Meu sonho era correr e completar uma maratona, todavia esse sonho ficou impossibilitado por minhas dores e desgastes no quadril.

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Reli várias matérias interessantes da edição 277 de outubro de 2016: a da hidratação é muito importante: só se deve beber água conforme a necessidade e não em excesso, pois o risco de hiponatremia é sério (ficar pouco sódio no sangue). A matéria da seção "História" trouxe a evolução do salto com vara, texto muito legal! Por fim, a importância da musculação para complementar a condição física, principalmente para pessoas como eu, que já passaram dos 50 anos e para a qual a sarcopenia já é uma realidade (perda de massa muscular).

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Na edição 278, de novembro de 2016, a matéria mais interessante foi a da seção "História" sobre o doping de Ben Johnson em 1988: "A prova mais suja do mundo", conta que quase todos os esportistas usavam drogas. Outra boa é sobre a importância do alongamento e flexibilidade porque isso melhora a circulação sanguínea, a nutrição das cartilagens e a lubrificação e acomodação articular.

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Jesse Owens na "Olimpíada de Hitler" em 1936 é o destaque da Contra-Relógio de dezembro de 2016, edição 279. Matéria excelente na seção "História". Outra matéria legal é a que incentiva todo tipo de pessoa à prática da corrida. E tem uma matéria interessante sobre nutrição e o risco do excesso de consumo de "energéticos".

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2023 - A SAÚDE DO POVO VAI MAL

A ciência e o conhecimento podem contribuir muito para a qualidade de vida das pessoas. Os avanços na área do esporte são enormes ao longo do tempo. A prática de atividade física com regularidade melhora a saúde da população. Infelizmente a saúde vai mal no país...

Passamos no Brasil por um período nefasto de incentivo à ignorância e ao negacionismo dos avanços da ciência. Após os governos golpistas de Temer e Bolsonaro, o país regrediu muito em relação à saúde e educação. Nunca estivemos tão mal como agora, após a tragédia bolsonarista.

Hoje, os índices de vacinação regrediram perigosamente. O tipo de alimentação ou de falta de alimentação faz com que a população apresente índices perigosos de sobrepeso e obesidade, por um lado, e desnutrição e anemias, por outro. Com isso é maior o risco de desenvolvimento de doenças crônicas evitáveis ou de controle possível.

A vida poderia ser melhor com mais cultura e mais atividade física, poderia. Mas não é essa a nossa realidade.

William


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