domingo, 30 de novembro de 2025

Diário e reflexões



Refeição Cultural

Osasco, 30 de novembro de 2025. Domingo. 


NOVEMBRO 

O que poderia registrar sobre o mês de novembro? Quais fatos e acontecimentos marcaram o meu mês de novembro e o mundo onde habito?

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O MUNDO, MUNDO, VASTO MUNDO

Sobre o mundo eu não sinto vontade de registrar nada em especial. Posso tecer alguns comentários, entretanto.

Os Estados Unidos seguem ameaçando com guerras e mortes os países e governos que não se submetem a eles. Querem derrubar o governo de Maduro na Venezuela, estão f... a Ucrânia por não precisarem mais do país para suas guerras por procuração. Voltaram atrás em questões de tarifas contra o governo Lula porque a decisão estúpida estava f... o povo norte-americano: It’s the economy, stupid!

O meu governo, o 3º governo Lula, que ajudei a eleger, segue fazendo o possível para entregar ao povo brasileiro alguns dos compromissos que Lula assumiu ao colocar seu nome à disposição do Partido dos Trabalhadores nas eleições presidenciais em 2022, contra o genocida e corrupto que estava no poder. 

As correlações de forças não ajudam muito o governo Lula, pois a política foi destruída durante a longa noite de Temer e Bolsonaro.

Lula conseguiu a aprovação da isenção do Imposto de Renda para os trabalhadores que ganham até cinco mil reais por mês naquele Congresso Nacional corrupto e de lacaios da casa-grande. O presidente conseguiu beneficiar dezenas de milhões de pessoas das classes populares e com menos acessos aos direitos da cidadania. Grande feito melhorar a vida do povo!

O 3º governo Lula também está entregando realizações surpreendentes na área da saúde, com o trabalho do ministro Padilha: o SUS avança. Milhões de brasileiras e brasileiros estão passando a ter acesso a medicamentos e materiais médicos de forma gratuita através do programa Farmácia Popular, quase extinto no governo passado, do genocida que foi acusado na CPI da Pandemia de praticar nove crimes diferentes, inclusive contra os direitos humanos.

Um acontecimento marcou o mês de novembro de 2025: a condenação definitiva do ex-presidente Bolsonaro e de alguns militares de alta patente. O sujeito que estimulou o contágio por Covid-19 e zombou de pessoas que morreram por não conseguirem respirar durante a pandemia não foi condenado por essas mortes (ainda), e nem pelas acusações de roubo, mas começou a cumprir sua pena de 27 anos de prisão por tentativa de Golpe de Estado. Sujeito desprezível!

O Brasil sediou a COP30 em Belém do Pará e considero válido o esforço feito pelo governo Lula de tentar envolver os países do mundo em uma busca conjunta sobre as questões da emergência climática. 

Francamente, sem discutir o fim do capitalismo, do lucro, da mais-valia, da produção de mercadorias desnecessárias aos povos do mundo, do uso responsável dos recursos naturais como a água, não estaremos no planeta nas próximas décadas, não falo séculos, falo décadas. Porém, a culpa da questão climática não é do presidente Lula, esse político estadista é sincero em suas intenções de preservação dos biomas e da vida humana.

A imprensa comercial, o jornalismo venal dos donos do poder secular, nunca foi tão criminosa como na atualidade. Nunca! A violência contra as mulheres virou uma epidemia no Brasil e a mídia canalha em todos os seus meios aliena a população brasileira escondendo o motivo central da violência: a pregação dos líderes políticos que ela apoia, apoiou e mantém no poder, ou seja, a extrema-direita e a pequena elite do 1% de privilegiados. Essa é minha leitura e opinião. A mídia deu espaço a todo o lixo pregado por Bolsonaro e pelo bolsonarismo. Está aí o resultado!

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ESTE SER QUE HABITA O MUNDO


“That one last shot’s a permanent vacation
And how high can you fly with broken wings?
Life’s a journey, not a destination
And I just can’t tell just
What tomorrow brings, yeah

You have to learn to crawl
Before you learn to walk
But I just couldn’t listen
To all that righteous talk, oh yeah
Well, I was out on the street
Just tryin’ to survive
Scratchin’ to stay alive…”

(Amazing, Aerosmith)

Não tendo grandes buscas filosóficas como tive ao longo da vida, minha busca de sentidos hoje é diferente das etapas vencidas. Compreendi a vida, agora é achar sentidos para seguir vivendo.

Olhando para trás, poderia tranquilamente dizer que aprendi a rastejar antes de caminhar e hoje sei mais que nunca que a vida é uma jornada e não um destino. Nunca se sabe o que o amanhã nos trará...

Estando retirado das lutas sindicais que me formaram como pessoa e cidadão brasileiro durante minha vida de bancário e, principalmente, após os trinta anos de idade, quando virei sindicalista, hoje estou mais concentrado em sistematizar o percurso que percorri nessas quase três décadas após assumir uma representação política na categoria na qual trabalhei a maior parte da vida.

Escrevi durante a pandemia mundial de Covid, em meu blog sindical, memórias que depois foram reunidas em um livro chamado “Memórias de um trabalhador politizado pelos bancários da CUT”. O livro vem ganhando o mundo. Não é um livro comercial, é uma espécie de depoimento de alguém que acredita na educação e na formação política porque o autor é fruto dessa experiência.

Em novembro, consegui presentear mais algumas pessoas com o livro. Seguirei fazendo isso. Alguns textos ou temas tratados no livro podem não ter muito sentido para todos os tipos de públicos, mas alguns capítulos podem ser interessantes para qualquer tipo de público, seja dirigente sindical, seja militante de esquerda, seja trabalhador da categoria bancária. É também um livro para as pessoas que me conhecem hoje ou que já conviveram comigo.

As reflexões contidas nos textos do livro, todos independentes, descrevem as concepções e práticas políticas que me politizaram e isso se deu com a militância da Central Única dos Trabalhadores (CUT), principalmente através do Sindicato de minha base de trabalho e da corrente política que me influenciou como dirigente de centenas de milhares de bancários por cerca de duas décadas.

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SISTEMATIZAÇÃO DOS TEXTOS DOS BLOGS

O trabalho de leitura, diagramação e encadernação de milhares de textos escritos em meus blogs ao longo de duas décadas está em andamento e não sei quando vou conseguir terminar essa sistematização. Mas tenho que terminar esse trabalho.

O personagem que registrou todas aquelas histórias da categoria bancária, que viveu e sentiu tudo que está escrito nas páginas dos blogs de cultura e sindical é um brasileiro que escolheu fazer esses registros e compartilhar esses textos abrindo mão de outras coisas na vida. 

O material histórico pode não ter importância para muita gente deste momento do mundo, mas como estudioso da sociedade humana, sei que o material tem sua importância histórica.

Enfim, sigamos fazendo as coisas que entendo que devem ser feitas.

Entendo que partilhar o que sei é a minha função no mundo até que eu não exista mais ou até que minha essência, meu ser, não possa mais fazer isso.

Por fim, visitei meus familiares em Uberlândia neste mês, fiz o que pude por eles, li o que foi possível, e tive minha rotina alterada após a edição do livro, pois estou encontrando pessoas do mundo político neste período de distribuição de minhas memórias.

William Mendes


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