sábado, 22 de agosto de 2009

FLM0617 - LITERATURA ESPANHOLA DO SÉCULO XVI - Século de Ouro

(ATUALIZADO EM 1/12/10)

Profa. Maria Augusta da Costa Vieira
Aula de 19 de agosto de 2009

(a interpretação conceitual é de minha responsabilidade)

Os séculos XVI e XVII espanhóis são conhecidos como o período ou século de ouro.

Muita coisa cabe dentro desse período. A verdade é que a produção literária espanhola desse período jamais se repetiu em volume e qualidade.

Em geral, o período do século XVI que entra nesse conceito de século de ouro é mais a segunda metade dele.

Naquela época eram incipientes as distinções entre história e literatura.

O curso terá 3 módulos

1º Módulo
Novela y prosa varia

Leremos alguns fragmentos de:
-Amadisgênero: cavalaria
-Diana – Jorge de Montemayor, pertence ao gênero pastoril
-Lazarillo de Tormes – obra de 1554 do gênero picaresco (seria algo parecido com o nosso Sargento de Milícias – mas, guardada a distância devida)
-El cortesano – Castiglione
-Pedro de Mexía – Silva de varia (lección)
-Juan Rufo – 600 histórias curtas que circulavam no cotidiano

2º Módulo
Teatro
-Los Pasos – Lope de Rueda (peças bem pequenas, breves, de origem popular)

3º Módulo
Poesia
-Romancero – composições em verso de oito sílabas. Antes do século XVI eram composições orais. Incluíam provérbios, refrões e ditos populares.

Fazem parte da tradição popular espanhola. O Romanceiro tem origem aí e a rima era bastante importante.

-Garcilaso de La Vega – compõe em sonetos, algo novo na época na Espanha. (é o “Camões” dos espanhóis)
-Fernando de Herrera – faz comentários às poesias de Garcilaso.
-San Juan de La Cruz – tradição da poesia mística.

Panorama do século XVI
Devemos ficar atentos para não cometermos anacronismos ao tentar ler o passado com a visão, o olhar que temos do presente.

Um bom exemplo disso é a leitura da obra de Cervantes – dom Quixote. Ela foi lida de uma forma até o século XVIII e de outra após os românticos do século XIX e XX (aqui, como um herói).

Cervantes pensou em ironizar as novelas de cavalaria da época com um louco. Um louco curioso, mas um louco.

Leitor crítico
Um aluno de letras deve saber ler dentro do contexto histórico de cada obra.

(comentário: aqui, citei para a professora e para os colegas, um excelente texto de João Alexandre Barbosa sobre o leitor crítico em relação ao leitor ingênuo)

Os conceitos de composição literária foram variando ao longo do tempo. No século XVI era importante a questão da imitação.

LEMBRETE
É importante perder o preconceito ao ler os textos do passado


Histórico do século XV espanhol

Em 1479 se casam Isabel e Fernando, os reis católicos. Começa uma forte política de expansão territorial espanhola.

1492 - um ano marcante para a Espanha Católica
-Cristóvão Colombo chega à América
-Os espanhóis conquistam Granada, última ocupação árabe na Península Ibérica.
-A primeira gramática da língua espanhola é publicada por Nebrija
-Primeira expulsão aos judeus

O crescimento do poderio espanhol é absoluto. Com o casamento de Juana com Felipe de Áustria, segue a política expansionista (Juana, a louca - filha dos reis católicos – citada no poema de Bandeira).

Agora a Espanha continha toda a Península Ibérica mais Flanders (Bélgica e Holanda) além da Áustria.

O século XVI espanhol foi governado por praticamente dois reis: Carlos V (da Áustria) ou Carlos I (da Espanha) entre 1516-1556 e depois por Felipe II entre 1556-1598.

A reforma protestante também trouxe impactos ao início do século XVI. A Contrarreforma foi bem violenta na Espanha. Basta lembrarmos a Santa Inquisição, que perseguia principalmente judeus e árabes por não terem pureza de sangue, ou seja, não eram “católicos de los cuatro costados” (dos 4 avós)

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