domingo, 29 de julho de 2012

Montevidéu, Uruguai - Impressões


Uruguai, Teatro Solís, julho de 2012.

Montevidéu, Uruguai - Impressões

É impossível ter uma boa avaliação ou conhecimento de causa para falar de um lugar onde se tenha ficado apenas quatro dias, todos eles enfiados em reuniões de trabalho. A ida ao Uruguai foi para o 8º Encontro das Redes de Bancos Internacionais da UNI Américas Finanças e para a 5ª reunião da Rede Banco do Brasil da UNI.

Bom, mesmo assim é possível apontar algumas impressões sobre a cidade de Montevidéu e de hábitos culturais dos habitantes locais.

A visita à cidade foi neste mês de julho e posso afirmar com tranquilidade que nunca vi um lugar com o vento mais gelado que Montevidéu. Cara, como todos os ambientes têm calefação e aquecimento, olhamos pelas janelas e vemos aquele solzinho enganador, porém, quando saímos porta afora é um frio desgraçado (entre 5º e 8º C ou 41º a 46,4º F).

Congelando: eu, Alan, Liliane e Zanon em
Montevidéu, Uruguai. 
Julho 2012.

Ficamos em um hotel defronte do Río de La Plata. Dá para ver a força do vento formando ondas e pendendo as palmeiras. Pelo que nos disseram, a água é marrom quando o vento vem do rio para o mar e é bem mais clara quando o vento vem do mar. Fizemos a pergunta por que de fato a cor da água muda mesmo.

Acolhida fraterna dos companheiros uruguaios

A hospitalidade dos uruguaios dirigentes sindicais foi maravilhosa. Gente muito hospitaleira. Muito obrigado!

Fomos tratados com uma atenção admirável pelos companheiros da AEBU - o Sindicato dos Bancários Uruguaios. Evidente que estendo o agradecimento pela atenção dedicada por todos que pertencem à UNI Américas Finanças.

Obrigado, companheiros uruguaios, pela calorosa
acolhida aos brasileiros. 
Saludos a AEBU y PIT-CNT!

Hábitos uruguaios que pude observar

a) Horário rígido para servir refeições

Dos hábitos dos uruguaios, me chamou a atenção algumas coisas. A primeira é em relação à rigidez no horário para servir o almoço. Cara, o restaurante serve a comida na ordem certa, para todos ao mesmo tempo.

Ao servir a entrada, se alguém chegar no meio do serviço, fica sem a parte que já serviram. É sério! Teve gente que chegou e só deram o postre (sobremesa). Outros chegaram e perderam o primeiro prato e por sorte pegaram o prato principal (pequeno pra burro!). É lógico que isto não quer dizer que na casa das pessoas seja assim. Fica a minha dúvida.

b) Cocô de cachorro na rua

Cara, é impressionante como essa coisa dos cachorros domésticos ("pets") dominaram a urbanidade moderna. Acredito que varia de lugar para lugar a conscientização das populações, pois se tem cachorrada em tudo quanto é cidade, por que algumas são super limpas e outras não?

Andei pela cidade dois dias. Num dia fui ao mercado municipal pelas ruas internas da cidade antiga e voltei pelo calçadão que acompanha o rio. No dia seguinte fui para o outro lado e andei até o Teatro Solís, Praça da Independência e área mais movimentada.

NUNCA vi tanto cocô de cachorro no chão em minha vida. Tinha muito toroço e muito, mas muito cocô pisado. A gente anda literalmente na merda.

Não estou desfazendo do povo local por isso, até porque o Brasil tem o mesmo problema. Meu bairro também é uma aventura quando andamos pelas ruas no entorno dos prédios onde moro. É corrida de obstáculos (cocô) mesmo!

c) Patriotismo

Essa coisa de patriotismo é algo que me chamou a atenção. Estivemos lá no dia do jogo de estreia da seleção uruguaia na Olimpíada de Londres. A Celeste começou perdendo o jogo e conseguiu virar. Cara, vi aquele clima que só me lembro no Brasil quando era criança. Todo mundo estava na frente da TV. Ao sair para caminhar, tinha bandeirinha do país em tudo, nos carros, nas bancas de revistas, nas janelas.

Senti a mesma coisa quando estive no Chile, no início do ano.

Também é um povo que preserva sua memória. Vimos isso no movimento sindical. Vimos isso pelas ruas da cidade.

d) O beijo fraterno

Eu acho muito bonito o cumprimento de homens com um beijo no rosto. É algo que só fui fazer pela primeira vez com meu pai aos 27 anos. É um gesto que considero de fraternidade. Os uruguaios se cumprimentam assim.

e) Carros velhos

Quando estive no Chile, fiquei impressionado por não ver carro velho. Eram novos e importados. E caros.

No Uruguai chama a atenção a grande quantidade de carros de fabricação antiga. Não sei por que é assim, mas fiquei curioso. Andei pela cidade vendo carros do meu tempo de adolescência. Hoje não sei o nome de carro algum. Para mim são todos iguais. Mas as ruas têm um monte de Voyage, Gol quadrado, Fiat 147, Belina, e mais um monte de carros dos anos oitenta. E tem mais um detalhe: todos amassados e sem mandar consertar. Com faróis quebrados etc.

Pode ser um sinal importante de que o carro para os uruguaios não seja símbolo de status e sim um modo de locomoção. Neste sentido, brasileiros e norte-americanos são o cúmulo da estupidez.

Sindicato dos bancários uruguaios.
70 anos de muita luta!!

Comentário final: povo de luta

O sindicalismo uruguaio é muito aguerrido. Esta é a melhor impressão que trouxe. Povo de luta.

Um banco tem que pensar bem antes de demitir um trabalhador bancário, pois existe uma cultura no país de lutar para não permitir nenhuma demissão e para realocar qualquer bancário que perder o emprego.

Pelo que os companheiros me disseram, o Banco do Brasil resolveu fechar a agência que havia no país anos atrás e pagou caro por isso. Teve que indenizar pesado cada trabalhador que deixou na mão.

Povo uruguaio, até a volta!


William

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