sábado, 28 de dezembro de 2019

281219 - Diário e reflexões


Veredas da vida.

Refeição Cultural

Sono. Muito sono. E um cansaço incrível. Pode ser alguma doença, é verdade. Mas talvez não seja nada, além de cansaço mesmo, de tudo.

Me sinto um derrotado. Acho que não sou só eu. Creio que muitos de nós nos sentimos derrotados. Passado o processo de impeachment da presidenta brasileira em 2016 e viver tudo o que vivemos e vimos acontecer nesses anos, culminando com o fascismo do novo regime em 2019, podemos dizer que sofremos uma derrota acachapante, histórica, que afetou qualquer cidadão progressista daqui e de qualquer lugar do mundo.

Sono. Muito sono. E um cansaço incrível. Não tenho conseguido ler romance, ler poesia, ler textos críticos ou reflexivos, nem textos de política. Não venho encontrando sentido em nada. Pode ser algo comigo, com minha psique, ou pode ser a onda que nos varreu e que fez com que as coisas perdessem mesmo o sentido.

É duro confessar que reconhecemos que a ignorância, o obscurantismo, o ódio e a verborragia religiosa e cínica venceram não só uma batalha, mas venceram uma guerra. 

Nem vontade de escrever tenho mais. Olho para o lado e não encontro pessoas progressistas, pessoas simples do dia a dia que me faziam ter garra e tesão de lutar por um mundo melhor. As pessoas ao nosso redor só arrotam ódio, maledicência, falam mal de todo mundo.

Quando encontro humanos que valham a tentativa de iniciar algum diálogo, muitas vezes ainda me sugerem que não escreva nada longo porque ninguém lê. Alguns ainda sugerem que eu entre na onda e comece a me adaptar à linguagem dos tempos (não linguagem).

Se eu quiser me comunicar, que o faça em algumas linhas, desenho, imagem, meme, uma carinha. Vídeos de um minuto... 

Talvez um grunhido para falar de Cassi, de Previ, de banco público, de solidariedade, de cooperativismo, de sindicalismo, de organização de base da classe trabalhadora. 

Um nenhénhé rápido para alguém notar que você quer compartilhar experiência e conhecimento adquirido na vida prática do mundo do trabalho.

Pra fazer nenhénhé acho que é melhor fazer sssssssssssshhhh.

Esquisito esse momento da existência humana. Devemos estar perto do Apocalipse.

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