quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Leitura: O peso do pássaro morto, de Aline Bei



Refeição Cultural

A leitura do livro de Aline Bei, O peso do pássaro morto (2017), se deu de forma casual. Minha esposa viu uma postagem da Manuela d'Ávila (PCdoB), que comentou nas redes sociais que adorou o livro. Minha esposa o comprou e como acontece algumas vezes, peguei o livro e li antes dela assim que chegou em casa.

Como leitor, dou meus parabéns para a autora, uma jovem escritora brasileira. A leitura me fez pensar muito. Me fez chorar. Me fez sentir raiva do que nós homens fazemos com as mulheres no mundo. O mundo é um lugar duro e ao prevalecer os piores instintos do animal humano homem, poucas são as chances do mundo ser um lugar mais justo e solidário, acolhedor e que dê esperanças e oportunidades à continuidade da vida.

A personagem sem nome nos conta em primeira pessoa momentos marcantes em sua vida, momentos de perdas, que vão dos oito aos cinquenta e dois anos. A narrativa é sensível e ao mesmo tempo duríssima. A ficção nos atinge em cheio porque os fatos que se passam com a personagem acontecem o tempo todo na vida real, ao nosso redor, ontem, hoje, sempre. O matar passarinho na pura expressão de maldade e violência gratuita. A violência contra as mulheres. A indiferença. Os medos. A complexa relação entre pais e filhos. A morte de pessoas conhecidas. As injustiças.

Existe cura para as perdas? Ou a gente simplesmente segue a vida porque é o que se tem a fazer?

Bom livro, boa estória. Desejo sucesso para Aline Bei.

William

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