Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
-“Quem me dera que fosse aquella loura estrella,
Que arde no eterno azul como uma eterna vela!”
Mas a estrella, fitando a lua, com ciúme:
-“Pudesse eu copiar-te o transparente lume,
Que da grega columna á góthica janella
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bella!”
Mas a lua, fitando o sol com azedume:
-“Mísera! tivesse eu aquella enorme, aquella
Claridade immortal, que toda a luz resume!”
Mas o sol, inclinando a rútila capella:
-"Pesa-me esta brilhante aureola de nume
Enfára-me esta azul e desmedida umbella…
Porque não nasci eu um simples vagalume?...”
OBSERVAÇÃO: ESTÁ COM A GRAFIA ORIGINAL
Fonte:
TERESA revista de literatura brasileira 6/7 - Machado de Assis. Usp, Editora 34, Imprensa Oficial, 2006.
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