segunda-feira, 4 de junho de 2012

JORNADA DE TRABALHO – REFLEXÕES


Capa de minha edição.



Pensando o trabalho bancário à luz de Marx


El Capital

Magnitud del valor, tiempo de trabajo socialmente necesario


“La sustancia del valor es el trabajo. La medida de la cantidad de valor es la cantidad de trabajo…

(…)

La productividad, pues, del trabajo depende, entre otras cosas, de la habilidad media de los trabajadores, de la amplitud y eficacia de los medios de producir y de circunstancias exclusivamente naturales; por ejemplo:

La misma cantidad de trabajo está representada en 8 (ocho) fanegas de trigo, si la estación ha sido favorable, y en 4 (cuatro) en el caso contrario…(p.8)


Aqui temos uma citação muito importante para entender na categoria bancária a questão do sistema de metas e a eterna tentativa dos bancos de remunerar os trabalhadores por resultado baseado no atingimento de metas e não por suas jornadas corretas de trabalho – 6 horas diárias.

Essa é a lógica do capital de não pagar pela compra da força de trabalho por jornadas determinadas (limitadas) por uma legislação e por conquista oriunda das lutas dos trabalhadores.


CUMPRIR A JORNADA DE TRABALHO É META REALIZADA

Os bancários de uma agência trabalharam a mesma “jornada” na tentativa de oferecer produtos financeiros e no atendimento dos clientes e usuários.

Terem sido realizadas 8 ou 4 operações, ou seja, atender clientes e ou vendas de produtos naquela “estação” (naquele dia/jornada) é REALIZAÇÃO DE METAS, fruto das horas de trabalho de todos e não somente daqueles que finalizaram as operações.


“Por regla general, si la productividad del trabajo aumenta disminuyendo el tiempo necesario para la producción de un artículo, el valor de este artículo disminuye, y recíprocamente, si la productividad disminuye, el valor aumenta. Mas cualesquiera que sean las variaciones de su productividad, el mismo trabajo crea siempre el mismo valor, funcionando durante igual tiempo, solo que suministra en un tiempo determinado una cantidad mayor o menor de valores de uso u objetos útiles, según que aumente o disminuya su productividad…”


Aqui se fala do aumento da riqueza material, fruto da produtividade do trabalho humano:

“Aunque gracias a un aumento de productividad se produzcan en el mismo tiempo dos vestidos (roupas) en vez de uno, cada vestido seguirá teniendo la misma utilidad que antes de duplicarse la producción; pero con dos vestidos se pueden vestir dos hombres en lugar de uno; así, pues, hay aumento de riqueza material

Sin embargo, el valor del conjunto de objetos útiles sigue siendo el mismo: dos vestidos hechos en el mismo tiempo en que antes se ha hecho uno, no valen más de lo que precedentemente uno solo.” (p.8)


POR QUE ISSO OCORRE?

Porque a substância do valor de uma mercadoria está na força de trabalho acumulada nela:

“(...) las mercaderías revelan solamente que en su producción se ha gastado una fuerza de trabajo. De otro modo: que en ellas se ha acumulado trabajo…” (p.7)


OU SEJA,

Quanto mais clientes e mais contas abertas e mais produtos financeiros forem vendidos com a mesma quantidade de trabalho, maior será a produtividade e maior a criação de riqueza (quem se apropria dela?).

A quantidade de trabalho dos bancários na agência é medida pelas horas de trabalho somada da jornada de cada um deles, independente de qual deles finalizou a gravação de um produto ou operação qualquer.

“Cualquier modificación el la productividad que haga más fecundo el trabajo, aumenta la cantidad de artículos que ese trabajo proporciona, y por lo tanto, la riqueza material;

Pero no modifica el valor de esa cantidad, de ese modo aumentado materialmente, si continúa siendo idéntico el tiempo total de trabajo empleado en su fabricación…” (p.9)





COMENTÁRIO FINAL

É evidente que aqui não estamos abrangendo todos os outros fatores que existem no processo bancário como, por exemplo, as tarifas cobradas, os valores dos salários pagos por cada função dentro da agência, as horas extras não pagas  etc.

Na lógica colocada pelo capital, quando um ou outro bancário dentro da agência não atinge as metas, o sistema faz com que as pessoas sejam as culpadas, demitindo ou descomissionando aquelas de "menor produtividade". Pura invenção do capital, porque a produtividade do sistema só tem aumentado há décadas e não se paga mais salário aos bancários por isso. 


Pelo contrário, após um aumento de folha de pagamento por campanha salarial, os bancos demitem os bancários com salários maiores e contratam com salários inferiores, readequando suas fopags.

Para se pensar seriamente em qualquer discussão de jornada de trabalho bancária é necessário que o sistema seja outro, enfim, a remuneração do bancário não poderia depender de valores atrelados a cumprimento de metas. Os bancários deveriam receber salários por suas funções e responsabilidades e com jornadas de 6 horas de trabalho de segunda à sexta-feira.

Bibliografia:
MARX, Karl. El Capital. Editorial ALBA. 1999, Madrid.

2 comentários:

Anônimo disse...

O trabalho bancário não é produtivo.

William Mendes disse...

Olá Joel, como vai?

Essa discussão é bem interessante. Será que todo trabalho que produz algo não-material não é produtivo? Eu discordo desta leitura.

A intermediação financeira, função típica de uma casa bancária, não é produtiva?

As pessoas (físicas e jurídicas) que querem produzir não precisam de buscar Capital para produzir? Onde buscam?

Ou seja, o assunto é bem interessante! Abraços, William