sábado, 25 de junho de 2016

Diário - 250616



Uma flor no meio do caminho.
A forma como olhamos para a frente.


Refeição Cultural - Estudar, refletir e se posicionar

Sábado em Brasília, cidade onde resido provisoriamente porque exerço um mandato eletivo em uma entidade de saúde dos trabalhadores. É a vida do ser social que se molda às necessidades e compromissos dos papéis sociais que assumimos na existência.

Estamos esperando o nosso filho nos visitar por dois dias para matar saudades, porque hoje ele vive a centenas de quilômetros de distância para estudar. Eu não o vejo há um mês.

Depois de percorrer dez Estados brasileiros nesses primeiros meses do ano, a trabalho, pois determinei a mim mesmo fazer um mandato muito próximo às bases sociais que representamos, vou ficar algumas semanas mais focado em estudos e trabalhos internos de gestão para me preparar tanto para os graves debates que teremos sobre sustentabilidade da entidade que administramos, como também para retomar uma agenda gigante de visitas a mais dezessete Estados no segundo semestre.


Enquanto vivo, observo
o que há ao redor. Temos
a natureza humana e a
natureza do entorno.
Confesso a vocês que a forma como eu mesmo me impus de exercer o mandato na Cassi, de mesclar a teoria e a prática, os estudos da intelectualidade com a permanência nas bases que represento, é uma forma de representação que extenua o ser, mas é a única forma que sei fazer política.

Decidi estudar duas décadas da Cassi para dar a minha opinião franca no momento que formos debater e propor soluções para a questão do déficit antigo e recorrente do plano de saúde dos funcionários do banco. Me lembro muito do livro que li do intelectual Edward Said - Representações do Intelectual -, obra na qual o autor abordava o papel central do intelectual em se posicionar exatamente com a sua opinião sobre o tema tratado, sem se calar por motivos de alianças políticas ou envolvimentos outros que não sejam o que ele entenda ser o melhor para aquilo que opina.

Ao final dos estudos que estou fazendo a respeito da Caixa de Assistência que administro junto com outros atores, tanto indicados pelo patrocinador-patrão, o Banco do Brasil, quanto outros eleitos pelos associados, vou expressar o que entendo ser melhor para os associados e para a Cassi, coloquei associados na frente porque a Cassi existe em função deles e deve seguir existindo porque é melhor para eles, os associados.

Imaginem vocês que estou relendo autores e textos meus mesmo, de vários anos passados, porque a leitura de bons autores como Machado de Assis e outros dos quais sou admirador nos faz refletir e relembrar o que somos e melhorar nossos conceitos de mundo e de existência.

Os contos que reli nesta semana, O Alienista e Na Arca, de Machado, têm relação profunda com as questões de loucuras e vaidades de meu mundo de gestor de entidade de saúde da comunidade Banco do Brasil e de ex-dirigente sindical num mundo cindido com ódios e rancores nos movimentos sociais e ainda mais num país que sofreu um Golpe de Estado e que tem, no momento, a pior condição política, econômica e social possível para conquistar direitos para trabalhadores ou mantê-los.

Que merda essas crises, heim!

Enfim, vou estudar muito nessas semanas, já estou fazendo isso. Até ao deitar, o cérebro fica trabalhando e buscando soluções para a entidade de saúde que administro e que aprendi a amar e respeitar pelo que ela, a Cassi, representa para mais de setecentos mil vidas da comunidade Banco do Brasil.

Seguimos adiante buscando fazer o melhor possível como cidadão e como ser humano.

William
Cidadão do mundo

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