sábado, 15 de agosto de 2020

150820 - Diário e reflexões



Distopia. Desenho de William Mendes.


Sábado, dia 15 de agosto, sábado chuvoso em Osasco. Este é o ano em que apareceu o novo coronavírus, Covid-19, que já infectou 21 milhões de pessoas no mundo, já matou 766,6 mil pessoas, colocou em quarentena bilhões de pessoas e paralisou as economias dos países. A pandemia virou até desculpa para toda a tragédia humana que já era uma realidade mundial por causa do necrocapitalismo: alguns caras detêm todas as riquezas e os meios produtivos do mundo e os 7 bilhões de humanos não têm nada (na verdade temos 8 bilhões de humanos). Esse era o normal antes de janeiro de 2020.

Não sabemos como a história vai registrar esse período de pandemia mundial. Muitos livros de ficção do século XIX e XX imaginavam sociedades distópicas num futuro próximo ou distante. Imaginavam governos totalitários que controlavam até o pensamento das pessoas e eliminavam aquelas que se rebelavam contra o sistema, imaginavam sociedades onde ler era proibido, imaginavam sociedades onde máquinas dominavam os seres humanos. De propósito misturei ficção e história.

O que é ficção e o que é história? O que é verdade e o que é mentira? Na sociedade do presente, essa de hoje, os conceitos se misturaram e a realidade virou uma lama só. As duas primeiras décadas do século XXI trouxeram novas tecnologias que revolucionaram o mundo das comunicações e com isso a sociedade humana mudou, deu um salto para outra fase de sua existência. A internet se apresentou como algo maravilhoso para os seres humanos. Todo mundo poderia se comunicar livremente, sem interferência dos meios midiáticos tradicionais: rádios, TVs, jornais e revistas. Dinheiro público e cientistas de faculdades do mundo todo criaram e alguns caras se apropriaram das descobertas e registraram o YouTube, o Facebook, o Twitter, o Instagram etc. E o mundo mudou...

Então, o que é ficção e o que é verdade? No primeiro parágrafo dei um panorama da pandemia de Covid-19 com os dados de agora de manhã da Johns Hopkins University. Mas num dos países do mundo, um que agora voltou à condição de colônia, desta vez dos Estados Unidos, os caras que foram colocados no poder por golpe de Estado afirmam que a pandemia é uma gripezinha e que nada deveria mudar no cotidiano das pessoas porque gente morre todo dia mesmo, "e daí?", e que o que se deve fazer é tocar a vida. Os pobres têm que trabalhar para manter os ricos em suas casas em isolamento social para evitar a Covid-19. Os seguidores e apoiadores do governo, chamados de bolsonaristas, afirmam que essa tal de Covid-19 é invenção da esquerda. Pois é! E já morreram 106.523 pessoas nessa nova ex-colônia. Os países civilizados começaram as quarentenas e o isolamento social de novo por causa da pandemia voltar a contagiar e matar. Aqui nunca tivemos isolamento e quarentena efetivamente, pois o inumano no poder atuou contra isso. (as pesquisas apontam que quase metade da população apoia o desgraçado no poder...)

Voltando às novas tecnologias de informação e comunicação do mundo virtual... Agora uns caras detêm os meios onde bilhões de pessoas e milhões de empresas e instituições vivem, sobrevivem, tentar viver e sobreviver. Quem estiver fora desses meios é ogro, é um ser quase inexistente. E esses caras dominaram as economias, dominaram os países, dominaram as mentes das pessoas. Algumas pessoas de carne e osso, nem melhores nem piores que outras pessoas, têm a capacidade de influenciar, decidir sobre a existência ou não de bilhões de pessoas e instituições nessas redes sociais deles...

Interessante... a cada dia a realidade mais se parece com os clássicos de ficção que pensavam sociedades distópicas e quase impossíveis de se viver...

William

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