Não adianta fazer cara de mau, como dizia Riobaldo Tatarana, porque no fundo somos de coração bom, somos humanistas. |
Refeição Cultural
Olhar para trás...
Madrugada de domingo. Estou vivo. Sendo assim, reflito; pois sou um ser humano e me nego a ser um bicho irracional. Decidi olhar para trás nesse momento de minha vida e nesse momento conturbado do mundo, do nosso mundo. Posso olhar cinquenta anos para trás; é alguma coisa. Tenho o desejo de entender algumas coisas, de compreender o porquê que as coisas são como são.
Remexendo e organizando as coisas que tenho, fico impressionado pela quantidade de papéis, revistas, livros e mídias que acumulei ao longo da vida. A conclusão imediata que se pode tirar é que pelo menos eu tive o desejo de ser menos ignorante, de ter mais conhecimento. Não pude ler a maioria do que acumulei, mas é porque a vida era gasta no viver, no viver de um proletário. A vida passa voando entre uma exploração e outra por comida e abrigo.
Se calhar de viver até os 81 anos eu bem que poderia me sentar, pegar tudo aquilo que juntei e fazer a devida leitura. Vai que na leitura e no conhecimento novo eu conforte meu coração despedaçado por acordar num país bolsonarista, no meio de um povo que permite as barbaridades contra si mesmo sem reação. Quantas vezes pensei ao longo da fase menos remediada da vida que preferiria morrer a ser um escravo acomodado.
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Olhando para trás no meu perfil da rede social, olhando o mês de julho deste ano, vi postagens interessantes. Como sempre, pouca visualização. Creio que o algoritmo tem peso nisso.
Postei um comentário demonstrando estupefação ao ver uma matéria de um dos maiores sindicatos de bancários do país debochando do fato de outro sindicato ter perdido uma liminar que mantinha em casa (home office) os bancários que tinham coabitação com pessoas do grupo de risco (Covid-19). Francamente, ao ver um sindicato fazer isso, a gente vê que a esquerda e os trabalhadores terão muita dificuldade para derrotar nossos inimigos, os capitalistas exploradores e donos do mundo. A postagem gerou perto de 30 comentários muito interessantes. Sou grato a todas e todos que opinaram a respeito da questão.
Fiz alguns vídeos sobre política, os vídeos também foram postados na minha conta do YouTube. Repliquei informativos da revista Carta Capital sobre os números da pandemia de Covid-19. Os infectados e os mortos são muito maiores do que a previsão que eu havia feito: já são mais de 107 mil vítimas fatais. Mas o bolsonarismo venceu a narrativa e não existe nem quarentena nem isolamento social no país. Uso de máscara é lei, mas cumpre quem quer. Normalizaram-se mil mortes por dia como se fossem uma notícia de acidente de trânsito entre dois carros. É nesse país bárbaro que nos transformaram para tirar por golpe o Partido dos Trabalhadores do poder, já que pela democracia a casa grande não via chance alguma.
Voltei no tempo até o dia 28 de julho. O dia que postei na rede social a foto acima. Havia escolhido uma foto para mostrar que estava com gana de lutar e enfrentar os desgraçados que destruíram nosso país e nosso mundo. Mas vamos ser realistas: não adianta aprender a fazer cara feia e seguirmos sozinhos e isolados. Nossos inimigos estão com todos os meios à disposição deles. E nós não estamos de mãos dadas e unidos.
Vamos dormir pois já são três horas da manhã. Pelo menos ouvi, na última hora e meia, músicas das antigas, da época em que eu ouvia música diariamente.
William
Post Scriptum:
Uma das imprecações que fiz em julho, deixo registrada aqui, pois vai que ela se realize um dia...
"FASCISMO (instantes...): País vive um momento decisivo em sua história. Esses apoiadores do fascismo, que apostam na mentira, na manipulação e no fanatismo de parcela da população (parte dela ignorante e parte cínica), podem continuar com seu gozo momentâneo. Ali na esquina vocês vão se encontrar com o julgamento e com a condenação penal e moral de seus atos. Torço para que vocês não sejam "justiçados". Espero que vocês tenham o legítimo direito humano à defesa.
Pulhas fascistas! Vocês vão cair!"
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