Refeição Cultural - CartaCapital 1195
ALTA-TENSÃO
Faz tempo que li a última revista CartaCapital inteira. Faz tempo! Foi no final de setembro de 2021, a edição 1173 (comentário aqui). Aliás, preciso fazer uma correção e parar de escrever "Carta Capital", já que o nome da revista é CartaCapital. Às vezes, sou meio birrento ao escrever nos meus espaços de escrita.
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MODERNISMO - As matérias destacadas na capa da revista são muito bem escritas, e nos trazem os fatos, além da opinião qualitativa do escriba, como é o caso da matéria assinada por Mino Carta na seção "Plural": "O que restou de 1922 - Semana de Arte Moderna: Mário de Andrade soube entender a necessária simbiose entre a cultura e a política". Gostei do artigo e dos relatos de Mino.
Durante a semana passada, quando se comemorou cem anos daquela "Semana de Arte Moderna" cheguei a ler nas redes sociais alguns comentários bem negativos a respeito daquele movimento e das pessoas que participaram dele. Alguns comentários esculhambavam os protagonistas do movimento. Opinião é opinião. Eu penso que o movimento foi muito importante e sou admirador de Mário de Andrade. Aliás, Macunaíma e Pauliceia Desvairada são obras fenomenais. Fenomenais!, na minha opinião.
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NEONAZISMO - Outra matéria importante da semana foi a que tratou da ascensão dos extremistas de direita, fascistas, nazistas, neonazistas et caterva no Brasil após a demonização da política do país por parte da casa-grande e seus veículos familiares de comunicação (grande imprensa, PIG, mídia empresarial e outras denominações), que apostaram no caos e na destruição para interromper os governos democráticos e populares do Partido dos Trabalhadores após a eleição de Lula em 2003. As mentiras chamadas fake news foram a pauta do PIG durante todos os anos dos governos do PT neste século.
Tirando a minha opinião no parágrafo anterior, a matéria trata do caso que chamou a atenção durante alguns dias: o do youtuber conhecido como Monark, apresentador do Flow, podcast de maior audiência do país. A matéria da seção "Seu País" à página 16 traz o tema: "O triunfo dos extremistas - Neonazismo: O discurso da 'liberdade de expressão irrestrita' apenas fortalece a atuação de gangues e dos lobos solitários".
A matéria reproduziu uma das frases ditas por Monark no programa: "Acho que o nazista tinha que ter o partido nazista, reconhecido pela lei". E um dos convidados do programa, segundo a revista, teve a seguinte postura: "Presente na bancada, o deputado Kim Kataguiri, do DEM, emendou que a Alemanha errou ao criminalizar o nazismo após o fim da Segunda Guerra Mundial.".
"O PAVOR DE DILMA ROUSSEFF" - Pois é! Eu e todos os brasileiros vimos um deputado federal dizer no microfone do Congresso Nacional no dia 17/4/16 (sessão de votação do impeachment sem crime) que ele votava em nome do coronel Ustra, o torturador da jovem Dilma Rousseff nos anos da ditadura civil-militar... e não saiu preso, não foi processado e ali se abriram as portas do inferno para o que o Brasil se transformou.
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ELETROBRAS - Que dizer então da privatização da Eletrobras? A entrega do patrimônio nacional de centenas de bilhões de dinheiros para uns chegados da casa-grande é algo que eu não vou dizer o que penso, o que acho que se deveria fazer com essa gente.
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ARTIGOS - A edição traz artigos muito bons. Eu destaco o do Marcos Coimbra (p. 23): "Mão grande na eleição" com um destaque na entrada do texto: "Bolsonaro e sua turma vão fazer todo tipo de bandalheira para se manter no poder. Na verdade, já fazem".
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REVISTA LIDA E COMENTÁRIO FINAL
Enfim, lida a revista. Muito conteúdo! Muita informação.
Eu registro na postagem uma impressão que mantenho faz tempo. Acho difícil acontecer o que todos nós desejamos: que tudo corra normalmente e que Lula seja eleito presidente da república em eleições normais em outubro deste ano.
Acho que há uma probabilidade importante do Lula não ser o presidente do Brasil em 2023 ou não terminar um eventual mandato caso a casa-grande e o crime organizado que tomou conta do país permitam que ele chegue ao Planalto pelas vias democráticas em outubro deste ano.
Espero estar errado. Acho que desta vez não vai rolar a conciliação que Lula e o PT gostariam de fazer com os capitalistas, como ocorreu em 2002. Os tempos são outros e a história não se repete. A democracia burguesa liberal acabou após as ferramentas tecnológicas da atualidade (redes sociais e algoritmos). Acabou e não sabemos o que pôr no lugar.
William
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