Refeição Cultural
O ano de 2021 foi um ano de muita leitura para mim, felizmente. Li clássicos que há muito queria ler. Li muita poesia, inclusive conhecendo autores e poemas novos.
GÊNEROS DISCURSIVOS - No início do ano, imaginei que poderia escrever textos de ficção - contos -, cheguei a fazer três narrativas curtas em janeiro, mas depois não fiz mais. Meu perfil é mais para outros gêneros discursivos.
Escrevi memórias, diários, textos políticos argumentativos e reflexivos, críticas literárias. Fiz 275 postagens neste blog de cultura. Acabei a revisão e impressão agora. Alguns textos são registros muito interessantes de leitura, de política e de vida.
ADEUS MARATONA E KUNG FU - Em relação às atividades humanas ligadas a esporte e saúde, comecei o ano acreditando que poderia continuar sonhando com algumas possibilidades de esportes como retomar o Kung Fu que interrompi no início da pandemia e treinar para correr a tão sonhada maratona (42K). Infelizmente, avalio que minha condição de saúde interrompeu para sempre esses objetivos. Meu quadril com desgaste não parece que vá melhorar e sim piorar a cada dia. Que triste isso!
BACHAREL EM LETRAS - Depois de uma vida estudantil dentro de nossa querida Universidade de São Paulo, na mais querida ainda Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), que comecei a frequentar como aluno em 2001, concluí os créditos que faltavam e me formei bacharel em Letras, com habilitações em Português e Espanhol.
Após cursar as últimas disciplinas em 2010, não colei grau na época. Ao pedir o diploma anos depois, descobri que houve uma divergência nos créditos totais e foi preciso voltar à graduação em 2019. Frequentei a USP nos últimos dois anos e foram momentos de muito prazer por gostar tanto daquele espaço de vida e cultura, mesmo tendo finalizado as disciplinas através de aulas virtuais por causa da pandemia mundial.
Agora sou bacharel em Letras e Ciências Contábeis. Não sou especialista em nada. Sigo desejando ser um homem cultivado (conceito de Mircea Eliade). Se for possível, gostaria de ser menos ignorante e um pouco mais sábio. E sabedoria não é uma aquisição fácil, não se adquire só com erudição. Sei de minhas limitações. Enquanto viver, prometo a mim mesmo estudar e aprender o que for possível.
SOBREVIVENDO AO COVID-19 E ÀS OUTRAS MORTES SEVERINAS - Mortes pelo coronavírus saltaram de 200 mil no início do ano para mais de 600 mil no final de 2021. Os meses de março e abril foram os meses que mais se morreram pessoas no Brasil em sua história. Mortes diversas, mortes severinas.
Até meados do ano passado a incerteza sobre termos vacina para todos ou não era uma realidade. O regime genocida não queria que o povo brasileiro se vacinasse. A CPI mostrou que agentes do governo recusavam ofertas de vacinas das empresas produtoras para negociarem propinas através de outros fornecedores. Enquanto isso, nossos conhecidos morriam por consequências do Covid-19.
Felizmente, sobrevivi nesses dois anos de pandemia mundial do coronavírus, eu e meus familiares mais próximos. Pelas condições, posso dizer que sou um privilegiado por estar vivo. Milhares de mortos também seguiam as recomendações da ciência, mas suas condições os expuseram a mais riscos (a necessidade de sobreviver como classe trabalhadora). A imensa maioria dos mortos é o povo da base da pirâmide social brasileira.
O SUSTO: no fim do ano, ao investigar uma pinta ou mancha na cabeça que cresceu e ficou esquisita, os profissionais da saúde decidiram meter a faca e arrancar aquilo. Arrancaram um pedacinho de mim quase do tamanho de um artelho de dedinho da mão. Semanas depois, os exames apontaram aquilo como carcinoma basocelular (câncer de pele!). Caraca! Não falo que sou um privilegiado! Por acaso minha condição permitiu descobrir aquilo. Parece que não ficaram resquícios dessa merda. Ufa!
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LEITURA DE LIVROS (57 OBRAS)
Janeiro
Completei a leitura de 3 livros. Para ler a postagem a respeito da leitura é só clicar na palavra "comentário" na frente de cada livro:
1 - Poemas 1913-1956 - Bertolt Brecht, 1986 (comentário)
2 - Las armas secretas - Julio Cortázar, 1959 (comentário)
3 - Aquele mundo de Vasabarros - José J. Veiga, 1982 (comentário)
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Fevereiro
Reli clássicos e terminei leituras começadas fazia tempo. A releitura de Mario Puzo foi para assistir aos 3 filmes dirigidos por Coppola e com roteiros de Puzo. Também assisti a uma versão do clássico de Kafka, O processo. O filme que vi foi dirigido por Orson Welles e estrelado por Anthony Perkins. Finalmente me empenhei e li o clássico de Flaubert, foram vinte anos de procrastinação. Dias atrás, assisti a uma versão cinematográfica do clássico de Flaubert (Direção de Claude Chabrol, com Isabelle Huppert, 1991):
4 - O processo - Franz Kafka, 1925 (comentário)
5 - Madame Bovary - Gustave Flaubert, 1856 (comentário)
6 - O chefão - Mario Puzo, 1969 (comentário)
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Março
Comecei a ler o grande clássico de Melville, Moby Dick. Li 3 livros de grande impacto psicológico pela qualidade de seus autores, livros pequenos no volume e grandes na mensagem - Conceição Evaristo, Saint-Exupéry e Plínio Marcos. No fim do mês, comecei a releitura de Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda.
7 - Becos da memória - Conceição Evaristo, 2006 (comentário)
8 - O pequeno príncipe - Saint-Exupéry, 1943 (comentário)
9 - Querô (uma reportagem maldita) - Plínio Marcos, 1976 (comentário)
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Abril
Fiz a releitura de diversos clássicos do modernismo brasileiro. Iniciei a leitura do livro do professor, cientista e neurologista Miguel Nicolelis, livro que mudaria minha visão de mundo. Comecei também a leitura da Odisseia de Homero, em versos, na excepcional tradução (ou transcriação) de Odorico Mendes. E... terminei a leitura de Moby Dick!
10 - Raízes do Brasil - Sérgio B. de Holanda, 1936 (comentário)
11 - Memórias sentimentais de João Miramar - Oswald de Andrade, 1924 (comentário)
12 - Pau-Brasil - Oswald de Andrade, 1924 (comentário)
13 - Serafim Ponte Grande - Oswald de Andrade, 1933 (comentário)
14 - Pauliceia Desvairada - Mário de Andrade, 1922 (comentário)
15 - Losango Cáqui - Mário de Andrade, 1926 (comentário)
16 - Libertinagem - Manuel Bandeira, 1930 (comentário)
17 - Moby Dick - Herman Melville, 1851 (comentário)
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Maio
Comecei a releitura de Ulysses, de James Joyce. Por estar lendo Ulysses e a Odisseia, de Homero, li vários clássicos da antiguidade.
18 - Cenas de Nova York & outras viagens - Jack Kerouac, edição de 2012 (comentário)
19 - Édipo Rei - Sófocles, 430 a.C. (comentário)
20 - A obra-prima ignorada e Um episódio durante o terror - Honoré de Balzac, séc. XIX (comentário)
21 - O conto da ilha desconhecida - José Saramago, 1998 (comentário)
22 - Antígona - Sófocles, 444 a.C. (comentário)
23 - Prometeu Acorrentado - Ésquilo, séc. V a.C. (comentário)
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Junho
As leituras de junho incluíram o bardo Shakespeare (releituras) e terminei a autobiografia do líder sul-africano Nelson Mandela. A leitura de Mandela pautou boa parte dos textos de diário e reflexões que fiz no mês.
24 - Romeu e Julieta - William Shakespeare, 1594 (comentário)
25 - Hamleto - William Shakespeare, 1600 (comentário)
26 - Longa caminhada até a liberdade - Nelson Mandela, 2012 (comentário)
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Julho
O mês foi de leituras políticas interessantes: Florestan Fernandes, Lula, e uma excelente biografia sobre Trótski, feita por um poeta, Leminski. Foi neste mês que terminei a leitura da Odisseia de Homero na tradução de Odorico Mendes. Foi um feito para mim!
27 - O verdadeiro criador de tudo - como o cérebro humano esculpiu o universo como nós o conhecemos - Miguel Nicolelis, 2020 (comentário)
28 - Florestan Fernandes - vida e obra - Laurez Cerqueira, 2004 (comentário)
29 - Odisseia - Homero, século VIII a.C. (comentário)
30 - O caminho da vitória - Jesus Carlos et al., 2003 (comentário)
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Agosto
Neste mês li contos de Machado de Assis e segui com as leituras que já vinha fazendo nos meses anteriores. Comecei a reler Brás Cubas. Preenchi lacunas culturais também, desta vez com o poeta Castro Alves.
31 - Distraídos venceremos - Paulo Leminski, 1987 (comentário)
32 - Retrato do artista quando jovem - James Joyce, 1916 (comentário)
33 - Trótski - A paixão segundo a revolução - Paulo Leminski, 1986 (comentário)
Setembro
O mês foi de muita leitura de Machado de Assis. Estava relendo Memórias póstumas de Brás Cubas e contos diversos.
35 - Tajá e sua gente - José J. Veiga, 1986 (comentário)
36 - Superman: entre a foice e o martelo - Mark Millar, 2003 (comentário)
37 - Ulysses - James Joyce, 1922 (comentário)
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Outubro
Neste mês, preenchi lacunas culturais muito antigas. Li os romances clássicos sobre as jovens Alice e Dorothy, a garota inglesa e a garota americana, dois ícones da cultura de seus países. Reli um best sellers de minha adolescência, um clássico de terror. Li um livro autobiográfico de um colega do BB.
38 - Câncer, eu? - Riede, 2020 (comentário)
39 - Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll, 1865 (comentário)
40 - Através do espelho e o que Alice encontrou por lá - Lewis Carroll, 1871 (comentário)
41 - O mágico de Oz - L. Frank Baum, 1900 (comentário)
42 - Horror em Amityville - Jay Anson, 1977 (comentário)
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Novembro
Tirei o mês para ler poesia. Reli os dois primeiros livros de Cecília Meireles (lidos em 2019), e depois fui lendo os livros da poeta que não conhecia ainda. Ao todo, li 7 obras dela. Reli Drummond. E li mais um livro de terror. Acabei a releitura de Brás Cubas.
43 - Espectros - Cecília Meireles, 1919 (comentário)
44 - Nunca mais... e Poema dos poemas - Cecília Meireles, 1923 (comentário)
45 - Baladas para El-Rei - Cecília Meireles, 1925 (comentário)
46 - Alguma poesia - Carlos Drummond de Andrade, 1930 (comentário)
47 - Cânticos - Cecília Meireles, 1927 (comentário)
48 - 666 O limiar do inferno - Jay Anson, 1981 (comentário)
49 - Memórias póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis, 1881 (comentário)
50 - A festa das letras - Cecília Meireles, 1937 (comentário)
51 - Brejo das Almas - Carlos Drummond de Andrade, 1934 (comentário)
52 - Morena, pena de amor - Cecília Meireles, 1939 (comentário)
53 - Sentimento do mundo - Carlos Drummond de Andrade, 1940 (comentário)
54 - Viagem - Cecília Meireles, 1939 (comentário)
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Dezembro
Pra não dizer que não registrei nada sobre esse último mês do ano de 2021, registro que vivi meu último inferno astral sindical. A direção do movimento da minha base política aprontou mais uma comigo. Como deve ser, a vida seguiu. E Drummond me deu a receita da superação mais uma vez...
55 - José - Carlos Drummond de Andrade, 1942 (comentário)
56 - As aventuras de Robinson Crusoé - Daniel Defoe, 1719 (comentário)
57 - A rosa do povo - Carlos Drummond de Andrade, 1945 (comentário)
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THE END (POR ENQUANTO)
Fim desta retrospectiva. Sobrevivi. Li. Vivi. Seguimos!
Não vou ler assim em 2022. Tenho que fazer coisas para as quais procrastinei por anos. Parece que estou me mudando há anos. Anos! Preciso acabar algumas coisas. As leituras de fôlego ficam para o caso de sobrevivermos a mais este ano. Preciso virar algumas páginas... do livro da vida.
William
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