sábado, 22 de maio de 2021

Jack Kerouac: Cenas de Nova York & outras viagens



Refeição Cultural

"E percebo que não importa onde eu esteja, seja em um quarto repleto de ideias ou nesse universo infinito de estrelas e montanhas, tudo está na minha mente. Não há necessidade de solidão. Por isso, ame a vida pelo que ela é e não forme ideias preconcebidas de espécie alguma em sua mente." (Em: Sozinho no topo da montanha. KEROUAC, 2012, p. 40)


Ontem, sexta-feira à noite, estava cansado de um monte de coisas. Não queria ler nenhum dos três livros que estou lendo. Não queria assistir a nada. Não queria ler nem saber de merda nenhuma da política destruída em meu país. 

Olhei na estante em busca de alguma coisa pra ler. Peguei meia dúzia de livros pequenos, finos. Sófocles, Ésquilo, dois de crônicas do Drummond, Balzac, Kerouac. Li duas crônicas de Drummond, mas não era aquilo que procurava. Cochilei no sofá. 

Já na madrugada de sábado, peguei o Kerouac. Li a primeira narrativa "Cenas de Nova York". Ele fala da Nova York de meados do século XX. A leitura me lembrou a experiência que tive ao visitar e conhecer a cidade. Foi uma oportunidade para refletir bastante sobre estereótipos e preconceitos. Minha impressão mudou após a estadia na metrópole norte-americana.

Na manhã deste sábado, li as outras narrativas que constam no pequeno livro de Jack Kerouac.

O texto "Sozinho no topo da montanha" me fez pensar a respeito de algumas coisas também. Ele descreve a experiência que teve ao ficar 63 dias isolado na cadeia de montanhas da North Cascade a noroeste dos Estados Unidos.

Ao subir, ele tinha em mente uma escritura antiga que dizia: "A sabedoria só pode ser obtida sob o ponto de vista da solidão" (p. 26)

Ao descer das montanhas, ele já tinha uma visão diferente - "Não há necessidade de solidão" - excerto que citei acima. Me lembrei da vida de Chris McCandless e sua desventura no Alasca nos anos noventa.

Por fim, li a narrativa "O vagabundo americano em extinção". Também fiquei pensando bastante a respeito das reflexões de Kerouac. Ele cita o vagabundo de Chaplin, cita Jean Valjean, cita Jesus Cristo. Nos lembra da questão da humildade quando reflete sobre a opção de se viver de esmolas e fora do sistema.

De canja, o livro ainda trouxe um poema de Kerouac, "Rimbaud".

Eu tenho em casa o livro principal dele, On The Road. Quem sabe um dia eu leia. 

Por enquanto, tomei contato com os textos de Jack Kerouac, um dos líderes da geração beat. Uma lacuna cultural preenchida.

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Estou azedo. Estou com raiva do ser humano. Não vislumbro um futuro feliz ou satisfatório, não por causa da pandemia de coronavírus (que já é uma merda de consequências coletivas). 

Ser possível a existência e aceitabilidade de lixos humanos como a família de milicianos no poder no Brasil e gente que apoia isso é algo que me faz desistir dos seres humanos. E sei que isso é grave, pois somos isso.

Milhões de idiotas feito eu estão expostos à morte por Covid-19 a qualquer momento porque os desgraçados (DESGRAÇADOS!) no poder não quiseram nos vacinar. E se não morrermos com o vírus, as sequelas podem estragar nosso resto de vida. Que desgraça! 

E desgraçados são todas as pessoas que apoiam essa doença mental - bolsonarismo - que tomou conta desse país desgraçado! Povo miserável! Assassinos são os apoiadores desse genocídio!

Foda-se se eu morrer de Covid-19! A gente toma todos os cuidados, mas as pessoas morrem assim mesmo, sem nem saber como pegaram essa merda!

William


Bibliografia:

KEROUAC, Jack. Cenas de Nova York & outras viagens. Porto Alegre, RS. L&PM, 2012.


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