Refeição Cultural
"Antígona - O povo fala. Por mais que os tiranos sejam afeitos a um povo mudo, o povo sempre fala. Fala sussurrando, amedrontado, à meia luz, mas fala..." (SÓFOCLES, 2007, p. 98)
Mais um clássico lido! Agora conheço a história de Antígona, filha de Édipo e Jocasta, na versão de Sófocles. Que dramática é a narrativa do início ao fim! (li que na versão de Eurípides, Antígona tem um final diferente. Dele, eu conheço a tragédia Medeia)
Lendo as tragédias gregas fica mais fácil compreender os mitos da antiguidade clássica e as referências das tragédias de Shakespeare.
Antígona é uma das filhas de Édipo e Jocasta. Édipo é aquele que matou o pai, Laio, e ficou com sua mãe. É bom lembrar que ele não sabia disso. Tudo foi tramado pelos deuses do Olimpo, e os argumentos das tragédias de Sófocles lembram ao povo grego que ninguém foge de seu destino.
A tragédia se passa em Tebas, o rei que ocupa o trono é Creonte, irmão da falecida Jocasta e tio de Antígona e seus três irmãos - Ismênia e os irmãos Etéocles e Polinice. Os irmãos morrem em batalha um contra o outro, um defendendo o tio e Tebas e o outro tentando tirar do poder Creonte, estando ao lado de seu sogro, rei de Argos.
Antígona quer realizar os ritos fúnebres para Polinice, mas Creonte quer que ele apodreça insepulto e comido pelos cães, enquanto ao outro irmão que defendeu Tebas, Etéocles, faz os ritos corretos. Antígona não aceita isso e está armado o barraco para a tragédia que fará cumprir-se o destino trágico a toda a descendência de Édipo.
Creonte é orgulhoso e inflexível e não atende ao clamor de seu filho Hêmon, noivo de Antígona, e sequer ouve os conselhos do sábio cego Tirésias. O tirano quer sangue! Quando volta atrás já é tarde e uma série de merdas acontecem na família.
Enfim, mais uma lacuna cultural preenchida. Esses clássicos e mitos da antiguidade me fazem lembrar dos textos críticos que li sobre a história ser linear ou cíclica, o tempo nas narrativas religiosas e mitológicas, mitos do eterno retorno etc.
Seguimos lendo, estudando, tentando dar sentido às coisas, mesmo sabendo que as coisas não têm sentido algum.
William
Bibliografia:
SÓFOCLES. Édipo Rei & Antígona. Tradução: Jean Melville. Coleção a obra-prima de cada autor. São Paulo: Martin Claret, 2007.
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