Refeição Cultural
Domingo, 2º dia de contato com a minha edição do livro Ulysses, de James Joyce, na tradução de Caetano W. Galindo (presente do amigo Sérgio).
Estou lendo a "Introdução" a cargo de Declan Kiberd. O texto é outro livro, um texto profundo, mas muito interessante. Já aprendi muita coisa e já refleti a respeito de várias informações obtidas nele.
A introdução traz as seguintes subdivisões: "O livro", "A estrutura", "A linguagem", "Os personagens", "Ulisses e a escrita irlandesa", "Breve histórico do texto". Faltam as duas últimas partes para ler.
Uma das coisas recorrentes quando leio textos de metalinguagem e de crítica literária é sentir aquele sentimento meio humilhante de não ter lido diversos autores e obras citadas pelo crítico. Isso é foda! Me lembro dessa sensação coletiva em sala de aula quando assistia às aulas da USP. Um sentimento meu e dos demais estudantes (eu mais velho que a média).
Anoto aqui algumas citações do texto de Kiberd que me recordaram a sensação terrível das lacunas culturais (aos 52 anos!): nunca li Yeats, Gide, D. H. Lawrence, Virginia Woolf, Jane Austen, Dickens e T. S. Eliot. Quer mais? Não, deixa quieto...
Ao ler sobre Leopold Bloom na parte "O livro" fiquei com a impressão de que o personagem seria algo como o nosso Riobaldo Tatarana, de Grande Sertão: Veredas (1956), de Guimarães Rosa. Não só pela citação abaixo, mas por várias questões apresentadas no texto:
"Em retrospecto, claro está que Leopold Bloom - concebido por seu criador para falar como um homem comum ultrajado pela injustiça do mundo - tinha ultrajado o mundo justamente por ser comum." (p. 22)
Não vou me alongar na postagem. Hoje, ao ler a parte "A linguagem" fiquei pensando a respeito. A questão das línguas e das linguagens e da incapacidade de comunicação humana, mesmo havendo a linguagem, é algo que me instiga há bastante tempo.
Fui dirigente sindical por 16 anos e vi durante esse período de representação uma mudança significativa no mundo em decorrência dos acontecimentos das últimas duas décadas deste novo século e milênio. As redes sociais, as fake news em escala global, os algoritmos e outras coisas alteraram o comportamento humano.
É isso. Fim do domingo. Seguimos lendo para tentar compreender alguma coisa.
William
Bibliografia:
JOYCE, James. Ulysses. Tradução de Caetano W. Galindo. 1ª ed. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2012.
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