Refeição Cultural - Cem clássicos
Estamos vivendo tempos difíceis, tempos de pandemia, tempos de bolsonarismo no Brasil, regime da morte que a história classificará no futuro como classificou os regimes fascistas e nazista da primeira metade do século XX.
Nesta segunda-feira, 15 de março, acabei relendo O Pequeno Príncipe, do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, livro de 1943. Foi uma leitura por acaso, mas já que estou contando meus clássicos, lá vai a postagem pra contar mais uma obra lida.
Meu blog é um diário aberto, começou com intenções bem legais de compartilhamento de conhecimentos - What I Know Is (wiki) -, lá na época do nascimento da Wikipedia, e a vida foi caminhando e o mundo mudando.
Fui blogueiro quando fui estudante de Letras, fui blogueiro quando fui dirigente sindical e diretor de entidade de saúde, em mandatos de representação. Tudo isso passou. O blog seguiu. Agora sou blogueiro, um cidadão do planeta terra. Não poderia dizer que sou escritor. Menos, né! Será que posso dizer que sou "blogueiro"? "O que você faz? Sou blogueiro..." (não sei, mas é tão ruim não ser nada...)
Enfim, acordei nesta terça 16 pensando nisso (por que ainda escrevo no blog? Acho que é porque é horrível não ser nada).
Ontem, não pude sair para correr no fim da noite porque começou o horário com restrições de circulação a partir das 20h (a pandemia está mortal demais!) e eu vinha correndo depois desse horário. Aí peguei O Pequeno Príncipe, que estava de bobeira sobre o móvel, pois minha esposa acabara de colocar uma capa de plástico na velha edição. É uma leitura que sempre emociona... você é responsável por aquilo que cativas...
A edição que li é de 1974, com ilustrações originais em aquarelas do próprio autor e com tradução de Marcos Barbosa.
A outra edição que li e fiz postagem foi uma edição em inglês. A postagem de 2011 pode ser lida aqui. Nela estão diversas citações e passagens interessantes da obra clássica. A leitura de ontem foi mais descompromissada.
Li dois livros em dois dias, no domingo e na segunda. No domingo li um belo romance de Conceição Evaristo, Becos da Memória (ler aqui). Essas leituras foram feitas no intervalo de uma leitura clássica de maior fôlego que comecei na semana passada, Moby Dick. Voltarei agora para Melville.
Vamos vivendo. Vamos lendo. O ser humano mudou após o advento das redes sociais e das tecnologias da informação e da comunicação. Já não nos bastamos, agora só achamos que valemos alguma coisa se somos reconhecidos pelo mundo externo a nós mesmos. A gente escreve por causa dessa coisa que viramos.
William
Nenhum comentário:
Postar um comentário