Refeição Cultural
Fui persistente na leitura hoje, defini que leria o capítulo 4 de Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda, e assim o fiz. Foram 45 páginas de muita informação sobre o Brasil, sobre os povos ibéricos - portugueses e espanhóis - e várias análises muito bem articuladas pelo autor. Na minha edição, além do capítulo original, tem 4 textos incluídos posteriormente por Holanda. O conteúdo que li foi o seguinte:
"O semeador e o ladrilhador
- A fundação de cidades como instrumento de dominação - Zelo urbanístico dos castelhanos: o triunfo completo da linha reta - Marinha e interior - A rotina contra a razão abstrata. O espírito da expansão portuguesa. A nobreza nova do Quinhentos - O realismo lusitano - Papel da Igreja.
Notas ao capítulo 4:
1. Vida intelectual na América espanhola e no Brasil
2. A língua-geral em São Paulo
3. Aversão às virtudes econômicas
4. Natureza e arte"
A leitura me fez refletir muito. A gente acaba compreendendo muita coisa, muitos porquês. Porque tanta gente apoia o regime fascista e de morte do líder mais mentiroso da história do país. A gente acaba entendendo até porque a direção da Cassi tem fixação por terceirizar todo o modelo assistencial construído há duas décadas, cujo sucesso é em parte por causa do modelo ter estrutura própria. Ao ver a nossa gênese na colonização portuguesa acabei entendendo a cabeça daqueles colegas. Enfim, a gente entende muita coisa, pelo menos fica com várias inferências sobre as coisas.
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O cenário ao qual nos encontramos é desanimador. Estamos há mais de um ano sob a imposição mortal da pandemia mundial do novo coronavírus. A vida mudou e ficou muito mais difícil para todos, sobretudo para a classe trabalhadora mundial. A existência se tornou mais instável, a vida está mais incerta do que já era. Além das mortes momentâneas que já nos ocorria - acidentes, doenças, violências - agora se morre dias depois se formos infectados pelo vírus.
Que planos fazer para os meses desse ano de 2021? Por ser brasileiro e viver no país destruído e subjugado pelo regime genocida no poder, sei que não serei vacinado este ano. Nem eu nem meus familiares e amigos porque os desgraçados do regime de morte atuam a favor do caos, não temos o que os cidadãos dos demais países do mundo têm: a chance de se vacinarem e um governo que combata a pandemia. Isso nos reduz muito a chance de felicidade nesse processo de viver sem viver plenamente. O que temos de planos é sobreviver e sobreviver...
Estou melhor que a ampla maioria do povo brasileiro, pois estou na pequena parcela da população que pode se dar ao luxo de seguir as recomendações das autoridades mundiais de saúde para se evitar sair, evitar aglomerações, ficar em casa, fazer higienização adequada e usar máscaras para evitar pegar o vírus e para evitar transmitir o vírus para os outros. Estou na pequena parcela da população brasileira que tem o privilégio de poder ficar em casa enquanto durar a pandemia. Se não posso ajudar a combatê-la, já ajudamos não atrapalhando quem combate a pandemia.
Todos os dias temos recorde de mortes por Covid-19. Hoje morreram 3.780 pessoas no Brasil (em 1 dia!). A culpa é do regime fascista, e quero viver para ver os genocidas julgados e condenados por isso.
Enfim, estou lendo, estudando. Alternando momentos ruins e momentos razoáveis. Não posso reclamar de absolutamente nada. É só lembrar no segundo seguinte a situação da maioria e devo me colocar no meu lugar de privilegiado.
Amanhã é dia 31 de março. Um dia que marcou o Brasil e a história mundial por causa dos desgraçados que deram um golpe de Estado em 1964 e colocaram o país em mais de duas décadas de autoritarismo, morte, fim das liberdades, enriquecimento da parcela que planejou o golpe, empobrecimento do restante do povo subjugado pelos golpistas. Um dia para nunca mais se repetir.
E os desgraçados no poder por golpe de novo pretendem comemorar de forma ilegal, criminosa, imoral e canalha o golpe que rasgou a Constituição e pôs fim a democracia em 1964.
Quero que se f... esses canalhas que comemorarem a merda da ditadura, tanto a do passado quanto a que o líder do regime atual quer implantar.
Temos que sobreviver, estudar, melhorar como seres humanos, superar esse momento do país e esses lixos que tomaram o poder e temos que reconstruir o país e os direitos dos brasileiros.
William
Bibliografia:
HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
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