Refeição Cultural - Cem clássicos
"Talvez no plano maior do universo, essa invasão marciana tenha trazido um benefício para a humanidade. Livrou-nos da serena confiança no futuro que é a mais pródiga fonte de decadência, trouxe enormes contribuições para a ciência humana e colaborou muito para promover o conceito de bem comum da humanidade." (WELLS, 2016, p. 299)
Ao reler uma postagem dos primeiros anos deste blog, vi nela a referência a diversos autores dos quais ainda não havia lido nenhuma obra. Era uma postagem sobre lacunas culturais. Eu falava sobre os autores que o jovem Chris McCandless gostava. Chris se fez Alex Supertramp e se embrenhou no Alasca após dois anos perambulando por áreas inóspitas dos Estados Unidos. Ler postagem aqui.
Nosso super andarilho citou Dickens, H. G. Wells, Mark Twain, Jack London, H. D. Thoreau e Melville. E também Guerra e Paz, de Tolstói. Grandes lacunas culturais para mim. De lá para cá, tive a felicidade de conhecer uma obra importante de Wells, A guerra dos mundos (1898). E agora estou, finalmente, lendo Herman Melville, Moby Dick (1851).
Nesta manhã de quarta-feira, 31 de março, reli os últimos 3 capítulos do livro de H. G. Wells, clássico que havia lido em 2017. Li também o prefácio de minha edição, texto de Braulio Tavares. Na época da leitura, fiz postagem no blog (ler aqui).
O livro é interessantíssimo. A vontade que temos é de iniciar a releitura inteira na hora, mas não dá porque temos lacunas culturais a superar (rsrs). Também fica o desejo de ler outras obras de H. G. Wells.
Alex Supertramp, estou no caminho das leituras, já sou um cinquentão e não li diversos daqueles autores que você lia e gostava, mas posso dizer sem receio: você tinha um tremendo bom gosto literário!
O livro de Wells é muito metafórico. Estamos sob uma pandemia mundial de ignorância - terraplanismo, fake news e bolsonarismo no Brasil - vivemos uma verdadeira guerra dos mundos, guerra entre a razão e a ignorância, guerra entre a civilização e a barbárie.
Na ficção de Wells temos os marcianos, nós e o Outro na disputa pelo espaço vital. Temos as bactérias. Na vida real temos os vírus como o novo coronavírus disputando conosco o espaço vital.
É uma ficção que nos coloca a pensar. Como a reflexão que citei acima - "promover o conceito de bem comum da humanidade" -, nossa chance enquanto seres humanos está em nos unirmos para promover o bem comum, derrotando o capitalismo que destrói a vida na terra, derrotando o mal representado por figuras como, por exemplo, aquele ser abjeto que governa o Brasil neste momento.
Seguimos lendo os clássicos.
William
Bibliografia:
WELLS, H. G. A guerra dos mundos. Tradução de Thelma Médici Nóbrega. 1ª ed. - Rio de Janeiro: Suma de Letras, 2016.
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