segunda-feira, 22 de março de 2021

Moby Dick - Em casa, mas no mar com Acab



Refeição Cultural

Hoje foi o 10º dia de leitura do clássico de Herman Melville, Moby Dick, de 1851. Diferente do dia anterior, hoje consegui ler 5 capítulos (mais de 30 páginas), alguns bem interessantes.

Foi possível ver as reflexões do capitão Acab sobre as revelações dele para sua tripulação, confessando que a viagem do Pequod era uma viagem de vingança e caça à baleia branca que lhe estraçalhou a perna. Refletiu que isso não foi uma boa ideia porque caso o baleeiro não faça o seu papel e dê retorno econômico à tripulação, ele pode até enfrentar uma revolta e perda de comando.

O capítulo "O mapa" descreve a rotina nos mares e traz informações que dão verossimilhança ao romance, no sentido de explicar ao leitor que é factível um baleeiro encontrar-se com determinadas espécies de baleias e outros tipos de seres do mar porque já se conheciam em meados do século XIX rotas e correntes marinhas, épocas nas quais cardumes iam e vinham, hábitos de animais marinhos etc.

O Pequod avista pela primeira vez baleias e os leitores acabam descobrindo que havia mais uma equipe de bote, um 4º bote, um grupo vinculado ao capitão Acab. Os botes se lançam ao mar e não conseguem pescar nada. E chega uma tempestade pra atrapalhar mais ainda o baleeiro e sua tripulação.

Enfim, venci mais um dia de leitura de um grande clássico da literatura mundial. A postagem sobre a leitura anterior pode ser vista aqui, caso aja algum interesse do leitor do blog.

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LER QUIETO EM CASA É UM ATO DE SOLIDARIEDADE, CIDADANIA E AMOR AO PRÓXIMO

A pandemia mundial de Covid-19 está numa fase mortal no Brasil, a transmissão segue incontrolável e o sistema de saúde já começa a colapsar em diversas partes do país. Pessoas morrem sufocadas sem oxigênio, pessoas morrem sem atendimento algum; por outro lado, pessoas seguem fazendo festas e aglomerando sem uso de máscaras e estão se lixando para seus semelhantes. Então, ao ficarmos em casa, já que parte de nós pode ficar em casa, estamos contribuindo para não aumentar a transmissão do vírus e entupir o sistema de saúde.

Se houvesse interesse dos governantes de extrema direita, o Brasil seguiria as recomendações mundiais e teríamos vacinação em massa, lockdown e isolamento social, uso de máscaras e higienização adequada, teríamos auxílio financeiro para a sociedade suportar o período da pandemia e mais de 200 mil mortes seriam evitadas. Mas temos um genocídio porque os governantes são genocidas. Já morreram perto de 300 mil pessoas, mais de 12 milhões foram contaminadas e as sequelas podem atingir mais de um terço dos infectados. 

Ao saber que parte da população do país onde nasci se revelou uma gente má, ignorante, movida a ódio e preconceito, defensora de regimes autoritários e vis, perdi todo o amor e pertencimento que tinha em relação ao Brasil e aos brasileiros. Estou seco de sentimentos em relação ao que sentia por meu mundo. Desacorçoei do povo deste país desgraçado. Tenho vergonha de ser brasileiro, vergonha de conhecer tanta gente bolsonarista, canalha, bandida. Estou sem chão. Não sei como viveremos o resto de tempo que temos na vida, que pode ser dias e pode ser décadas. Mas meu sentimento de pertencimento morreu.

Seguimos querendo sobreviver a tudo isso. Estando vivo, há sempre a possibilidade do prazer e de momentos felizes ao ler um bom livro, ouvir uma boa música, ver o sol e os pássaros e a natureza, amar as pessoas.

William


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