Refeição Cultural - Cem clássicos
Contar entre minhas leituras de clássicos da literatura mundial a leitura de Moby Dick é uma satisfação. É um feito para mim. Tudo bem que eu tenha conhecido aos 52 anos essa estória que já virou história, haja vista que o embate entre a baleia branca Moby Dick e o capitão Acab (Ahab) está inserida na cultura mundial há 170 anos.
Lendo sobre o escritor e poeta Herman Melville, percebemos as dificuldades que marcaram a vida de grandes autores da história da literatura, das ficções literárias. Melville ficou órfão cedo, trabalhou desde jovem para sustentar a si e à família. Depois se aventurou pelo mundo. Na volta aos Estados Unidos, escreveu algumas ficções de sucesso e a ficção que não obteve reconhecimento do público foi justamente Moby Dick. Vai entender! Alguém conhece hoje alguma outra obra de Melville?
A partir de agora, eu, um leitor tardio de romances, coloco a leitura de Moby Dick na minha galeria de façanhas literárias realizadas nesta breve caminhada pela existência humana. Algumas obras são difíceis de se ler até pelo tamanho, além das dificuldades na linguagem, no conteúdo etc.
Cito algumas leituras de peso no meu percurso: Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes; Ulisses, de James Joyce; Por quem os sinos dobram, de Ernest Hemingway; A montanha mágica, de Thomas Mann; Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez; Os irmãos Karamazov, de Fiódor Dostoiéviski; Decameron, de Giovanni Boccaccio; Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa. Esses são alguns dos grandes clássicos da literatura que tive o privilégio de conhecer.
Faltam tantos clássicos ainda pra serem lidos que desejo realmente que a natureza e o acaso me permitam seguir vivendo mais um tempo com um mínimo de saúde para poder conhecer um pouquinho mais da cultura humana produzida ao longo da história.
Como diz o pensador Italo Calvino, de forma humorada ao final do ensaio com diversos motivos para se ler os clássicos, é melhor ler do que não ler os clássicos. Concordo com ele. Aliás, uma das coisas que Calvino fala é que devemos ter os livros a ler, os livros a reler e os livros a serem lançados ainda. Após 20 anos, vou reler Ulisses, para acompanhar a leitura de um amigo. Vamos curtir juntos a viagem na linguagem joyceana.
Por fim, ao mesmo tempo em que me sinto realizado ao terminar mais um livro clássico - não diria feliz porque não estou feliz com o atual estado das coisas no mundo -, fico também pensativo a respeito da vida na Terra. As leituras mais recentes têm me feito pensar muito. Isso é bom e é raro porque as pessoas estão deixando de pensar. Somos seres autômatos e o homo sapiens está em risco de extinção.
O ser humano produz coisas fantásticas como as ciências e as artes e ao mesmo tempo produz as maiores tragédias e destruições. Em pleno século XXI temos um país sob bolsonaros... não tem sentido algum isso.
No nível em que estamos, a humanidade e a vida em geral não durarão nem alguns séculos a mais e olha que somos muito recentes no planeta, 100 mil anos de história do homo sapiens não é nada para o tempo do Planeta e do Universo.
É isso! Eu estou cansando dos seres humanos, de verdade. E pior é que a vida humana não tem muito sentido sem as relações humanas. Não sei como isso vai acabar, pelo menos para mim.
William
Bibliografia:
MELVILLE, Herman. Moby Dick. Tradução de Berenice Xavier. São Paulo: Publifolha, 1998.
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