Refeição Cultural
Olha!, como foi difícil avançar alguns capítulos na leitura de Moby Dick de ontem para hoje! A leitura não rendeu. Desisti de seguir neste sábado.
Ontem de noite, quase meia-noite, comecei o capítulo 101 - "A garrafa" e o sono bateu na segunda página. Parei. Hoje de manhã, peguei o 102 e foi a mesma coisa, parei de novo.
No capítulo 102, anotei uma observação sobre a minha ignorância como leitor. O narrador falava sobre uma referência que já li e ouvi um milhão de vezes e não sei sobre ela. Ismael falava sobre a cabeça de um cachalote e em seguida de sua queixada:
"(...) e, suspensa de um ramo, a queixada vibrava sobre todos os fanáticos, como a espada pendente de um fio de cabelo que tanto assustou Dâmocles." (p. 511)
E eu anotei ao lado: "Até Ismael sabe disso e eu não sei..."
Na página seguinte, o sono bateu de novo e parei. Estava difícil ler.
Esta semana foi cansativa. Pode ser por vários motivos. Saco cheio de pandemia e mortes. Tristeza por tratar de assunto que me toca profundamente como a Cassi. Não estive bem nesses dias, não estou correndo como gostaria - a pressão foi lá no inferno -, achei que ia ter um treco.
Escrevi 3 textos de difícil confecção sobre a Cassi e me envolvi nas discussões sobre os rumos de nossa Caixa de Assistência. Dei minha vida por ela e agora a associação está sendo desfigurada por um grupo de liberais ligados ao regime no poder do país.
Com sono no capítulo 102, coloquei um tênis, máscara e fui andar uns 5K para ver se o sangue circulava no corpo e no cérebro. Após a caminhada, a pressão baixou um tento.
Com muito esforço, li mais três capítulos. O narrador segue filosofando sobre baleias, descrevendo anatomias e fatos históricos sobre baleias, fósseis etc, apresentou uma teoria de que as baleias jamais serão extintas, diferente de outras espécies animais. E foi isso por hoje, 17º dia de leitura. Parei na página 526 e vou ler o capítulo 26 - "A perna de Acab" na próxima sessão de leitura.
Essa postagem foi mais uma categoria de "diário" do que uma de "leituras de livros", mas poderia classificá-la também como uma categoria "atos de leitura", que nem existe no blog. Tem horas que o leitor tem que ser persistente para cumprir seus objetivos literários. Não é?
William
Bibliografia:
MELVILLE, Herman. Moby Dick. Tradução de Berenice Xavier. São Paulo: PubliFolha, 1998.
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