Refeição Cultural
Domingo. Hoje queria variar minhas leituras. Estou indo bem com a leitura do clássico de Melville, Moby Dick. Também estou avançando bem no livro O verdadeiro criador de tudo, do neurocientista Miguel Nicolelis. Mas essas leituras dedicadas cansam a gente. Tem hora que a gente @#$%¨&...
Olhando a estante, mirei os livros que tenho do intelectual modernista escritor, poeta e mais um monte de coisas Oswald de Andrade. Dos 4 livros que tenho dele, 3 li no início de meu curso de Letras na USP, há quase duas décadas. Peguei os livros. Li a respeito do escritor na internet. Figura importante na cultura do Brasil.
O dia passou e não li o romance que escolhi, de Oswald de Andrade. Após ler um texto crítico de Haroldo de Campos - "Miramar na mira" -, do ano de 1964, quarenta anos após a publicação do romance Memórias sentimentais de João Miramar, acabei parando a leitura para fazer outras coisas. A noite chegou e não li o romance... que saco!
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Peguei a bike e me arrisquei ao vírus mortal para pedalar um pouco. Meti a máscara na cara, o capacete e fui andar em Osasco. Fui até a frente de uma das casas onde morei de aluguel quando perambulei pela cidade de aluguel em aluguel. Quase todas as pessoas que vi pelo caminho, em bares abertos ou portas de casas, estavam sem máscara e bebiam e fumavam e não existia nem sinal de preocupação com a peste, com o vírus que já matou mais de 350 mil pessoas no país, a ampla maioria da base da pirâmide social: gente pobre e das classes baixas. Há um genocídio em andamento e não há revolta na população. Que gente é essa? Que lugar é esse?
Pedalei por uma hora, mais para espairecer as ideias que para fazer exercício, na verdade, porque não fiz esforço. Deveria ter feito porque preciso, mas estava meio devagar hoje. Estar parado, sem fazer nada aeróbico, no meu caso, significa acelerar a morte por agravamento de doenças crônicas porque tenho histórico familiar de problemas de colesterol e pressão alta. Tenho que pedalar ou correr pra sobreviver e diminuir o risco de infarto, AVC e outras merdas consequentes dessas doenças crônicas.
As leituras que tenho feito têm me colocado pensativo a respeito da vida, a idade tem me feito pensar muito na vida (e na morte). A situação do Brasil e o povo brasileiro têm me feito pensar muito na vida. Só de pensar nessas coisas dá um cansaço desgraçado... mas fui forjado na vida para viver, viver apenas, sem mistificações. Na tristeza e na alegria, na dor... mas não me deixo morrer à toa. Não é correto, não é ético, nem comigo mesmo nem com as pessoas de nossas relações pessoais.
Um abraço para você, leitor ou leitora, que por algum motivo leu essa postagem de reflexão. No momento, textos não interessam mais pra muitas pessoas. Gosto de estudar, ler, aprender e compartilhar reflexões, sempre no intuito de pensar um mundo melhor e sustentável e uma vida melhor para os seres humanos.
William
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