Refeição Cultural
"Moby Dick fez uma aparição espetacular! Porque desta vez a baleia branca não revelou a sua proximidade pelos jorros tranquilos e indolentes, nem pelos borbotões pacíficos da fonte mística da sua cabeça, e sim pelo fenômeno mais maravilhoso do salto. Erguendo-se a toda velocidade das mais insondáveis profundezas, o cachalote lança assim todo o seu volume ao elemento puro do ar, e empilhando uma montanha deslumbrante de espuma, mostra o lugar onde se encontra, até uma distância de sete ou oito milhas. Em momentos como esses, as ondas quebradas e furiosas que sacode parecem ser a sua juba; em alguns casos, o salto é o seu gesto de desafio." (p. 629)
Foi emocionante! Terminei a leitura de Moby Dick (1851), de Herman Melville. Foi emocionante!
Neste domingo, quando faltavam umas 15 páginas para acabar o romance, comentei com minha esposa algo que para mim é essencial na leitura de obras clássicas: eu estava ansioso para saber o final da estória!
Sei que é difícil acontecer isso com uma obra literária que tem 170 anos de existência. Mas comigo foi assim. Eu dificilmente vejo um filme baseado em livros de ficção que pretendo ler um dia. Neste caso, deu certo! Até a última página, eu não sabia o desfecho da história de Moby Dick, o capitão Acab e sua tripulação e o baleeiro Pequod.
E vivi a tensão que se desenvolvia naquele cenário, céu e mar, junto com as personagens da trama, até o último instante. E me surpreendi com o final. E não conto pra ninguém que ainda não saiba.
E com a viagem no Pequod por quase dois meses - li o clássico em 19 sentadas - pude abstrair por algumas horas diárias de toda a desgraça que assola o nosso mundo sob as pandemias mortais do novo coronavírus e da gestão genocida dos criminosos alçados ao poder em meu país após um golpe de Estado para destruir nossas vidas em benefício de alguns canalhas lesas-pátrias.
Leiam, leiam! A leitura pode contribuir para a salvação da humanidade, porque a leitura salva parte da humanidade, uma parte que pode reconstruir o mundo por ser menos ignorante e mais instruída com valores universais que dignificam os seres humanos e a vida no planeta.
Preenchida mais uma lacuna cultural em minha vida. Outras aventuras virão. Eu não conheço ainda e terei o prazer da novidade na leitura sobre Gulliver, sobre Robson Cruzoé e outros grandes clássicos da literatura universal.
William
Bibliografia:
MELVILLE, Herman. Moby Dick. Tradução de Berenice Xavier. São Paulo: Publifolha, 1998.
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