Quarta parte
Economia de transição para o trabalho assalariado (século XIX)
XIX. Declínio a longo prazo do nível de renda: primeira metade do século XIX
Neste capítulo, Furtado demonstra a situação ruim na qual o Brasil se viu com a queda dos preços internacionais das commodities da época: açúcar, algodão, couros e minerais. O que salvou um pouco a economia foi o café, que já se desenvolvia na região próxima à corte no Rio de Janeiro.
"Mesmo deixando de lado a consideração de que uma política inteligente de industrialização seria impraticável num país dirigido por uma classe de grandes senhores agrícolas escravistas, é necessário reconhecer que a primeira condição para o êxito daquela política teria sido uma firme e ampla expansão do setor exportador. A causa principal do grande atraso relativo da economia brasileira na primeira metade do século XIX foi, portanto, o estancamento de suas exportações." (p. 112)
A renda per capita caiu muito nessa primeira metade do século XIX. O que salvou o povo foi o aumento da produção do setor de subsistência.
"O que houve, muito provavelmente, foi um aumento relativo do setor de subsistência, na forma a que já nos referimos em capítulo anterior. Sendo a economia de subsistência de produtividade bem inferior à do setor exportador, o aumento de sua importância relativa, numa etapa em que o setor exportador estava estacionário, teria necessariamente que traduzir-se em redução da renda per capita do conjunto da população..." (p. 113)
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COMENTÁRIO
O contato com a produção e opinião de grandes intelectuais como Celso Furtado nos ajuda a compreender o mundo ao nosso redor.
Ontem, ao ouvir Pedro Serrano por alguns minutos num programa da TV 247 falei isso para minha esposa. Esses caras de uma inteligência e conhecimento enciclopédico nos fazem compreender o mundo, isso já é uma coisa importante, principalmente numa época na qual a ignorância é incentivada pelo regime nazifascista e negacionista que está no poder do país.
Seguimos estudando e buscando sermos menos ignorantes...
William
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Bibliografia:
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Grandes nomes do pensamento brasileiro. 27ª ed. - São Paulo. Companhia Editora Nacional: Publifolha, 2000.
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