quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Diário e reflexões (25/08/22)


Refeição Cultural

Osasco, 25 de agosto de 2022. Quinta-feira, 15 horas.


Mais uma viagem para resolver questões que precisavam ser resolvidas. Viajei a metade do mês de julho e agora a metade do mês de agosto. Como as coisas mudaram nos últimos anos! Mudança é a normalidade do viver. A vida é a passagem do tempo, é a jornada e não os destinos. É a maneira como se vive a cada instante. Já vivi coisas tão grandes que às vezes até duvido, mas passou esse tempo. Agora é tempo de coisas pequenas que parecem grandes quando a vida é a vida dos comuns.

Das experiências dos últimos meses ficaram sentimentos diversos em mim. Um dos sentimentos que têm ocupado meus pensamentos é o sentimento da consciência da passagem do tempo, do envelhecimento de todas as pessoas de meu relacionamento e sobretudo o efeito da passagem do tempo sobre mim. 

O reencontro com pessoas da família me mostrou a fragilidade da vida. Pessoas de meu relacionamento há décadas se encontram em condições frágeis de saúde e podemos dizer que isso é algo esperado para parte das pessoas adoecidas porque o tempo passou e envelhecemos, cada um de acordo com o seu próprio viver. O tempo corre para todos nós e talvez os encontros sejam também de despedidas.

Das pendências que tenho que resolver, resolvemos uma delas. Não do jeito ideal, mas do jeito que a vida caminhou. Nos despedimos de Jaboticabal, entregamos o imóvel onde nosso filho passou alguns anos de sua vida. Lá ficaram alguns amigos do filhão e lembranças de um momento importante da vida: os tempos de estudos. Novas etapas virão e o filhão tem total liberdade de escolher o que achar melhor pra si. Terá nosso apoio. Neste mundo, neste momento, o que mais importa para um ser humano é tentar estar bem. 

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POLÍTICA

Após passar a maior parte de minha vida adulta e produtiva como dirigente político e representante eleito por pessoas me encontro num momento difícil em relação à política e aos destinos de nosso país e dos espaços sociais aos quais me encontro como cidadão. Não acredito mais em mudanças favoráveis ao povo através da democracia como a conhecemos, a democracia burguesa ou liberal. Não acredito mais na democracia após o golpe de 2016 e após as ferramentas atuais de tecnologia e de manipulação de massas.

Desde adolescente alternei sentimentos opostos em relação aos seres humanos. Ao mesmo tempo em que queria distância das pessoas porque me decepcionava muito com os comportamentos humanos e com a própria sociedade, desde muito cedo as pessoas foram me escolhendo para representá-las em espaços diversos, desde o período colegial os colegas estudantes me colocavam como representante de classe. Assim fui vivendo, querendo me isolar das pessoas e representando as pessoas. Representei pessoas no colegial, nos cursos universitários, no condomínio onde moro, no trabalho de bancário. Até orador da turma fui na colação de grau de Ciências Contábeis. Guardo com muito carinho essa escolha de meus colegas, foi uma honra imensa!

Me politizei de verdade, de verdade, quando virei dirigente sindical bancário. Antes era voluntarista, participava das lutas e movimentações porque entendia que era obrigação de todos os envolvidos em qualquer causa coletiva. Com a representação sindical me tornei um militante político formalmente, um dirigente com mandatos. Antes, liderei movimentos sem ter mandato nos cursos universitários que frequentei: em três oportunidades. Contribuí com ideias e ações que mudaram coisas para melhor para centenas e milhares de pessoas. Mas quando virei dirigente bancário as coisas ficaram muito muito maiores. E assim foram meus dias por 16 anos.

Agora, neste momento do mundo e da vida, não me vejo tentando convencer pessoas que nunca vi na vida e que não represento a escolherem candidatos e partidos A ou B. Sempre que fiz isso, eu representava pessoas e era natural que eu estivesse o tempo todo apontando o que entendia ser melhor para nós coletivamente. Fiz isso a vida toda e com toda a honestidade ao indicar propostas, partidos, pessoas, ideias, conceitos e soluções. Por isso fui um representante (político) que sempre esteve nas bases sociais que representava, porque sempre me esforcei para estar ao lado de quem representava e para apontar o que defendia e estar junto para os resultados positivos ou negativos daquilo que construímos juntos. 

Dizer para estudantes o que defendia e para bancários e trabalhadores o que defendia sendo um deles e representando eles era algo de muita responsabilidade e fiz isso por décadas. Mas não é a mesma coisa falar com uma pessoa que não considero um par - um igual -, que está numa condição muito diferente da minha, o que eu acho que seria melhor para ela. Enfim, é isso que sinto.

ELEIÇÕES 2022: VOTO NO PT (13)

É evidente que meu projeto de mundo é representado neste momento por nosso querido e eterno presidente Lula e pelo Partido dos Trabalhadores, partido no qual voto desde que tirei meu título de eleitor em 1988. Para me representar no Estado de São Paulo, votarei em Haddad e no companheiro Luiz Cláudio Marcolino, uma liderança de nossa categoria bancária que trabalha incansavelmente para a classe trabalhadora e para os mais humildes. Tenho plena confiança na representação do Marcolino para nossa Assembleia Legislativa de SP.

É isso! Diários e reflexões têm essas características de textos soltos, às vezes longos, olhando o passado, o presente e o amanhã.

William


Post Scriptum: estou tão enojado de redes sociais e de manipulação por parte dos donos delas e dos algoritmos que uma hora dessas vou conseguir me livrar dessas merdas e não mais terei perfil em nenhuma delas, já que nossos perfis são commodities para essas empresas canalhas manipularem multidões e destruírem o cérebro e o espírito humano das pessoas. Não é à toa que as pessoas que conhecemos e convivemos a vida toda viraram seres com atitudes irreconhecíveis e incoerentes ao que elas eram, as redes sociais mudaram essas pessoas talvez para sempre...


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