Refeição Cultural - Cem clássicos
Terminei a leitura de Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado. O "esboço do processo histórico da formação da economia brasileira", como o autor nos diz na introdução do livro foi escrito em 1957.
A edição que li faz parte de uma coleção de livros organizada pela Folha de São Paulo no ano 2000 - Grandes nomes do pensamento brasileiro - e repousa em minha estante há duas décadas. Só agora pude terminar uma leitura que tentei fazer há muito tempo.
A coleção de pensadores brasileiros que tenho é composta por 13 livros e li Furtado num momento muito especial da vida nacional. Temos que eleger Lula 13 para presidente no dia 30 de outubro e salvar o Brasil da completa barbárie e destruição que já vivemos desde que o crime organizado chegou ao poder após o golpe de 2016.
CONTEXTO DE LEITURA DA OBRA
Li quase a metade do livro em 2009 quando fui eleito secretário de formação da confederação dos bancários. Naquela época, quis ler e estudar tudo que me ajudasse a compreender o Brasil e o que somos. Acho que a metade que li foi muito útil para o meu exercício de representação dos colegas trabalhadores. Estudei o máximo que pude na época.
Como eu tinha uma formação na área de administração, contabilidade e economia, sempre tive facilidade com a temática que Furtado nos descreve de forma simples e para leigos como ele diz na introdução. Além de ser formado em Ciências Contábeis, fiz curso de extensão em economia pelo Cesit da Unicamp em 2004 e nos anos noventa estudei muito economia para concursos públicos.
A leitura neste momento pessoal e da história do Brasil e do mundo tem uma característica bem distinta das leituras daquela época de militância política e representação de classe. Sigo com desejo de novos conhecimentos como sempre tive desde muito jovem. Sem educação, formação e cultura não vamos a lugar algum na sociedade humana e na busca pessoal por compreender a vida humana.
FURTADO DESCREVE A ECONOMIA COMO UMA SÉRIE DE STREAMING
A leitura desse clássico em seu gênero foi feita de uma forma muito especial por mim, foi feita como se eu assistisse a uma série em canais de streaming. Li os 36 capítulos em 36 dias de leitura da obra. Cada dia lia somente um capítulo e comentava alguma coisa simplória no blog. Foi bem interessante. Li entre os dias 9 de junho e ontem 7 de outubro.
Durante minha vida de representação da classe trabalhadora, busquei atuar de uma forma que diariamente e ao longo do tempo pudesse politizar as pessoas que representava com mandatos eletivos. Ao observar que os trabalhadores têm pouco tempo para estudos, formação e cultura, cabe a um dirigente da classe pensar formas de informar e formar seus pares.
Passei 16 anos fazendo esse esforço na base na qual atuei, a categoria bancária. Sempre tentei passar noções das coisas aos meus colegas, noções. Quem quisesse se aprofundar nos temas, que estudasse mais.
Da leitura e dos comentários que fiz ao longo desses meses ficam as noções sobre economia e sobre os efeitos das decisões econômicas na vida das pessoas em uma sociedade. A economia é muito importante em nossas vidas. Não deixem que destruam sua vida com os efeitos econômicos que poucos tomam. Isso é política!
Comecei a reler os comentários que fui fazendo desde o capítulo um e achei bem legais para relembrar a ideia central do que Furtado descreveu em cada uma das 5 partes nas quais o livro se divide:
1. Fundamentos econômicos da ocupação territorial
2. Economia escravista de agricultura tropical (século XVI e XVII)
3. Economia escravista mineira (século XVIII)
4. Economia de transição para o trabalho assalariado (século XIX)
5. Economia de transição para um sistema industrial (século XX)
Para os leitores e leitoras que tiverem interesse na leitura e nos comentários sobre essa obra fundamental de Celso Furtado, comentários bem descontraídos, com algum palavrão às vezes (dá muita raiva conhecer a nossa história de exploração), é só ler as postagens no blog. Estou revisando elas e colocando o link de uma para a outra para a pessoa ler o primeiro e ter o link para a seguinte.
NOÇÕES DE ECONOMIA NOS LEMBRAM DO DIA 30 DE OUTUBRO: CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE?
Digo a vocês o quanto a leitura de Furtado me trouxe de volta as lembranças dos efeitos econômicos e políticos na nossa vida comum e cotidiana das decisões que alguns caras da elite e seus apaniguados tomam na calada da noite nos governos das mais diversas formas de organização - monarquia, república etc.
Furtado nos ensina bastante sobre os efeitos nocivos das alterações nas taxas cambiais em favor das elites e para dividir os prejuízos da casa-grande quando alguma coisa dá merda pra eles. Salva-se o patrimônio e o negócio dos ricos e o povão sofre as consequências. Inflação, desemprego, carência de direitos sociais e violência de uns contra os outros são algumas das consequências de decisões econômicas de governos.
Pergunto: é algo diferente do que está acontecendo neste exato momento de nossas vidas aqui no Brasil dominado por uma elite racista, lesa-pátria, criminosa e genocida?
Enfim, mais um clássico lido. Deixo aqui o link da primeira postagem da leitura do livro de Furtado. As seguintes estarão disponíveis.
No momento em que publico este texto ainda não coloquei link nas 36 postagens, mas vou colocar em todas elas. Dá trabalho a releitura e a diagramação no blog. Faço o possível para que o blog seja agradável para ler, já que aqui tem muitas letras e palavras... (como critica o genocida no poder sobre textos didáticos e educacionais).
Leiam e estudem! Os tempos são de elogios à ignorância. Vocês podem não acreditar, mas tem estratégia por trás da ignorância coletiva. Os poucos que detêm o poder econômico e político no mundo têm método e têm estratégia por trás da pregação da ignorância coletiva. Busquem a formação, a cultura e a ciência.
William
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