segunda-feira, 13 de março de 2023

Diário e reflexões - Cuba XV (13/03/23)



Refeição Cultural - Cuba (XV)

Osasco, 13 de março de 2023. Segunda-feira chuvosa.


Ao decidir no início do ano conhecer um pouco mais sobre Cuba e o povo cubano, pensei em ler livros de autores cubanos ou com a temática e história do país. Com tal estratégia definida, acabei pegando um livro clássico do autor cubano Leonardo Padura: O homem que amava os cachorros (2009). O livro já havia sido indicado a mim por vários conhecidos e como o ganhei de presente de minha esposa, escolhi ele na estante.

Registro minha opinião de leitor até aqui (não acabei a leitura): não concordo com os leitores e comentadores que disseram que a obra é de leitura fluida e fácil. Não é! A obra é maravilhosa, mas não é de leitura fácil. Imagino como deve ter sido difícil pesquisar tudo o que Padura pesquisou para construir um romance tão bem alinhavado como esse.

O romance narra a história de León Trótski, um dos líderes da Revolução de Outubro, de seu exílio nos anos trinta e de seu assassinato a mando de Stálin em 1940. 

Leonardo Padura desenvolve o romance intercalando três cenários que se imbricam ao avançar na leitura da obra. Trótski e seu percurso entre a União Soviética e o México; o espanhol comunista Ramón Mercader, da Guerra Civil Espanhola à cena do crime e o período posterior; o escritor cubano Iván no presente da narrativa, décadas depois dos fatos ocorridos nos anos 30 e 40 e 70.

A estratégia de leitura que adotei desde o início do romance havia sido uma até agora. Li sem pressa 360 páginas, 20 capítulos, entre o início do ano e duas semanas atrás. Nesse ritmo, iria acabar a leitura no dia de São Nunca. Parei a leitura e até li um livro de quase 300 páginas nesses dias. Leitura fantástica, por sinal. Ler aqui comentário sobre o livro de André Singer sobre o lulismo.

Aí, neste domingo, retomei a leitura do livro de Leonardo Padura. A estratégia mudou. Tenho que pegar firme na leitura do romance até acabar... mas a leitura é densa, é lenta, exige deste leitor um certo tempo de degustação da história. É de fato uma refeição cultural.

Cobrei de mim mesmo uma disciplina atlética na leitura. No novo ritmo, avancei 4 capítulos entre ontem e hoje e, pasmem, foram 65 páginas! Faltam 165 páginas ainda... aff!

Enfim, o romance histórico é de uma riqueza incrível, me põe a pensar. Ver o preenchimento ficcional das lacunas na história de Trótski, Stálin, da Cuba revolucionária, da guerra fria, dentre outras questões de nossa história do século XX é fascinante. Impossível não olhar para trás e ver minha vida no movimento sindical, os rachas políticos, as guerras fratricidas entre nós da esquerda etc.

Seguimos. Vamos ver se acabo a leitura nos próximos dias. Difícil... mas quem sabe, né!

William


Post Scriptum: ler aqui a postagem anterior sobre essa temática cub.ista ou cuba.ista.


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