segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A fonte da donzela (1959) - Ingmar Bergman


Poster do filme de Bergman

A fonte da donzela – Ingmar Bergman (1959)

Filme sueco – preto e branco

SINOPSE (Wikipedia)

Atenção: A sinopse revela o enredo

No norte da Europa, mais propriamente na Suécia do século XIV, a população andava entre o cristianismo e o paganismo. Herr Töre (Max Von Sydon) e Märeta Töre (Birgitta Valberg) formam um casal que tem uma casa rural. Eles são cristãos convictos e ensinaram a Karin Töre (Birgitta Pettersson), sua filha, uma adolescente de quinze anos de idade, levar velas para a igreja da sua zona e acendê-las em honra da Virgem Maria.
No caminho para a igreja, Karin é violada e assassinada por dois pastores de cabras. Quando a noite cai, os criminosos vão pedir comida e abrigo para os pais de Karin. São acolhidos cordialmente pelo casal e Herr Töre lhes oferece trabalho. Märeta está um pouco nervosa, pois a filha ainda não regressou, mas o seu marido tenta tranquilizá-la. Mas, mais tarde, a ânsia da mãe concretiza-se quando um dos pastores, sem saber, quer vender uma peça de roupa de Karin para sua mãe. Ela reconhece a roupa, mas diz que vai pensar e vai falar com o marido. O casal agora só pensa em vingar a morte da filha.

COMENTÁRIO

Este é o segundo filme que assisto de Ingmar Bergman. Já assisti mais de uma vez ao seu mais famoso filme – O sétimo selo (1956) – com o embate enxadrista entre o cavaleiro da idade média e a morte. O filme é bárbaro!

Gostei deste A fonte da donzela (1959) também. Tanto que assisti duas vezes neste fim de semana.

O diretor Ingmar Bergman

Ingmar Bergman (1918-2007) lidou sempre com os grandes temas humanos: questões morais, a fé e a religião, a existência e o sentido da vida humana.

Cresci com muito ódio no coração. Aliás, cresci com religiosidade e creio que este "freio" cristão transmitido a mim por meus pais me fez seguir através do “caminho do meio” na adolescência. Hoje não tenho mais nenhuma religiosidade. Me referencio pela ética e pela moral da esquerda e do socialismo.

Defendi a pena de morte até a fase adulta. Depois entrei para o movimento social e sindical (mais humanista) e, em tese, mudei de opinião em relação ao Estado ter o direito de matar pessoas.

Mesmo assim, o tema do filme remete a uma questão que sempre me sensibilizou muito:

Como controlar o desejo de vingança quando você ou alguém de sua relação é a vítima de abusos físicos e morais intoleráveis ao ser humano?

Nosso julgamento sobre os fatos sempre será de uma forma quando estivermos fora da situação e, em geral, será de outra maneira quando nós estivermos vivendo a situação.

No filme, a família cristã pratica a vingança com a pena de morte, inclusive a uma criança. Olho por olho, dente por dente.

Depois, veio o arrependimento e a redenção. Mas a vingança já estava feita.

O filme e a história, que vem de uma lenda sueca do século XIII, nos faz pensar. O tema é sempre presente em nossas vidas.


Bom filme!

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