sábado, 8 de abril de 2017

Diário e reflexões - 080417





Sábado, estou em Brasília.

Acordei tão quebrado que só consegui sair da cama umas onze horas. Dias e semanas difíceis no trabalho. Estou extenuado. Por questões várias, estou sem ver a família há semanas.

Eu estou em um mandato de representação de trabalhadores numa autogestão em saúde. Vou completar três anos de gestão em maio. Minha vida e a de minha família mudaram completamente após eu ter aceitado este desafio proposto a mim pelo movimento sindical e grupo político ao qual eu era vinculado no início de 2014.

Como sou um cidadão, um militante político, forjado nas lutas, sejam individuais ao longo da vida, sejam nas lutas coletivas estudantis, sindicais e sociais, eu sou uma pessoa que põe toda a energia, a inteligência e a vida naquilo que me comprometi a fazer. Estou fazendo isso no mandato da Cassi, colocando tudo de mim na tarefa.

Procuro escolher as mais estratégicas dentre as inúmeras frentes de batalha existentes na tarefa de gerir a Cassi, preservar direitos dos associados (que não têm noção dos direitos deles), preservar o que a entidade é, e avançar nos gargalos que impedem as melhorias necessárias. Já abri e abro mão de remuneração própria para fazer o que entendo que deve ser feito; não estou interessado em cargos, indicações e conselhos em outras entidades, como usam gostar as pessoas ao nosso redor.

Passei tanta raiva nos últimos dias e semanas em questões internas de gestão por não poder deixar sem respostas e enfrentamento as merdas que fizeram e estão tentando fazer contra mim e o que eu represento, principalmente, que estou com o sangue azedo, com os humores afetados. Estou com os líquidos envenenados por dentro e isso está afetando minha saúde. Mas eu não deixo questões de princípios para trás. Não deixo! Os três anos de mandato me trouxeram dissabores o tempo todo mesmo, então é a vida (é o que eu represento).

Neste mês eu completei 48 anos de idade. Faz mais de trinta anos que um de meus sonhos pueris era ter ou encontrar paz. Eu me lembro de escrever metas e objetivos numa folha de papel quando ainda era adolescente. Paz era a palavra principal da linha imaginária do tempo e da vida, era aquela no fim da estrada a perseguir. Com o passar da vida e das lutas proletárias diárias, a gente vai compreendendo melhor como a vida humana está organizada numa sociedade capitalista injusta e má. Não há espaço para se viver em paz, não há!

A vida é luta.

Pensei em escrever tanta coisa nesta manhã de sábado. Mas acabei fazendo um outro texto sobre a Cassi e meu trabalho (em rede social), secou o repertório no momento, e o sábado já está indo embora, e eu nem li, nem escrevi, nem pratiquei esporte, nada. Mas é isso.

William


Post Scriptum (19h de sábado, 8/04/17):

E então, finalmente, tomei coragem e peguei a bike e fui pedalar no Parque da Cidade. Gostei do local. Me lembrou um pouco o Parque do Ibirapuera.


Ilha no Lago do Parque da Cidade, Brasília, DF.

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