quarta-feira, 18 de março de 2020

180320 - Diário e reflexões



"O esparramento de cores", desenho de meu filho,
feito no computador quando ele tinha uns 10 anos.

A quarta-feira foi de panelaços contra a insânia e a destruição do país causada pelo bolsonarismo. O movimento pacífico e democrático ocorreu em várias partes do país. É um raro momento de superação do medo por parte dos revoltados ou indignados que ainda não perderam a capacidade de raciocinar e de sentir. 

É difícil não ficar estupefato ao ver um adulto que passou décadas crescendo e se desenvolvendo como ser humano e após essa jornada existencial vê-lo virar um bolsonarista. Difícil compreender.

O mundo está enfrentando uma pandemia de um novo tipo de vírus, o coronavírus, ou Covid-19. A doença está causando muitas mortes pelo mundo e agora chegou ao Brasil. 

O sujeito na Presidência (fraude!) ficou até agora fazendo piada e palhaçada em relação à pandemia, em relação à crise econômica e humanitária, em relação à situação desgraçada dos pobres e da classe trabalhadora, em relação a tudo.

Até o momento, já são 17 humanos do entorno presidencial cujos testes deram positivo para o Covid-19. Eles estiveram com o indivíduo sem noção em viagem recente. O "presidente" viajou aos Estados Unidos quando o mundo todo já estava restringindo movimentações de pessoas para evitar que o vírus se alastrasse. 

Mesmo assim, nesta semana - domingo 15/3 - o sujeito abraçou e tocou centenas de pessoas convocadas para apoiar o governo dele e que vociferavam palavras de ordem contra a democracia, o Congresso, o STF e pediam golpe e ditadura militar.

Estamos nos preparando nestes dias para a possibilidade de ficarmos semanas confinados em casa, isto é, aqueles privilegiados que têm casa nesta eterna colônia de impérios, já que milhões de brasileiros estão em situação de rua, sem Bolsa Família, sem nenhum apoio de programas sociais e sem emprego - formal ou informal.

É quase impensável o que pode vir por aí... todos estamos com medo, e com revolta, e com tristeza. Vamos ter que buscar dentro de nós toda a resistência e resiliência necessária ao viver. Buscar sentidos e esperanças.

Temos que falar de valores, de solidariedade, de amor ao próximo, de empatia, de economia; falar sobre o planeta Terra - nossa única casa. Temos que falar e escrever.

William

2 comentários:

Gouveia disse...

Sinto imensa tristeza por saber que Bolsonaro foi democraticamente eleito. Isso é um indício muito forte de que a Educação de nosso país é péssima, de que o poder da parte mais mesquinha de nossa elite é maior do que imaginávamos e de que a canalhice não havia sido vencida.
Não tenho esperanças de um futuro melhor. Vejo e sinto que a estrutura criada para o eleger está se fortalecendo a cada dia. A censura, a violência e a exploração estão sendo legitimadas por muitas pessoas vítimas de todo um projeto muito eficaz de alienação que estamos vivendo.
Enfim. Estou triste. Muito triste.

William Mendes disse...

Prezado Gouveia, Bolsonaro não foi eleito democraticamente, não se pode aceitar essa afirmação. As eleições foram fraudadas. As manipulações por sistemas ilegais de manipulação de eleitores não é fake news, é real.

No entanto, evidente que a ideologia da classe dominante é a que vigora porque eles têm os meios.

Mas no continente sul-americano as democracias foram derrubadas por meios ilegais, lawfare e manipulação de comportamentos de massa, algoritmos etc via redes sociais.

O mundo será outro após a pandemia. Pode ser pior... mas sem dúvidas não será mais o mesmo; pode ser até menos ruim, se houver mobilizações populares, porque os grupos sociais populares podem reagir contra o 1% detentor de quase tudo, pois os pobres serão os mais atingidos pelas crises diversas - do capitalismo, da pandemia de coronavírus, crise humanitária.

Quem estiver vivo, fará parte desse processo.

Abraços, meu amigo!

William